sexta-feira, 23 de maio de 2008

SERVIÇO DE MÚSICA DA GULBENKIAN


Deixei escapar a notícia de anteontem do Público, assinada por Adelino Gomes, sobre mudanças previstas no Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian. À saída do director Luís Pereira Leal, de 71 anos, apontava-se a sua substituição por Rui Vieira Nery, antigo secretário de Estado e professor universitário, além de grande divulgador da música clássica, nomeadamente na Antena 2. Mas a Fundação decidiu abrir um concurso internacional para o lugar e, pela leitura da notícia, Nery não se encontra nos quatro seleccionados para a escolha final.

Quando li a notícia lembrei-me do desaparecimento do corpo de bailado da Gulbenkian, que tanta polémica causou nos anos mais recentes. Pensei que o mesmo destino esperaria a música. Mas a notícia parece apontar outras razões: renovação geral dos públicos; o novo director terá iniciativa limitada nos primeiros dois anos porque a programação já está delineada. Além de que, recentemente, a orquestra alargou o número de músicos e o maestro titular foi reconduzido.

O jornalista cita a porta-voz da Gulbenkian, escreve que a administradora com o pelouro da música da Fundação não se mostrou disponível para comentar e coloca entre aspas a informação de uma fonte anónima. A meu ver, o jornalista não deveria usar uma fonte anónima, embora tal ilustre um ambiente difícil na Gulbenkian, com alguns problemas em explicar o que acontece lá dentro. A Fundação é quase como o governo: tudo o que lá se passa interessa à opinião pública, pelo impacto que tem na cultura nacional. Deveria haver uma informação mais cabal do que o que a porta-voz da instituição disse, nomeadamente de quem tomou a decisão da iniciativa.

1 comentário:

Manuel Maria Saraiva da Costa disse...

A FCG desde que faltou Azeredo Perdigão, deixou de ser aquela Instituição em que a Administração deixou de estar “aberta” no tratamento com aqueles que durante anos a serviram com dedicação e lealdade. Tenho o pressentimento que o vírus do “mal do Oportunismo”, a tenha podido contagiar. Frutos do tempo da “nova democracia”.