- Entre as atrações de outros estados estará o grupo Chão de São Paulo com a peça Ruas de Barros, o grupo Os Viralata de Cuiabá, com o espetáculo Os Viralata cantam Manoel de Barros. De Cuiabá também vem Cia de Arte Negus, com a peça Mímesis e de Campo Grande a Arte Riso Cia de Animação com dois espetáculos: De médico e lobo todo mundo tem um pouco e Manual de Barros, Desnudos Del Nombre com o espetaculo: QUEM DESMAFAGAFAR BOM MAROMBATEIRO SERÁ. De Dourados vem o TUDM Teatro Universitário de Dourados.A música terá o Chalana de Prata, a Orquestra Revoada Pantaneira, a banda Haiwana e o cantor gaúcho Felipe Catto, que vem fazendo muito sucesso principalmente na Internet. Os filmes sobre o poeta serão Caramujo-flor, de Joel Pizzini (1988), Wenceslau e a àrvore do gramofone, de Adalberto Muller (2008) e Só dez por cento é verdade, de Pedro Cézar (2008). O jornalista Marco Antonio de Rezende ministrará palestra sobre a boa escrita e a organizadora do FLIP, Alice Penna, frá uma mesa surpresa sobre o poeta (Sorrir mesmo que sem dente, de Driely Alves).
Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
SORRIR MESMO QUE SEM DENTE
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
TEORIA DA VIAGEM
"Em que momento começa realmente a viagem? A vontade, o desejo, é claro, a leitura, tudo isso define o projecto, mas a viagem em si, quando a podemos dar por iniciada? [...] existe um momento singular, identificável, uma data de nascimento óbvia, um gesto que assinala o início: o gesto da chave na fechadura da porta do nosso domicílio, quando damos a volta à chave e deixamos para trás a casa, o nosso porto de abrigo" (p. 37).
"Depois do tempo ascendente do desejo e do tempo excitante do acontecimento, chega o tempo descendente do regresso. [...] um exercício perpétuo de nomadismo far-nos-ia sair dos limites da viagem arrastando-nos para a permanente errância, para a vadiagem. [...] Para além do mais, o regresso ao domicílio imprime um sentido, o seu sentido, ao nomadismo - e vice-versa. A alternância entre partidas e chegadas possibilita uma verdadeira definição do habitar tão caro a Heidegger" (pp. 93-94).
Leitura: Michel Onfray (2009). Teoria da viagem. Lisboa: Quetzal
[Cluny, 2006]
[Lisboa, 2010]
"Depois do tempo ascendente do desejo e do tempo excitante do acontecimento, chega o tempo descendente do regresso. [...] um exercício perpétuo de nomadismo far-nos-ia sair dos limites da viagem arrastando-nos para a permanente errância, para a vadiagem. [...] Para além do mais, o regresso ao domicílio imprime um sentido, o seu sentido, ao nomadismo - e vice-versa. A alternância entre partidas e chegadas possibilita uma verdadeira definição do habitar tão caro a Heidegger" (pp. 93-94).
Leitura: Michel Onfray (2009). Teoria da viagem. Lisboa: Quetzal
[Cluny, 2006]
[Lisboa, 2010]
domingo, 29 de agosto de 2010
MÚSICOS DE RUA, ESPECTADORES DE SALA
Na rua, os espectadores vão chegando à vez, quase perguntando aos que já assistem o que se passa. Ficam um pouco de tempo, desaparece a curiosidade e vão-se embora. O espectáculo é gratuito, embora os músicos peçam moedas. Talvez sejam jovens amigos ou casais estrangeiros que resolveram organizar uma tarde especial no centro da cidade.
Na sala de espectáculo, os espectadores chegam à hora até encher as filas. Vestem bem e chegam informados do que vai acontecer. Os preços vão do razoável até um valor mais alto. Os músicos, bons profissionais, tocarão peças standard e ir-se-ão embora após uma hora de concerto e os encores.
TEXTO DO JORNAL PÚBLICO NO DIA DOS 75 ANOS DA RÁDIO PÚBLICA
"Rogério Santos, investigador, blogger e professor na Universidade Católica, tem uma ideia diferente sobre o destino da rádio. «O desafio passa por arranjar novos públicos. Pessoas capazes de fazer rádio a partir de casa e que vão trabalhar ao nível do broadcasting e desenvolver programas on-line». O tempo dos ouvintes passivos está a terminar" (jornal Público, A internet é a nova aliada do sector. A cada público a sua rádio, Por Nuno de Noronha, 4 de Agosto de 2010).
sábado, 28 de agosto de 2010
TECNOLOGIAS
Por volta de 1840, a Europa presenciou transformações excepcionais nos transportes e comunicações. A modernidade incluiu o caminho de ferro e o serviço oceânico de navios a vapor, nos transortes, e o sistema postal nacional, os serviços comerciais de telegramas e a invenção da fotografia, nas comunicações.
Na década de 1990, a comunicação móvel, ao separar-se da física, deu origem a profundas alterações. Castells (2002) descreve a sociedade em rede, apoiada em tecnologias de informação, produto da micro-electrónica. Sempre houve redes, com flexibilidade, adaptabilidade e auto-organização, mas a micro-electrónica trouxe novas vantagens de flexibilidade, escala, portabilidade e sobrevivência. Urry (2010) destaca os mercados financeiros, que funcionam 24 horas por dia, deixando de estar sujeitos às pressões dos mercados e fornecedores nacionais, e a informação noticiosa permanente (em tempo real, através de canais múltiplos de televisão e internet). A secretária fixa, de madeira, cede lugar ao escritório móvel, que pode ser ocupado por qualquer pessoa. Com a digitalização, a informação adopta modos de mobilidade que se separam substancialmente da sua forma ou presença material: ela está sempre a viajar.
Leituras: John Urry (2007/2010). Mobilities. Cambridge e Malden, MA: Polity
Manuel Castells (1996/2002). A sociedade em rede. Lisboa: Gulbenkian
Na década de 1990, a comunicação móvel, ao separar-se da física, deu origem a profundas alterações. Castells (2002) descreve a sociedade em rede, apoiada em tecnologias de informação, produto da micro-electrónica. Sempre houve redes, com flexibilidade, adaptabilidade e auto-organização, mas a micro-electrónica trouxe novas vantagens de flexibilidade, escala, portabilidade e sobrevivência. Urry (2010) destaca os mercados financeiros, que funcionam 24 horas por dia, deixando de estar sujeitos às pressões dos mercados e fornecedores nacionais, e a informação noticiosa permanente (em tempo real, através de canais múltiplos de televisão e internet). A secretária fixa, de madeira, cede lugar ao escritório móvel, que pode ser ocupado por qualquer pessoa. Com a digitalização, a informação adopta modos de mobilidade que se separam substancialmente da sua forma ou presença material: ela está sempre a viajar.
Leituras: John Urry (2007/2010). Mobilities. Cambridge e Malden, MA: Polity
Manuel Castells (1996/2002). A sociedade em rede. Lisboa: Gulbenkian
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
VANDALISMO NO PARQUE EDUARDO VII
Lisboa está muito suja, cheia de graffiti, mas o parque Eduardo VII parece acima da média da cidade.
NOVO SISTEMA DE MEDIÇÃO DE AUDIÊNCIAS
- "AGB Nielsen, Kantal Media/TNS, GFK e Marktest são as empresas abordadas pela CAEM no âmbito do processo do novo sistema de medição de audiências de televisão, adiantou ao M&P Fernando Cruz, director-executivo da entidade que reúne representantes dos media, anunciantes e agências de meios. As empresas de estudos de mercado foram abordadas pelo organismo para averiguar do seu interesse em participar num eventual concurso público que a Comissão de Análise de Estudos de Mercado venha a avançar para o novo sistema de audimetria. A decisão sobre a forma como a CAEM irá abordar o mercado (concurso público, consulta ou ajuste directo), explica Fernando Cruz, levará em linha de conta o feedback das empresas contactadas, sendo a decisão tomada na próxima reunião da CAEM prevista para 7 de Setembro" [in Meios & Publicidade de hoje].
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
2011: CELEBRATION OF THE MCLUHAN CENTENARY
2011 marks the anniversary of the birth of Herbert Marshall McLuhan. Born July 21 in Edmonton, Alberta, McLuhan grew into a literary and media icon of extraordinary renown, topping the Globe and Mail's end-of-millennium poll of the twentieth century's ten most influential Canadians. No figure is more universally associated with the rise of media, information, and our transformation into a digital society. And no name is more widely or instantly associated with the University of Toronto [image of Marshall McLuhan Courtesy the University of Toronto Archives and Robert Lansdale Photography Limited].
In honour of the centenary it was proposed to build a year-long series of events, culminating with a space of public conferences, artistic exhibits, and participatory events at Centre for Technology and Culture of Toronto [contacts: R. Logan and Robert Scott; see also at Media Ecology Association].
In honour of the centenary it was proposed to build a year-long series of events, culminating with a space of public conferences, artistic exhibits, and participatory events at Centre for Technology and Culture of Toronto [contacts: R. Logan and Robert Scott; see also at Media Ecology Association].
A TVI SEGUNDO MANUELA MOURA GUEDES
- "O que me faz pena é ver a informação da TVI chegar onde chegou. Ver o trabalho todo que tivemos e ver esse trabalho perdido. Na sexta-feira passada, e a sexta-feira é emblemática, tiveram 13 por cento de share. Não me lembro, a não ser nos anos 90, de a TVI ter esses resultados. [...] É a factura que estão a pagar da falta de credibilidade. A informação da TVI anda praticamente sempre em terceiro. É uma coisa que mete dó. Quando pegámos naquilo, a informação da TVI não tinha credibilidade, e agora está a voltar ao abandono. Foi a pouco e pouco. Há estudos sobre isso: nós éramos a informação que dava mais economia, que mais aprofundava os assuntos. Eu nunca dei crime no jornal de sexta. Nunca fomos para assuntos fáceis. [...] É muito triste. Não tem credibilidade, é feita de fait-divers. No outro dia, estava a ver um blogue, um dos sérios, que estava a comentar que, com meia hora, o jornal já estava a dar uma peça sobre swing e depois uma outra sobre gelados. Eu vi isso e meti as mãos à cabeça. Ao fim de meia hora de noticiário".
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
SOPHIE
No final da projecção do filme Mamma Mia (2008), alguns jovens na fila de trás do cinema comentavam: "o cinema devia ser todo assim". O "todo assim" queria significar a alegria dos espectadores em assistir a um filme musical, leve e alegre. A história centrava-se à volta de Donna (Meryl Streep), dona de um pequeno hotel numa ilha grega muito procurado por turistas, e da sua filha Sophie (Amanda Seyfried), de vinte anos e que ia casar. A jovem tinha um pequeno problema - não conhecia o pai. A partir de um velho diário da mãe, descobre três possíveis candidatos e convida-os, na esperança de descobrir o verdadeiro pai para a acompanhar na cerimónia da igreja. O filme, com música dos Abba, uma banda sueca muito conhecida há poucas décadas atrás, foi um grande sucesso de bilheteira.
Dois anos depois, aparece uma nova Sophie (interpretada de novo por Amanda Seyfried), rapariga americana que vai passar uma espécie de pré-lua de mel na Itália e encontra uma carta não respondida para Julieta, com cinquenta anos de atraso. Sophie, temporariamente integrada na equipa de secretárias que escrevem em nome da apaixonada de Romeu, acompanha Claire (Vanessa Redgrave) na descoberta dessa velha paixão pelas quintas e montes da Toscânia, a partir de Verona. Cartas para Julieta (2010), para além da personagem Sophie, tem muitas semelhanças (género idêntico, história romântica, paisagens e música da época da juventude de Claire, casamento da jovem que, em simultâneo, quer resolver o problema amoroso de alguém da geração anterior), o que provoca reacções iguais nos espectadores. Ouvi comentários de agrado dos espectadores durante a projecção do filme, continuados a seguir ao final da história.
Não sei se as semelhanças significam igual sucesso de bilheteira, mas é interessante ver que o cinema procura copiar estruturas de êxito nos filmes lançados pouco tempo um do outro.
Dois anos depois, aparece uma nova Sophie (interpretada de novo por Amanda Seyfried), rapariga americana que vai passar uma espécie de pré-lua de mel na Itália e encontra uma carta não respondida para Julieta, com cinquenta anos de atraso. Sophie, temporariamente integrada na equipa de secretárias que escrevem em nome da apaixonada de Romeu, acompanha Claire (Vanessa Redgrave) na descoberta dessa velha paixão pelas quintas e montes da Toscânia, a partir de Verona. Cartas para Julieta (2010), para além da personagem Sophie, tem muitas semelhanças (género idêntico, história romântica, paisagens e música da época da juventude de Claire, casamento da jovem que, em simultâneo, quer resolver o problema amoroso de alguém da geração anterior), o que provoca reacções iguais nos espectadores. Ouvi comentários de agrado dos espectadores durante a projecção do filme, continuados a seguir ao final da história.
Não sei se as semelhanças significam igual sucesso de bilheteira, mas é interessante ver que o cinema procura copiar estruturas de êxito nos filmes lançados pouco tempo um do outro.
CYBERPUNK
Os futurologistas dedicam-se a pensar o futuro, ao passo que os escritores de ficção científica sonham com ele. Vários deles escrevem, ou escreveram, para a revista Wired, lê-se no livro de Flichy. Bruce Sterling e William Gibson, líderes do movimento cyberpunk, foram dos mais regulares. Esta corrente literária define-se pelo seu interesse nas tecnologias de informação mas também no estilo de vida boémio e nas novas correntes do rock. Enquanto Toffler associava as novas tecnologias com a nova civilização, Gibson e Sterling (para quem Toffler era o "guia" intelectual) articulavam técnica e literatura. Ao contrário da contracultura dos anos 1970, que era resolutamente ecológica e antitecnológica (apesar de gostar de electrónica nos concertos rock e descobrir a tecnologia dos computadores na década seguinte), o movimento cyberpunk viveu com a tecnologia. O trabalho do cyberpunk ao longo da década de 1980 liga-se ao vídeo rock, ao movimento hacker, à arte de rua e ao hip-hop e ao rock de sintetizador em Londres e Tóquio. As novelas cyberpunk não têm a técnica como pano de fundo mas estão muito próximas.
Leitura: Patrice Flichy (2001/2007). The internet imaginaire. Cambridge, MA, e London: MIT Press, pp. 121-122
Leitura: Patrice Flichy (2001/2007). The internet imaginaire. Cambridge, MA, e London: MIT Press, pp. 121-122
terça-feira, 24 de agosto de 2010
WI-FI
Também quero wi-fi na esplanada onde vou regularmente. Assim, poderia juntar o prazer de beber café e aceder ao correio electrónico.
AUDIÊNCIAS DE RÁDIO
A audiência acumulada de véspera da rádio é de 57,1%, considerando o universo dos residentes no Continente com 15 e mais anos para primeiro semestre de 2010, segundo os dados da Marktest. Para o estudo agora divulgado, são os residentes na Grande Lisboa os que têm maior consumo deste meio (61,6%).
Os dados relativamente às regiões mostram outros elementos interessantes (imagem retirada da informação da Marktest). Assim, a Grande Lisboa, o Litoral Centro e o Sul possuem uma afinidade positiva com as rádios do Grupo Media Capital, com um consumo superior à média. O Sul e a Grande Lisboa apresentam uma afinidade positiva com as rádios do Grupo RDP. A maioria das regiões apresenta uma afinidade positiva com as rádios do Grupo Renascença, exceptuando apenas o Interior Norte e o Sul. Já a TSF regista maior afinidade nas regiões da Grande Lisboa, Grande Porto e Interior Norte.
O CONSUMO DE TELEVISÃO PELOS JOVENS
Dados da Marktest Audimetria e da MediaMonitor, ao longo da última década, mostram estabilidade nas audiências de televisão do grupo etário 15-24 anos. Tomando como referência os anos limites da análise, a audiência total de televisão (Reach) passou de 71,0% em 2000 para 72,6% em 2009 e a audiência média de televisão (Rat) dos jovens dos 15 aos 24 anos de 11,0% em 2000 para 10,8% em 2009 (Marktest). O pico da televisão para este grupo era, em 2009, entre as 21:30 e as 22:00, quando atingia 26,5% de audiência média (26,6% entre as 21:45 e as 22:00).
Isto põe de lado a transferência de consumos da televisão para a internet nos mais jovens, como se lê em alguns sítios, o que torna mais complexa a leitura dos consumos dos media em Portugal.
Isto põe de lado a transferência de consumos da televisão para a internet nos mais jovens, como se lê em alguns sítios, o que torna mais complexa a leitura dos consumos dos media em Portugal.
INTERNET A DUAS VELOCIDADES?
No jornal Público de hoje vem uma notícia intitulada Uma Internet à parte para novos serviços e uma Net móvel mais desregulada, assinada por João Pedro Pereira, que merece muita atenção. O racional do texto é sobre "As mudanças [que] abrem caminho para o fim da chamada neutralidade, uma regra que determina que toda a informação circula na rede à mesma velocidade, seja de um blogue pessoal ou do site de uma multinacional". Isto é, empresas como a Google e a Verizon (um dos grandes operadores americanos de telecomunicações) querem que haja duas velocidades no acesso à internet: uma mais rápida para serviços pagos, outra mais lenta para serviços gratuitos.
COMUNICAÇÃO E CULTURA
James Carey (1992: 18) fala em duas concepções distintas de comunicação: transmissão (extensão das mensagens através da geografia com o objectivo do controlo) e ritual (cerimónia sagrada que une os indivíduos na comunidade e solidariedade). O mesmo autor considera central a ideia de transmissão de sinais ou mensagens à distância com o propósito da segurança (Carey, 1992: 15). Na perspectiva de transmissão, o jornal vê-se como meio que dissemina notícias e conhecimento, às vezes divertissement (no original), a longa distância; na perspectiva ritual, mostra e confirma uma ideia geral do mundo, retrata as forças em luta no mundo (Carey, 1992: 20).
Leitura: James W. Carey (1992). Communication as culture. Essays on media and society. New York and London: Routledge
Leitura: James W. Carey (1992). Communication as culture. Essays on media and society. New York and London: Routledge
domingo, 22 de agosto de 2010
JARDIM DO TOREL
Com a música do sextexto Almost 6. Paul Virilio e John Urry continuam no meu caminho, a que se juntou Manuel Castells, todos à espera de Philip Vannini. Michel Foucault e Georg Simmel espreitaram mas regressaram aos seus sítios. Aproximam-se as obrigações. Também o futebol e os comícios partidários já voltaram a encher as páginas dos jornais. Falta somente a temperatura baixar um pouco, para o mundo entrar na rotina. O querido mês de Agosto é, afinal, tão curto!
sábado, 21 de agosto de 2010
SOBRE O ESPAÇO
Se Virilio (1996: 34) vê, no comboio de grande velocidade, uma redução de tempo e de espaço, cujo resultado é a perda da paisagem, para Urry (1995/2003: 23) a compressão do tempo e do espaço geram fragmentação e desorientação, no que chama de pós-modernismo. Entre outras explicações, Urry fala na menor durabilidade de produtos, contratos e relações, no efémero da moda, no crescente peso de publicidade, cultura da promoção, técnicas de simulação e tecnologias da informação. Mas, ao colapso do espaço, pela sua redução, e ao invés da aldeia global (McLuhan), onde tudo parece semelhante, Urry observa a percepção de que cada local (bairro, cidade, região) luta pela afirmação das suas especificidades, ao se apresentar como atraente a investidores, empregadores e turistas.
A dona do pequeno hotel aconselhou-nos a fazer uma incursão pelas praias a quinze quilómetros para leste. Disse que encontraríamos um porto de origem fenícia, com um casario e paisagem distintos e onde se podia almoçar bem.
A dona do pequeno hotel aconselhou-nos a fazer uma incursão pelas praias a quinze quilómetros para leste. Disse que encontraríamos um porto de origem fenícia, com um casario e paisagem distintos e onde se podia almoçar bem.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
AINDA AS AUDIÊNCIAS DE TELEVISÃO
Esta semana, fiz referência aqui a um problema de medição de audiências da televisão. A revista das sextas-feiras do Diário de Notícias, "Notícias TV", traz alguns esclarecimentos e explicações, texto que sigo muito de perto nesta mensagem. Tudo começara com a transmissão de um jogo de futebol pela TVI, ausente dos programas mais vistos no dia. A correcção pela empresa de audimetria colocou o jogo como o segundo programa mais visto do dia, não impedindo a auditoria que a CAEM (Comissão de Análise de Estudos de Meios) irá efectuar.
As medições de audimetria baseiam-se nos dados recolhidos em mil lares (cerca de três mil pessoas), amostra a que depois se aplica o universo do país (9459000 indivíduos). Os lares são escolhidos e contactados pela empresa de audimetria, a Marktest, obrigados a sigilo e a responder a inquéritos regulares feitos pela Marktest e pela CAEM, de modo a saber se os programas vistos correspondem ao que os dados estatísticos indicam. Cada lar permanece até um máximo de quatro anos no painel.
Uma das dificuldades presentes é a ausência de medição fora de lares. Isso é mais patente quando se trata de mega-eventos transmitidos pela televisão, como os jogos de futebol, vistos por muita gente fora do lar, caso de restaurantes ou ecrãs gigantes colocados em praças e espaços públicos. A próxima chegada da televisão digital terrestre vai obrigar a uma remodelação total dos audímetros em 2012, que passarão a registar o som emitido pelo televisor e comparar automaticamente com todas as emissões no ar, o sistema audiomatching, a ser utilizado no Reino Unido, por exemplo. Tal significa uma maior exactidão na recolha de dados, o que traduz um investimento inicial elevado: cada audímetro (aparelho, instalação, ligação, manutenção) está estimado entre um a dois mil euros (se um lar tiver três televisores, o investimento multiplica-se por este número), embora o valor não seja o mais rigoroso (o texto que sigo aqui indica um valor de três mil euros por audímetro e ano).
No blogue, continuaremos a acompanhar o tema com muita atenção.
As medições de audimetria baseiam-se nos dados recolhidos em mil lares (cerca de três mil pessoas), amostra a que depois se aplica o universo do país (9459000 indivíduos). Os lares são escolhidos e contactados pela empresa de audimetria, a Marktest, obrigados a sigilo e a responder a inquéritos regulares feitos pela Marktest e pela CAEM, de modo a saber se os programas vistos correspondem ao que os dados estatísticos indicam. Cada lar permanece até um máximo de quatro anos no painel.
Uma das dificuldades presentes é a ausência de medição fora de lares. Isso é mais patente quando se trata de mega-eventos transmitidos pela televisão, como os jogos de futebol, vistos por muita gente fora do lar, caso de restaurantes ou ecrãs gigantes colocados em praças e espaços públicos. A próxima chegada da televisão digital terrestre vai obrigar a uma remodelação total dos audímetros em 2012, que passarão a registar o som emitido pelo televisor e comparar automaticamente com todas as emissões no ar, o sistema audiomatching, a ser utilizado no Reino Unido, por exemplo. Tal significa uma maior exactidão na recolha de dados, o que traduz um investimento inicial elevado: cada audímetro (aparelho, instalação, ligação, manutenção) está estimado entre um a dois mil euros (se um lar tiver três televisores, o investimento multiplica-se por este número), embora o valor não seja o mais rigoroso (o texto que sigo aqui indica um valor de três mil euros por audímetro e ano).
No blogue, continuaremos a acompanhar o tema com muita atenção.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
PUBLICIDADE VERSUS JORNALISMO
Samuel Godinho, director-geral executivo da agência Carat Portugal, à revista "Pública" (Público, de 8 de Agosto último) falou da relação da publicidade com o jornalismo e da existência da imprensa. Para ele, a imprensa "tem de se redimensionar, reinventar do ponto de vista de conteúdos, olhar cada vez mais para o que o consumidor quer [...] As empresas estão por vezes distraídas, não têm acompanhado as dinâmicas do mercado e a evolução geracional do consumo. Os índices de leitura da população não aumentaram o que não quer dizer que os jovens estejam a ler menos, e estarão porventura muito mais informados do que a geração dos seus pais. [...] Têm acesso à informação de outras formas".
O enunciado deste responsável da Carat Portugal merece reflexão, dada a importância das afirmações. Reconhece que os índices de leitura não aumentaram mas crê que haja mais informação acedida e consumida, o que parece uma contradição. Considera que há empresas distraídas na concepção dos seus modelos de negócio, desacompanhando as novas tendências. A meu ver, as empresas de media que actuam nos mercados considerados tradicionais - caso da imprensa em papel - têm trabalhado na internet mas ainda não encontraram um modelo rentável. Isso acontece em todo o Ocidente e não é problema apenas em Portugal. O responsável da Carat Portugal indica ser necessária a reinvenção de conteúdos, mas não sugere que tipo de reinvenção. Isto é, apontam-se os problemas mas surge uma dificuldade em apresentar soluções.
Talvez mais perto das soluções estejam Lennart Weibull & Åsa Nilsson, no texto editado este ano “Four decades of European newspapers: structure and content”, no livro de Jostein Gripsrud e Lennart Weibull, Media, markets & public spheres. Para os autores, há tendências precisas: aumento do preço dos jornais, quebra de publicidade por migração para a internet, aparecimento de jornais gratuitos. Mas também mais suplementos (muitos com linha editorial própria), fragmentação (com alargamento de temas culturais, económicos e desportivos, por exemplo), apropriação de bandeiras da imprensa tablóide pelos jornais de qualidade (como a ilustração editorial do tema central da edição, mais espaço para temas de consumo, bem-estar, entretenimento e "fofocas"). Estas linhas talvez indiquem o futuro da imprensa, a sua reinvenção, além do retrato dos problemas por Samuel Godinho, mesmo que desagradem a defensores de um modelo específico de imprensa.
O enunciado deste responsável da Carat Portugal merece reflexão, dada a importância das afirmações. Reconhece que os índices de leitura não aumentaram mas crê que haja mais informação acedida e consumida, o que parece uma contradição. Considera que há empresas distraídas na concepção dos seus modelos de negócio, desacompanhando as novas tendências. A meu ver, as empresas de media que actuam nos mercados considerados tradicionais - caso da imprensa em papel - têm trabalhado na internet mas ainda não encontraram um modelo rentável. Isso acontece em todo o Ocidente e não é problema apenas em Portugal. O responsável da Carat Portugal indica ser necessária a reinvenção de conteúdos, mas não sugere que tipo de reinvenção. Isto é, apontam-se os problemas mas surge uma dificuldade em apresentar soluções.
Talvez mais perto das soluções estejam Lennart Weibull & Åsa Nilsson, no texto editado este ano “Four decades of European newspapers: structure and content”, no livro de Jostein Gripsrud e Lennart Weibull, Media, markets & public spheres. Para os autores, há tendências precisas: aumento do preço dos jornais, quebra de publicidade por migração para a internet, aparecimento de jornais gratuitos. Mas também mais suplementos (muitos com linha editorial própria), fragmentação (com alargamento de temas culturais, económicos e desportivos, por exemplo), apropriação de bandeiras da imprensa tablóide pelos jornais de qualidade (como a ilustração editorial do tema central da edição, mais espaço para temas de consumo, bem-estar, entretenimento e "fofocas"). Estas linhas talvez indiquem o futuro da imprensa, a sua reinvenção, além do retrato dos problemas por Samuel Godinho, mesmo que desagradem a defensores de um modelo específico de imprensa.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
HISTÓRIA DE UMA PRODUTORA DE TELEVISÃO
Cristina Amaro, nascida em 1969, quer dizer Imagens de Marca, programa da produtora de televisão olhoazul para a SIC Notícias. Formada em Publicidade e Marketing pela ESCS (1996), com especialização em Marketing pela Universidade Católica e Pós-Graduação em Gestão de Imagem pela Universidade Nova de Lisboa e Complutense de Madrid, segundo indica o sítio do programa, ela começou na publicidade como executiva de contas (Latina), ingressando depois no jornalismo, na revista Exame (1997). A partir de 2003, dedicou-se a tempo inteiro ao programa Imagens de Marca, que arrancou em Janeiro de 2004, primeiro magazine televisivo de informação na área de marketing, publicidade, comunicação e gestão de marcas.
A empresa olhoazul começou por ser uma pessoa (Cristina Amaro) e um computador. Hoje, a equipa do programa é constituída por 14 pessoas, de acordo com o capítulo a ela dedicado por Isabel Canha no livro As mulheres normais têm qualquer coisa de excepcional, uma edição da Bertrand já este ano. O capítulo dedica especial atenção ao ano de 2008, quando o programa era produzido em instalações cedidas por outra produtora. Por necessidade desta, a olhoazul teve de encontrar instalações próprias e adquirir equipamentos (estúdio, câmaras, sala de edição), num total de 600 mil euros, numa altura em que três patrocinadores desistiram do programa (p. 160). Na gravação do primeiro programa nas novas instalações, houve dificuldades com o equipamento, o que atrasou a entrega do material na estação de televisão. A primeira série contratada pela SIC Notícias envolveu 13 programas (p. 175).
Em Março de 2005, a olhoazul estabelece uma parceria com a revista Exame, exactamente dirigida por Isabel Canha, a autora do livro onde aparece o capítulo sobre a produtora; em 2008, a Sapo convida a produtora a alojar o seu sítio naquele portal, que conta hoje com um programa diário de cinco minutos, o IM5. A Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing (APPM) elegeu Cristina Amaro como a Personalidade Marketing Media em 2005; em 2008, o programa Imagens de Marca ganhou o prémio não estatutário do Turismo Checo, o maior festival de filmes de turismo no mundo.
Outros programas, media training e comunicação corporativa (vídeos feitos para a Comissão Nacional de Eleições, Microsoft, Delta, Carris e outros) garantem o necessário portefólio de actividades. Cristina Amaro é ou tem sido quase tudo na produtora: directora-geral, relações públicas, apresentadora do programa, responsável pela área de desenvolvimento de conteúdos para televisão, rádio, imprensa e internet, e angariadora de patrocínios.
A empresa olhoazul começou por ser uma pessoa (Cristina Amaro) e um computador. Hoje, a equipa do programa é constituída por 14 pessoas, de acordo com o capítulo a ela dedicado por Isabel Canha no livro As mulheres normais têm qualquer coisa de excepcional, uma edição da Bertrand já este ano. O capítulo dedica especial atenção ao ano de 2008, quando o programa era produzido em instalações cedidas por outra produtora. Por necessidade desta, a olhoazul teve de encontrar instalações próprias e adquirir equipamentos (estúdio, câmaras, sala de edição), num total de 600 mil euros, numa altura em que três patrocinadores desistiram do programa (p. 160). Na gravação do primeiro programa nas novas instalações, houve dificuldades com o equipamento, o que atrasou a entrega do material na estação de televisão. A primeira série contratada pela SIC Notícias envolveu 13 programas (p. 175).
Em Março de 2005, a olhoazul estabelece uma parceria com a revista Exame, exactamente dirigida por Isabel Canha, a autora do livro onde aparece o capítulo sobre a produtora; em 2008, a Sapo convida a produtora a alojar o seu sítio naquele portal, que conta hoje com um programa diário de cinco minutos, o IM5. A Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing (APPM) elegeu Cristina Amaro como a Personalidade Marketing Media em 2005; em 2008, o programa Imagens de Marca ganhou o prémio não estatutário do Turismo Checo, o maior festival de filmes de turismo no mundo.
Outros programas, media training e comunicação corporativa (vídeos feitos para a Comissão Nacional de Eleições, Microsoft, Delta, Carris e outros) garantem o necessário portefólio de actividades. Cristina Amaro é ou tem sido quase tudo na produtora: directora-geral, relações públicas, apresentadora do programa, responsável pela área de desenvolvimento de conteúdos para televisão, rádio, imprensa e internet, e angariadora de patrocínios.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
PROGRAMAÇÃO DA SIC
Apesar da notícia já ter mais de um mês, saliento a transferência de Gabriela Sobral de directora de Produção Nacional da TVI para a direcção de Programas para o Desenvolvimento da SIC. A mudança ocorreu na semana de um movimento oposto, o de Fátima Lopes para a equipa de entretenimento da TVI (Correio da Manhã, 13 de Julho de 2010).
A PUBLICIDADE SEGUNDO DOIS ESPECIALISTAS
O Diário Económico, na edição do dia 5 deste mês, pôs duas gerações de publicitários a falar sobre o sector: Vera Nobre da Costa (anterior presidente da Young & Rubicam) e Pedro Pina (presidente da McCann Erickson).
Com a actual situação de crise financeira, as empresas que procuram publicidade para as suas marcas e produtos, dentro de uma lógica de rentabilidade, tentam interferir no trabalho da agência e na qualidade do processo criativo. Além disso, para os dois publicitários, a nova geração aparece mal formada. Embora com o conhecimento das tecnologias e das redes sociais, perdeu-se o sentido da curiosidade.
A rentabilidade da área passa por consolidação, fusões e saídas de parceiros, em especial as pequenas agências. As mudanças são também evidentes a nível dos media (o glamour passa da televisão para a internet, que utiliza uma abordagem multiplataforma), com uma quebra nas áreas de marketing e media e aumento na considerada área de engenharia da comunicação.
Com a actual situação de crise financeira, as empresas que procuram publicidade para as suas marcas e produtos, dentro de uma lógica de rentabilidade, tentam interferir no trabalho da agência e na qualidade do processo criativo. Além disso, para os dois publicitários, a nova geração aparece mal formada. Embora com o conhecimento das tecnologias e das redes sociais, perdeu-se o sentido da curiosidade.
A rentabilidade da área passa por consolidação, fusões e saídas de parceiros, em especial as pequenas agências. As mudanças são também evidentes a nível dos media (o glamour passa da televisão para a internet, que utiliza uma abordagem multiplataforma), com uma quebra nas áreas de marketing e media e aumento na considerada área de engenharia da comunicação.
O BLOGUE DE SUSANA R.
Susana R., blogue de moda cuja autora tem esse nome, foi tema de entrevista da revista Corpo de Mulher deste mês.
No seu blogue, que também tem a designação Stiletto Effect, escreve sobre casas de moda, estilos de vida, tendências, estilistas e modelos. Licenciada pela Universidade Católica em comunicação e uma pós-graduação em consultoria de imagem pelo ISLA, e ainda formadora, começou o blogue em 2007. Tem 1103 seguidores no blogue.
O seu estilo é rock chique e casual. As referências e fontes de inspiração são a moda e a música. Nas revistas, lê Vogue, Elle e I-D e recomenda os livros Teen Vogue Handbook e Style A to Zoe, de Rachel Zoe. De lojas, recomenda Net-a-porter (online), The Chains of Love, H&M, e quanto a mercados de prefere os de Portobello, em Londres.
No seu blogue, que também tem a designação Stiletto Effect, escreve sobre casas de moda, estilos de vida, tendências, estilistas e modelos. Licenciada pela Universidade Católica em comunicação e uma pós-graduação em consultoria de imagem pelo ISLA, e ainda formadora, começou o blogue em 2007. Tem 1103 seguidores no blogue.
O seu estilo é rock chique e casual. As referências e fontes de inspiração são a moda e a música. Nas revistas, lê Vogue, Elle e I-D e recomenda os livros Teen Vogue Handbook e Style A to Zoe, de Rachel Zoe. De lojas, recomenda Net-a-porter (online), The Chains of Love, H&M, e quanto a mercados de prefere os de Portobello, em Londres.
MEDIÇÃO DE AUDIÊNCIAS DA MARKTEST
"A TVI exigiu que seja feita uma auditoria urgente ao sistema de medição de audiências da televisão utilizado pela Marktest alegando existirem falhas e falta de qualidade do serviço, anunciou a administração da estação em comunicado. A declaração surge na sequência de um erro nas audiências relativas a sábado e publicadas pela Marktest que, segundo a TVI, constituiu “o culminar de um processo de descrédito total do actual sistema de mediação de audiências de televisão em Portugal”" (Meios & Publicidade de ontem).
A MODA DO SAPATO PORTUGUÊS
Na edição do último sábado do Expresso, saíu um artigo sobre o actual sucesso do calçado nacional. Segundo o texto, Portugal foi o primeiro país a apostar na década de 1970 na imagem institucional para vender sapatos.
Agora, em 2010, avança com uma nova imagem em revistas como Vogue Accessory e Modapelle e a presença em 80 feiras, um investimento de 9 milhões de euros com o lema Portuguese shoes: designed by the future. Aí se apresenta uma indústria aliando a tradição à tecnologia, com símbolos da iconografia portuguesa como os azulejos e a calçada.
A Appiccaps, associação do sector, calça modelos internacionais com marcas portuguesas, organiza sessões fotográficas e faz editoriais de moda de 10 a 12 páginas. A associação prevê investir 60 milhões de euros em investigação e desenvolvimento até 2015, nomeadamente na modernização produtiva e na busca de mão-de-obra qualificada, querendo ser a principal referência no mundo, numa tripla acção: especialização, qualidade e design. A quota nacional é de 10,2%, tendo ganho posição face a Espanha e Itália, por exemplo.
Agora, em 2010, avança com uma nova imagem em revistas como Vogue Accessory e Modapelle e a presença em 80 feiras, um investimento de 9 milhões de euros com o lema Portuguese shoes: designed by the future. Aí se apresenta uma indústria aliando a tradição à tecnologia, com símbolos da iconografia portuguesa como os azulejos e a calçada.
A Appiccaps, associação do sector, calça modelos internacionais com marcas portuguesas, organiza sessões fotográficas e faz editoriais de moda de 10 a 12 páginas. A associação prevê investir 60 milhões de euros em investigação e desenvolvimento até 2015, nomeadamente na modernização produtiva e na busca de mão-de-obra qualificada, querendo ser a principal referência no mundo, numa tripla acção: especialização, qualidade e design. A quota nacional é de 10,2%, tendo ganho posição face a Espanha e Itália, por exemplo.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
DESAPARECIMENTO DE MÁRIO BETTENCOURT RESENDES
Mário Bettencourt Resendes, antigo director do jornal Diário de Notícias, faleceu esta madrugada. Tinha 58 anos. Dirigiu o jornal de 6 de Março de 1992 a 8 de Fevereiro de 2004 e actualmente era o Provedor do Leitor do mesmo diário.
Com a entrada de Resendes no Diário de Notícias, os editoriais deste passariam a ser regularmente assinados (30.10.1992). Além disso, a primeira página passava a imprimir-se a cores e publicava diariamente a ficha técnica do conjunto dos jornalistas e colaboradores externos. Grande parte dos artigos levaria, doravante, a assinatura do autor, reflectindo também a chegada à redacção de nova geração de jornalistas, com cursos universitários, em cargos de editor, e da feminização da redacção [retirado do meu livro A fonte não quis revelar. Um estudo sobre a produção das notícias, 2006].
Com a entrada de Resendes no Diário de Notícias, os editoriais deste passariam a ser regularmente assinados (30.10.1992). Além disso, a primeira página passava a imprimir-se a cores e publicava diariamente a ficha técnica do conjunto dos jornalistas e colaboradores externos. Grande parte dos artigos levaria, doravante, a assinatura do autor, reflectindo também a chegada à redacção de nova geração de jornalistas, com cursos universitários, em cargos de editor, e da feminização da redacção [retirado do meu livro A fonte não quis revelar. Um estudo sobre a produção das notícias, 2006].
domingo, 1 de agosto de 2010
75 ANOS DE RÁDIO PÚBLICA
A 6 de Julho de 1935, o jornal O Século informava a posse da Comissão de Programas da Emissora Nacional, que reorganizara o modelo de programas desde o começo do mês. Como vogal dessa comissão, o jornal identificaria Luís de Freitas Branco. Nesse dia, um domingo, a estação funcionaria das 12:00 às 14:00 e das 19:00 às 24:00. Noticiários curtos, música clássica (e opereta, além de orquestra de salão) e música popular portuguesa faziam parte da ementa do dia. O mesmo jornal, por esses dias, promovia publicidade ao aparelho Stewart Warner, dotado de "sonoridade, beleza e volume excepcionais" nas ondas médias e ondas curtas, com preço entre 1650 e 1800 escudos, vendido pela loja Valentim de Carvalho, à rua Nova do Almada, 97, em Lisboa.
Luís de Freitas Branco substituía António Joyce, o primeiro director de programas da rádio que arrancara experimentalmente em 1934, acusado de não gerir adequadamente os recursos financeiros. A luta pelo controlo da estação do Estado opunha António Ferro, responsável do Secretariado de Propaganda Nacional, a Couto dos Santos, responsável principal dos CTT, de que a Emissora Nacional dependia financeiramente. O ministro Duarte Pacheco encontrou uma terceira via e nomeara Henrique Galvão em Junho de 1935. Galvão prometeu inaugurar a emissora rapidamente. E organizou os festejos para 1 de Agosto de 1935, faz hoje 75 anos. Contudo, como o presidente da República Óscar Carmona não pôde estar presente, a inauguração foi adiada para três dias depois, a 4 de Agosto de 1935 (as últimas duas imagens mostram responsáveis, artistas e locutores iniciais da estação).
[ler mais no meu livro As Vozes da Rádio, 1924-1939, editado pela Caminho em 2005]
Luís de Freitas Branco substituía António Joyce, o primeiro director de programas da rádio que arrancara experimentalmente em 1934, acusado de não gerir adequadamente os recursos financeiros. A luta pelo controlo da estação do Estado opunha António Ferro, responsável do Secretariado de Propaganda Nacional, a Couto dos Santos, responsável principal dos CTT, de que a Emissora Nacional dependia financeiramente. O ministro Duarte Pacheco encontrou uma terceira via e nomeara Henrique Galvão em Junho de 1935. Galvão prometeu inaugurar a emissora rapidamente. E organizou os festejos para 1 de Agosto de 1935, faz hoje 75 anos. Contudo, como o presidente da República Óscar Carmona não pôde estar presente, a inauguração foi adiada para três dias depois, a 4 de Agosto de 1935 (as últimas duas imagens mostram responsáveis, artistas e locutores iniciais da estação).
[ler mais no meu livro As Vozes da Rádio, 1924-1939, editado pela Caminho em 2005]
Subscrever:
Mensagens (Atom)