quarta-feira, 30 de abril de 2014

Jazz ao Centro


"Considerado um dos mais importantes festivais de jazz que anualmente se realizam em Portugal e um eixo fundamental de apresentação pública, no nosso país, de músicos de dimensão mundial, o Jazz ao Centro ocupa um lugar de relevo na vida cultural de Coimbra". Na 12ª edição, entre 29 de Maio e 1 de Junho, os concertos têm lugar em seis espaços privilegiados de Coimbra: Teatro Académico de Gil Vicente, Museu Nacional Machado de Castro, Centro Cultural D. Dinis, Mosteiro de Sta. Clara-a-Velha, Casa Museu Bissaya Barreto e Salão Brazil (da entidade promotora).

Roger Rabitt

Quem Tramou Roger Rabitt foi um filme que ficou na minha memória. Foi um salto em termos de efeitos especiais, combinando o filme de imagens reais com a animação, dirigido por Robert Zemeckis e produzido por Steven Spielberg (1988). Agora, morreu o actor britânico Bob Hoskins, que desempenhou no filme o papel do detective Eddie Valiant.

750 milhões de páginas de jornais e 4,8 milhões de sítios da internet em nova sala da British Library

A nova sala de leitura da British Library para jornais e noticiários de rádio e televisão foi oficialmente inaugurada pelo Secretário de Estado do governo britânico, Sajid Javid.

Agora, os investigadores podem aceder à colecção nacional de notícias – 750 milhões de páginas de jornais e publicações, 4,8 milhões de sítios da internet arquivados e milhares de horas de noticiários de rádio e televisão. Trata-se do culminar de um programa de 33 milhões de libras, que incluiu a transferência de uma grande colecção de jornais impressos para um edifício construído em Yorkshire e com armazenamento robótico. A colecção nacional de jornais atinge períodos tão antigos como a Guerra Civil Inglesa e constitui um número incomparável de registos (impressos e de audiovisual) sobre a sociedade, os indivíduos, a política e os acontecimentos do dia a dia. Ao cuidado da British Library, o arquivo totaliza mais de 750 milhões de páginas de jornais e media em geral e estende-se por mais de 20 quilómetros de espaço de prateleira. Embora muitas vezes rejeitado por críticos e leitores de se tornarem o "papel de chip de amanhã", os jornais são uma fonte inestimável para investigadores que estudam os aspectos da vida local, regional e nacional ao longo de mais de três séculos.

Entre outras facilidades, a nova sala de leitura inclui 100 secretárias e 40 aparelhos de visualização de microfilmes (texto e imagem a partir de British Library).

Tiro e Sport

A Hemeroteca Municipal de Lisboa digitalizou agora a revista Tiro e Sport, "um dos periódicos desportivos mais importantes que se publicaram em Portugal no início do século XX. Apareceu em Lisboa em Janeiro de 1904 e durou até Junho de 1913, já em plena I República, reunindo no total 250 números".

Future of journalism - Call for Papers

October 17-18, 2014

10th Dubrovnik Media Days: Call for Papers

The world media are in crisis as a result of the collapse of monopolistic business model based on advertisers. New technologies have helped in this process, but also led to the emergence of a large number of media that have yet to find a profitable business model and impose as a substitute for the watchdog function of the newspapers. New technologies helped media content to be consumed quickly and on a variety of platforms. Also, media audiences no longer want to be passive. Audience wants to be found by information and to be directly involved in the production of content. At the same time, journalistic sources no longer need journalists to tell stories, and whistleblowers directly communicate with the audience. New technologies are increasing the transparency of journalism which leads to decrease in the credibility of the media and journalism in general. Due to cost cutting, journalism newsrooms are shrinking and less investigative journalism is conducted.

Possible topics include, but are not limited to, issues surrounding the following questions:

• What are the business models of media with special focus on online and mobile media?
• What are the new platforms for content distribution and their future?
• How the fragmentation of media audiences affects the media industry?
• How is the relationship between journalists and media audience changing?
• What is the future of investigative journalism?
• How to increase transparency and quality of journalistic content?
• What is the role of citizen journalism?
• What is the role of quality journalism and content specialization?

Different theoretical and empirical scientific approaches are welcome. Papers presented at the conference (after peer review) will be published in science journal Medianali. Official conference language is English. Timeline: Deadline for submission of abstracts and registration: September 1, 2014; Notification of acceptance: September 5, 2014 Registration fee for participants whose papers are accepted – 80 Euros, all others pay 150 Euros. Registration fee includes conference materials, dinner and lunch, coffee breaks. Full Papers due by November 1, 2014 (4,000-6,000 words, including 200 word abstracts and six keywords; referencing - Harvard system) Please forward as appropriate to interested parties.

The University of Dubrovnik is the “youngest” university in Croatia. It was established in 2003 [University of Dubrovnik].

terça-feira, 29 de abril de 2014

Festival FATAL


A 15.ª Edição do FATAL traz 25 espectáculos de Teatro Universitário, nacionais e estrangeiros, aos palcos de Lisboa. O festival tem início no dia 6 de Maio, às 17:00, na Reitoria da Universidade de Lisboa. Portugal, Espanha e, pela primeira vez, Irão reúnem-se, de 6 a 24 de Maio, em Lisboa, para falar uma só língua – a do Teatro. Anton Tchekhov, August Strindberg, Raúl Brandão e William Shakespeare são alguns dos muitos autores que, em 2014, o FATAL partilha com o público (informação da entidade organizadora).  

Conferência Final do Projecto Cultura na Primeira Página – um estudo dos jornais portugueses na primeira década do século XXI


Universidade Nova de Lisboa, 22 de Maio, av. Berna, edifício I&D, sala multiusos 4

"A conferência final do projecto A Cultura na Primeira Página irá apresentar e debater os dados principais da investigação. Traçámos o retrato de dez anos de jornalismo cultural impresso em Portugal, entre 2000 e 2010, e vamos discuti-lo com professores universitários, críticos, programadores, jornalistas e estudantes. Foi uma década marcada por muitas crises no jornalismo, sobretudo nos planos financeiro e profissional, em virtude da quebra de receitas e das mudanças na produção e recepção de informação provocadas pela internet. Foi igualmente um período turbulento para a cultura, uma área sistematicamente desinvestida pelos governos e que sofreu sucessivas perdas na dotação orçamental. O jornalismo cultural não ficou incólume a este contexto. Pelo contrário, é dele um dinâmico reflexo: temos hoje menos jornalistas especializados na área cultural; secções de cultura nos jornais mais pequenas e enfraquecidas; menos suplementos culturais e menos notícias de cultura na primeira página dos periódicos" (informação da organização).

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Chamada de artigos Aniki: Revista Portuguesa da Imagem em Movimento

"A Aniki: Revista Portuguesa da Imagem em Movimento (ISSN 2183-1750) aceita artigos inéditos sobre, entre outras, as seguintes áreas: cinema, televisão, arqueologia do cinema, vídeo, culturas digitais, som e imagem em movimento, história e teoria da imagem em movimento. De acesso gratuito, online e revista por pares, publica textos originais no campo da imagem em movimento segundo diferentes abordagens metodológicas. Com periodicidade semestral (Janeiro/Julho), publica ensaios (com dupla arbitragem científica cega), entrevistas, recensões e relatórios de festivais e exposições de arte cinemática. Para o terceiro número, que sairá em Janeiro de 2015, a Aniki pretende publicar uma secção especial, editada por Susana Viegas, sobre Cinema Expandido. Peter Greenaway afirmou que o cinema estava morto, desafiando cineastas e espectadores a procurarem novas possibilidades para a experiência cinematográfica contemporânea, fora dos limites do clássico formato do ecrã. Artigos sobre sobre cinema expandido e instalações performáticas, vídeo arte e vídeo artistas, narratividade e não narratividade, imagens em movimento e o espaço institucional de arte, devem ser enviados até dia 30 Junho de 2014. A chamada de artigos para as diversas secções da Aniki está aberta em permanência e o registo no sistema e posterior acesso ou autenticação são obrigatórios para a submissão de trabalhos, bem como para acompanhar o processo editorial em curso (aniki)" (informação da entidade promotora).

A rádio há quarenta anos

A ler em jpn:

"Em finais de 1972, Manuel Tomáz regressava a Portugal, depois de um telex de Leite de Vasconcelos. Havia um espaço vago, da meia-noite às duas da manhã, na Rádio Renascença. Concorreram e, a 8 de Junho de 1973, nascia o Limite" (texto de Afonso Ré Lau, Inês Barbosa e Ricardo Couto).

domingo, 27 de abril de 2014

Três dedos abaixo do joelho, de Tiago Rodrigues

O texto, representado por Isabel Abreu e Gonçalo Waddington no Teatro Maria Matos, é sobre a censura do teatro em Portugal durante a ditadura. Tiago Rodrigues (companhia Mundo Perfeito) juntou excertos de relatórios da Comissão de Censura e elementos de peças proibidas, colagem que se tornou uma obra sobre o ridículo da censura. Censurava-se porque a palavra podia surtir efeitos nefastos no público, ou porque este não estava preparado e não compreendia ou porque a actriz tinha um vestido curto e o ideal era chegar até três dedos abaixo do joelho. Os recursos dos artistas - falar baixinho, chorar, gritar, fazer de velhos caquéticos, cantar as palavras censuradas e substituídas - ampliariam esse ridículo.

Um elemento curioso: no final do espectáculo, os filhos do actor - sentados na primeira fila e rindo-se de algumas cenas - subiram ao palco e agradeceram os aplausos da assistência, como se fizessem também parte da companhia.

A imagem que falta, de Rithy Panh

Entre 1975 e 1979, o Cambodja viveu um regime de terror. Pol Pot e os seus Khmers vermelhos quiseram aplicar um sistema social assente na actividade rural, procurando "reeducar" toda a população da capital Phnom Penh. Panh, então com 13 anos, foi levado para um campo de trabalho com a sua família. Ele assistiria à morte dos pais e dos irmãos, vitimados pela fome e pela doença. Fugido para a Tailândia, acabou por chegar a França e, em Paris, fez formação universitária em cinema. Na década de 1990, Rithy Panh voltou ao seu país e fundou o Centro de Recursos Audiovisuais Bophana, com o objectivo de preservar o património audiovisual do Cambodja.

A imagem que falta (2013) é a reconstituição da sua vida enquanto jovem adolescente. Ele junta imagens de arquivo do próprio regime torcionário de Pot com figuras de barro (criadas por Sarith Mang), que representam os cambojanos na sua vida comum nos campos de trabalho, e narração em francês (por Randal Douc). Então, não era possível pensar ou falar, apenas agir de acordo com o imposto. Quem fugisse ao estabelecido era condenado e desaparecia, caso de uma mãe que retirou umas mangas para dar de comer à família e foi denunciada pelo filho pequeno.

O filme-documentário apresenta uma realidade violenta. A doçura e poesia das figuras de barro e dos seus movimentos e a musicalidade que acompanha algumas histórias, sem fazer esquecer a miséria e o terror, salientam mais a diferença entre liberdade e repressão.

Vasco da Graça Moura

"Óscar Lopes viu-o como o caso típico do poeta de larga informação cultural. Ao longo de cinco décadas de labor literário, que serão assinaladas no próximo dia 31 com um colóquio na Universidade Fernando Pessoa, no Porto, VGM, como também gosta de se anunciar, não se cansou de fazer a demonstração prática desse saber raro, esparramado numa longa obra poética, algumas passagens pelo romance, um corpus feito de risco na área da tradução e uma vocação ensaística cultivada com a paixão de quem não teme a polémica" (texto extraído de entrevista do Expresso, feita em 26 de Maio de 2012).

Vasco da Graça Moura nasceu no Porto em 1942. Morreu hoje em Lisboa.

Os filhos do Zip Zip

Helena Matos (1961-), para este livro, serviu-se de jornais e revistas da época, com destaque para o Diário Popular, jornal que dava muita atenção ao quotidiano, Diário de Lisboa, O Século, Diário de Notícias e O Século Ilustrado, ao longo da década de 1960 e até 1974. Ela usou outras fontes, como indica no final do livro. O livro, no seu todo, resultou de trabalhos que lhe foram encomendados, em especial a consultoria histórica feita, a pedido da RTP, para a série Conta-me Como Foi. Mais recentemente, ouvi Helena Matos em trabalhos feitos para a Antena 1, onde ela comentava o quotidiano dos portugueses nos anos em volta de 1974, a propósito dos 40 anos de implantação do regime democrático no nosso país.

O título do livro, Os Filhos do Zip Zip, constitui uma referência a um programa de televisão famoso na época e que marcou uma espécie de transição ou, pelo menos, de anseio de mudança política. Esta, como sabemos, veio a fazer-se por via militar e não civil, embora abrisse caminho a uma vasta alteração na sociedade civil.

A obra Os Filhos do Zip Zip divide-se em seis partes, cada uma delas com título apelativo e que reflecte valores partilhados na época: adeus aldeia, nós por cá vamos andando, estranha forma de vida, os desejados, mundo de aventuras, conversas em família. E tem 23 capítulos, onde identifica problemas muito sentidos então: subúrbios, delitos, guerra colonial, Tempo Zip (o programa de televisão e de rádio), questões femininas, amor, rock'n'roll, juventude, notícias sobre mistérios, sangue na estrada, conversas em família de Caetano, "por motivos alheios à nossa vontade" (diapositivo mostrado quando o programa da RTP sofria alguma avaria), primavera marcelista.

Na sua biografia, Helena Matos é apresentada como antiga professora do ensino secundário e jornalista. Dessa dupla vertente de pedagoga e de construtora de notícias surge uma capacidade de expor os temas com vivacidade e mantendo uma narrativa atraente. De produtora de notícias, ela passou a analista de notícias; daí, o recurso sistemático à análise das notícias e ao seu enquadramento histórico, social e linguístico. Isso verifica-se logo na entrada do livro - "Maio de 1973: os eléctricos deixam de circular na Estrada da Luz e também em Benfica. A Casa das Gravatas vai dar lugar a um banco e no Rossio fecha o Hotel Francfort" (p. 16). Logo depois, salta (e explica) para um fenómeno então a ter uma grande expansão: o crescimento urbano para a periferia de Lisboa. Sem o explicitar no texto, ela ilustra essa expansão com um anúncio de J. Pimenta, então um construtor afamado e que ficou conhecido através do slogan "Pois, pois, Jota Pimenta", enunciado a significar que o problema da habitação estava resolvido com os seus empreendimentos.

O texto de Helena Matos tem de ser lido todo, para nos apercebermos das ironias, dos trocadilhos, das "coisas da vida" num país pequeno, pobre e silenciado. Basta atentar num dos cartunes publicados no livro (p. 48), retirado do Diário Popular, conversa entre o merceeiro e a cliente, com aquele a dizer: "É o que eu lhe digo, D. Rita: quando havia batatas, não havia bacalhau. Agora, que há bacalhau, não há batatas". Era o custo de vida. No Natal de 1973, foi difícil arranjar bacalhau. Suspeitava-se que havia insuficiências de distribuição ou especulação (p. 47). Numa altura assim, dizia-se que os preços estavam "pela hora da morte", exactamente o título do capítulo 3 da obra.

Da sua bibliografia, Helena Matos escreveu o livro Salazar, em dois volumes (A Construção do Mito; A Propaganda).

Leitura: Helena Matos (2013). Os Filhos do Zip Zip. Lisboa: A Esfera dos Livros, 359 páginas

sábado, 26 de abril de 2014

Sobre o Círculo de Cultura Teatral - Teatro Experimental do Porto

Numa conferência recente no Porto, na Universidade Lusófona, a propósito de indústrias culturais e criativas, eu teci um comentário sobre o teatro na cidade. Nas semanas anteriores, eu assistira naquela cidade a algumas peças de teatro produzidas por companhias de Lisboa e do alto Minho. Para mim, uma cidade criativa tem de possuir teatro produzido nela mesma.

Estava muito equivocado. Mão amiga fez-me chegar catálogos das produções do Círculo de Cultura Teatral - Teatro Experimental do Porto, de 2010 até hoje. Em baixo, estão quinze capas de catálogos, dos quais analiso catorze (a outra foi uma representação para público infantil). Há nove encenações de Gonçalo Amorim e uma cada de Nuno Cardoso, Cláudio Silva, Bruno Bravo, António Júlio e Luís Varela. Dos autores representados, Arthur Miller teve duas peças no palco, e os outros autores uma - Eugene O'Neill, Luís Sttau Monteiro (duas encenações diferentes de Felizmente Há Luar), Ernest Hemingway, Rui Pina Coelho, John Whiting, Pau Miró, Eça de Queirós (a partir de um romance dele), Pierre Notte, Bertolt Brecht, Dea Loher e Ricardo Alves.

No último espectáculo aqui identificado (Ping Pong Pau, de Ricardo Alves, uma co-produção com o Teatro do Montemuro), representado em Fevereiro de 2014, o presidente do Círculo de Cultura Teatral, Júlio Gago, lembrava os 60 anos de actividade da colectividade, simultaneamente 15 anos de transferência do Porto para Vila Nova de Gaia e cinco anos de contratação de Gonçalo Amorim, director artístico desde 2012. Nessa mesma ocasião, o protocolo com a câmara municipal estaria em renegociação. Já no catálogo de anterior representação (As Relações de Clara, de Dea Loher), havia a indicação de edição de Actas, prevista para 2014, respeitantes a um colóquio sobre a actividade da companhia, com antigos e actuais encenadores, cenógrafos e figurinistas, além da publicação do primeiro volume de uma nova colecção de peças de teatro.

O Círculo de Cultura Teatral - Teatro Experimental do Porto foi fundado em 1951.



Censura discográfica (18)

26.4.1974, assinado pelo director de Serviços de Programas da Emissora Nacional, Alberto Represas: "Conforme orientação superior não devem ser feitas restrições na inclusão em programa de quaisquer discos que se encontram nesses arquivos. Os respectivos ficheiros deverão ser normalizados de acordo com a referida orientação. Os discos a adquirir não deverão ser objecto de qualquer exame prévio".

"Por decisão superior, venho informar de que foram retirados ou considerados inconvenientes para aquisição os seguintes discos ou faixas, que portanto não deverão ser transmitidos [a frase não parece bem articulada]: Duas Melodias, de Luís Cília (Chant du Monde); O Preto no Branco, de Tonicha (Zip Zip)".

Estas duas ordens contraditórias indicam o modo como se terá vivido dentro da Emissora Nacional naqueles primeiros dias após a mudança de regime político. Uma ordem proibia, a outra permitia a transmissão de uma longa lista de discos ou músicas até aí proibidos. Possivelmente, a ordem que coloquei em primeiro lugar seria posterior à segunda. José Afonso, José Mário Branco e outros músicos e, sobretudo, os poemas de Manuel Alegre ouviam-se finalmente na rádio pública.

Alberto Represas entrou na Emissora Nacional na década de 1940 com a função de locutor. Mais tarde, com a conclusão da licenciatura em Ciências Económicas e Financeiras, ocupou lugares de direcção da estação pública. Em 1974, saiu na purga de antigos dirigentes da estação, nunca sendo reintegrado. O outro dirigente saneado e nunca reintegrado foi Clemente Rogeiro, director dos serviços administrativos e, mais tarde, presidente da Emissora Nacional. Antes, Rogeiro estivera na Previdência Social, fora director-geral da Informação e procurador adjunto do Ministério Público; depois, ocuparia a pasta de ministro da Saúde quando Marcelo Caetano assumiu o cargo de primeiro-ministro. Clemente Rogeiro foi responsável pela criação do arquivo da rádio.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Encontros de cinema de Viana do Castelo


Os Encontros de Cinema de Viana, organizados pela Associação AO NORTE e pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, representam uma experiência única no meio cultural da região. Proporcionam um espaço comum de partilha, formação e debate em que confluem estudantes de cinema e das escolas de região, cineclubistas de Portugal e da Galiza e público em geral, enriquecido com a participação activa de profissionais deste meio artístico (a partir de informação da entidade organizadora). Entre 28 de Abril e 4 de Maio.

Ver programação em Encontros.

A rádio há 40 anos

O meu contributo para análise da rádio em 1974 (som gentilmente cedido pela ARIC e colocado hoje nas estações daquela associação de rádios).

Lisboa, a partir de Melody Gardot

Se Melody Gardot estivesse hoje à tarde em Lisboa, reescreveria a sua canção. A cidade estava magnífica no dia em que passam 40 anos de liberdade de expressão em Portugal.

 

“Lisboa, Lisboa / The sorrow of your days gone by / Now the hinterland of lovers should lay / Beneath all your vacant skies / Lisboa, Lisboa / From Alfama's arms to Liberdade / Paper lanterns, falling embers / Quiet cantors sing of saudade / The ever twilight amber of your alleyways / Paint the air of evening oh so well / And strolls about the river bank / Suggests there's history left to tell / Ai Lisboa / A paradise beside the sea / There's a beauty / To the absence of tainting all your scenery / Lisboa / Lisboa e luz boa / Lisboa é Pessoa / Lisboa tem Chiado / Tem Alfama e tem Fado / Da era severa / De um tempo que já era / Nas ruas de Lisboa / Eu vou / Das tuas Colinas / Milagres e sinas / Nas praças, rainhas / Flores e Rimas /Eu vou / Lisboa /Ele, I, Esse, Be, O, A”.

Melody Gardot (New Jersey, 1985) é uma cantora e compositora de jazz americana. Influenciada pelos blues e jazz de Janis Joplin, Miles Davis, Duke Ellington e George Gershwin, e pela música latina, de Stan Getz e Caetano Veloso, ela é conhecida como a "artista acidental", por se ter dedicado à música como forma de terapia, depois de um grave acidente, que lhe deixou diversas sequelas. Em 2011, Melody Gardot esteve seis meses em Lisboa, um lugar em que gosta de escrever e que descreve como um lugar de paz. A influência de Lisboa está bem visível no seu terceiro álbum, The Absence (2012), que inclui a canção "Lisboa" (a partir da Wikipedia). Perdoo à cantora o ritmo brasileiro, pois aprecio a melodia. Dela gosto muito de Our Love is Easy.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Richard Hoggart

Não fora o magnífico texto de Miguel Bandeira Jerónimo no jornal em papel Público de hoje e eu não sabia da morte de Richard Hoggart, no passado dia 10 de Abril. Hoggart seria um dos fundadores do Center for Comporary Cultural Studies, junto à universidade de Birmingham, com Raymond Williams e E. P. Thompson. O nome mais famoso do CCCS seria Stuart Hall, falecido há dois meses.

O livro marca de Hoggart, As Utilizações da Cultura, em dois volumes editados pela Presença em 1973, daria conta das transformações ocorridas na cultura da classe trabalhadora (proletária, como se lia na contracapa) após o final da II Guerra Mundial e o modo especial que se podia atribuir à influência das publicações de massa. No fundo, os volumes reflectiam o percurso dos jovens como Hoggart, vindos de classes populares para a universidade e a vida académica.

Retiro um pouco do texto de Miguel Bandeira Jerónimo: os fundadores do CCCS "deram corpo a uma renovação crítica das ciências sociais e humanas, que em muito extravasou o seu contexto nacional de produção e institucionalização, o Reino Unido. O estudo das interrelações entre o poder, a cultura e a política". E menciono os temas dos três primeiros capítulos do primeiro volume do livro de Hoggart: definição de classe trabalhadora; tradição oral, lar e família; "nós" e "eles".


Mural na avenida de Berna (Lisboa)

Retiro algumas informações do texto de Marisa Soares no Público de 13 de Abril último: a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, na avenida de Berna, lançou o repto a grafitters da galeria Underdogs (Frederico Draw, Gonçalo Ribeiro Mar, Diogo Machado Add Fuel e Miguel Januário) para pintarem uma parede daquele espaço de ensino.

No meio do espaço, a figura de Salgueiro Maia, um dos heróis de 25 de Abril de 1974, a partir de uma fotografia de Alfredo Cunha. O blogueiro passou no local quando os grafitters estavam a começar o seu trabalho.


terça-feira, 22 de abril de 2014

Ver Marilyn pelos olhos de Wharol


Em Andy Wharol gosto das séries da sopa Campbell's, banana, Coca-Cola, até do Mao. Mas a série Marilyn Monroe é a melhor. Um ícone das indústrias culturais, desaparecida tragicamente, com um culto até aos nossos dias, em exposição numa sala do MoMA. À obra, eu junto os espectadores. Uma não pode ser dissociada dos outros.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Afectos

Começaram a 9 de Setembro de 2013. Agora, a Oficina das Almas no Teatro da ARTA (Associação Recreativa Taberna das Almas), representa Pão, no Regueirão dos Anjos, 68/70, em Lisboa. O texto é do colectivo: um grupo de detidos conta as suas histórias: memórias, relações e desejos. O amor, a inocência, a experiência de seres humanos a caminho de Marte, a vida e o desespero, a alegria e o silêncio, os poemas e a escuridão. Nem todas as histórias possuem a mesma densidade, pois umas são mais saborosas do que outras, mas ficou a generosidade daquele conjunto de artistas. E os gestos (achei deliciosa a viagem de autocarro), os abraços, a partilha de sonhos, o deixar cada um falar por sua vez para chegar a uma conclusão aceite, à volta de uma mesa, a vontade de manter a liberdade, as referências irónicas à tecnologia (que parece preparar os jovens com futuro assegurado e asséptico). Na representação, leram-se os poemas Ode ao Pão, de Pablo Neruda, e A Casa, de Vinicius de Moraes.

No fim da representação, actores e actrizes estavam satisfeitos, a explicar ao público como tudo começara e se fizeram as ligações dos textos. E uma das jovens actrizes, com um chapéu, como se pertencesse a um grupo de saltimbancos, pediu pão ao público generoso; afinal, o espectáculo era gratuito e um apoio monetário ajuda sempre.


Direcção e encenação: Cândido Ferreira, João Jorge Meirim e Nicolas Brites. Com: António Figueiredo Marques, Catarina Carvalho, Eduarda Manso, Ethel Feldman, Geny Neto, João Raimundo, João Jorge Meirim, Mónica Paulo, Sara Teles e Vanda Guerreiro.


Uma nota suplementar e que não tem a ver com a representação: já não ia aquele espaço desde que a associação Abril em Maio saiu. Veio a recordação de estantes cheias de livros, folhas policopiadas, sessões de teatro, muitos voluntários de uma cultura alternativa. Porque estamos a passar de Abril a Maio, e devido à memória histórica, fica aqui a minha nota.

domingo, 20 de abril de 2014

Momentos

O sol regressou na semana passada. O jardim estava cheio de gente a festejar a primavera. De repente, apeteceu-nos dançar, comer massa chinesa com pauzinhos, ver teatro, ir ao cinema, ouvir poesia e cantores populares. Feliz Páscoa.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Cem Anos de Solidão

O livro narra a história da família Buendía a viver num sítio imaginário chamado Macondo. Cem Anos de Solidão foi um marco na literatura escrita por Gabriel García Márquez. Ele morreu hoje com 87 anos.

Censura discográfica (17)

"17.4.1974. Inconveniente a aquisição de disco ou faixa de Carlos Alberto Vidal (Bom Dia Senhor Alberto), Imavox IMS 10020D".


Carlos Alberto Vidal Filipe, mais conhecido por Avô Cantigas, lançou em 1973 As Filhas da Tia Anica e em 1974 Bom Dia Senhor Alberto. A sua carreira de artista tem prosseguido até hoje.

sábado, 12 de abril de 2014

Apoio à companhia de teatro A Barraca

"Um Grupo de Amigos d’A Barraca tomou a iniciativa de promover uma subscrição pública destinada a garantir a continuidade e desenvolvimento deste projecto único no nosso panorama cultural, contribuindo particularmente para que a programação já prevista para o ano de 2014 tenha condições para se concretizar" (ler mais em A Barraca).

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Públicos de cultura no Brasil

"Na última quarta-feira (9/4), o Sesc e a Fundação Perseu Abramo apresentaram os números preliminares da pesquisa Públicos de Cultura – Hábitos e Demandas. O objectivo era ampliar o conhecimento sobre o público e orientar acções do sector. Para isso, foram investigados o comportamento, a disponibilidade e a frequência com que os entrevistados consomem ou produzem cultura, em 139 municípios em área urbana de 25 estados, das cinco regiões do país. Alguns resultados chamam a atenção, em especial os que dizem respeito ao que não está no leque de actividades culturais dos entrevistados: 61% nunca foram a uma peça de teatro em qualquer local (61%) e 57% nunca assistiram uma peça no teatro; 75% nunca foram a espectáculos de dança ou balé no teatro; 71% nunca estiveram em exposições de pintura, escultura e outras artes em museus ou outros locais; 89% nunca foram a um concerto de ópera ou música clássica em sala de espectáculo e 83% em qualquer outro local; e 70% nunca foram a uma exposição de fotografia. Os motivos para a não frequência a essas actividades se equilibram entre o não gostar e o não existir algumas delas na cidade. É considerável a proporção de respostas que indicam o fato de não terem costume e/ou não acharem interessantes/importantes alguns desses tipos de actividades. 26% dos entrevistados afirmam que não gostam de exposições artísticas e outros 26% que não sabem ou nunca foram a uma" (fonte de partida: Cultura e Mercado. Ler o estudo aqui, uma pesquisa realizada pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) e a Fundação Perseu Abramo).

terça-feira, 8 de abril de 2014

João Paulo Guerra

Foi hoje ao final da tarde que João Paulo Guerra recebeu o Prémio Igrejas Caeiro da Sociedade Portuguesa de Autores (rádio), pela qualidade e extensão da sua carreira como homem de rádio. 51 anos de carreira, recordou o premiado num discurso emocionado. Ele viu colegas com quem já não se cruzava há muito mas que estavam ali a vê-lo, no que foi chamado a tribo da rádio. João Paulo Guerra trabalha presentemente na Antena 1, onde todos os dias de manhã (cerca das 8:20) faz uma leitura atenta - e também bem humorada e recheada de referências culturais e gastronómicas - dos jornais da manhã.



Manifesto aqui a minha grande simpatia pelo jornalista e radialista. Há pouco mais de dois anos entrevistei-o (e a muitos mais homens da rádio) para um trabalho ainda não publicado e que me tem ocupado todo o meu tempo livre.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

O rock na perspectiva de Paula Guerra


Já escrevi aqui e aqui sobre o trabalho de Paula Guerra. Agora, faço-o a propósito do seu livro A Instável Leveza do Rock. Génese, Dinâmica e Consolidação do Rock Alternativo em Portugal (1980-2010).

O livro tem seis capítulos, um primeiro mais teórico orientado para os campos sociais e a segmentação e a diversidade cultural urbana. O segundo capítulo dedica-se à análise dos agentes de rock alternativo no nosso país, ao passo que o terceiro trabalha as propriedades do subcampo do rock alternativo, o quarto os valores e representações do mesmo estilo musical e o quinto os campos sociais e artísticos. O último capítulo faz uma proposta do desenho do subcampo do rock alternativo entre 1980 e 2010.

O rock existe no campo musical desde a década de 1950, reunindo "um conjunto de práticas, um repertório de sensibilidades e um conjunto de expressões corporais e de emoções institucionalizadas" da música popular (p. 182). Paula Guerra estudou o rock, desde o seu começo às diferentes formas por que ele foi passando, tais como o rock psicadélico, o proto-punk, o punk, a new wave, o electro, o grunge e o indie. O rock alternativo aparece neste fio complexo, ramificado e instável.

O estudo de Paula Guerra aborda especialmente o período da década de 1980 em diante, em que em Portugal se assiste a uma movida nas cidades de Lisboa e Porto e ao aparecimento de bandas, editoras, fanzines, programas de rádio, agentes e estruturas em oposição e confronto face aos valores dominantes. A autora estuda também propostas não comerciais, em que a música é mais um gosto pessoal e menos um trabalho ou profissão, de onde realça o afastamento de lógicas e imperativos comerciais (p. 183). Algumas bandas que ela ilustra para explicar o movimento alternativo são: Mão Morta, Pop Dell'Arte, Mler Ife Dada, Bunnyranch, Wraygunn, d3ö, The Vicious Five, Linda Martini, Dead Combo, The Gift e Ornato Violeta (p. 185). Igualmente os media: Antena 3, Blitz, d'A Trompa, XFM, Som da Frente e Juramento Sem Bandeira. E ainda os radialistas António Sérgio e Henrique Amaro, o promotor Luís Montez, o músico Adolfo Luxúria Canibal e o jornalista Nuno Galopim.

Em termos de metodologias, a autora promoveu encontros com informadores privilegiados no Porto (a sua base de residência) e Lisboa - músicos, dj, promotores, editores, gestores de espaços de divulgação musical, jornalistas e investigadores (p. 47), atingindo 191 entrevistas (p. 48), com a maioria no grupo etário dos 36 aos 40 anos, dentro de uma configuração científica sociológica.

[texto concluído em 26 de Abril de 2014]

sábado, 5 de abril de 2014

A imprensa portuguesa pós-1974

No blogue Notas de Circunstância, J.-M. Nobre-Correia escreve Análise: um momento da história em perspectiva. Nele, faz o seu balanço sobre a imprensa nacional após 1974. Para Nobre-Correia, essa imprensa foi destroçada. Vale a pena ler e discutir esta perspectiva.

José Wilker

O actor José Wilker foi encontrado morto hoje. Tinha 66 anos. Ele tornou-se conhecido do público português nas telenovelas Gabriela, Roque Santeiro e Senhora do Destino.

Ele esteve na Universidade Católica no final de 2012. Gostei muito de o ouvir então, pelo elevado nível cultural mostrado. O pequeno vídeo que fiz, muito longe da mesa onde falou e com uma câmara de telemóvel, não tem qualidade. Mas fica aqui a minha homenagem.

 

Eugénia de Lima

A acordeonista Eugénia Lima, de 88 anos, morreu ontem ao final da tarde, na sua residência, em Rio Maior. Retiro a informação da página do Diário de Notícias:

"Eugénia Lima, filha de um afinador de acordeões, estreou-se aos quatro anos no Cinema-Teatro Vaz Preto, em Castelo Branco. Profissionalmente, a sua estreia data de 1935, no Teatro Variedades, em Lisboa, no elenco da revista "Peixe-Espada". A acordeonista tornou-se um caso de sucesso e, em 1943, começou a gravar a solo, tendo registado ao longo da carreira, mais de uma dezena de discos em que gravou temas populares, de diversos compositores, versões para acordeão e várias composições de sua autoria. Em 1947 venceu o concurso de acordeonistas da Emissora Nacional e, em 1956, fundou a Orquestra Típica Albicastrense. Com a orquestra e a solo, a acordeonista que se tornou popular com temas como Picadinho da Beira, Minha vida e Fadinho de Silvares, percorreu o país e os palcos internacionais. Tendo-lhe sido recusada a entrada no Conservatório Nacional de Lisboa, aos 13 anos, aos 55 recebeu o diploma do Curso Superior de Acordeão, na categoria de Professora, pelo Conservatório de Acordeão de Paris".

Eugénia Lima seria famosa no final da década de 1950 e ao longo da década de 1960. De seguida, publico dois programas de Serões de Trabalhadores onde ela actuou, enquadrada no conjunto dos mais importantes artistas da época.

"2 de Janeiro de 1960 (sábado) – Serão para Trabalhadores organizado pela Emissora Nacional e pela FNAT dedicado ao CAT da Casa Olaio e transmitido do ginásio do Liceu de Camões. Das 21:45 às 22:30 (conjunto Shegundo Galarza, clarinetista espanhol Jaime Peres, José Manuel, Maria Marice, Alberto Ramos e a acordeonista Eugénia Lima) e das 22:45 às 23:30 (orquestra ligeira dirigida por Tavares Bello, Elsa Vilar, Manuel Serrano, Paula Ribas, Rui de Mascarenhas, Cristina Maria, Madalena Iglésias e Coro Feminino".

"16 de Janeiro de 1960 (sábado) – Serão para Soldados dedicado ao Regimento de Infantaria 14, e transmitido do Teatro de Viseu (gravação: dia 13, 4ª feira). 1ª parte (21:45 às 22:30) – orquestra ligeira dirigida por Tavares Bello, Alice Amaro, António Calvário, Maria Fernanda Soares, Trio Lifer (acordeões) constituído por Eugénia Lima, Fernando Ribeiro e Fernanda Guerra e Maria Clara, 2ª parte (22:45 às 23:30) – orquestra ligeira dirigida por Tavares Bello, Maria do Espírito Santo, Margarida Amaral, Maria de Fátima Bravo, Guilherme Kjolner e Maria de Lurdes Resende". Observação: cada cantor(a) cantava uma a duas canções.

No VIII Festival Hispano-Português da Canção do Douro, de 13 a 15 de Agosto de 1967, organização do Palácio de Cristal, Porto, actuaria Eugénia Lima, com o valor de 1000$00 (valor médio ultrapassado apenas pelas estrelas da época Simone de Oliveira, José Viana e Teresa Tarouca, pagos com 1500$00). Recorde-se que o salário médio na indústria e nos transportes em 1965 estava fixado em torno de 49$30 diários em Lisboa e 31$70 no Porto.

A acordeonista pode ser vista em vídeo, aqui e aqui.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Jacques Le Goff

Nem que seja de modo indirecto, reconheço a importância de Jacques Le Goff, agora desaparecido, no meu pensamento de historiador.


Retiro algumas ideias do diário Público, hoje editadas: "Em 2004 recebeu o prémio de história Dr A.H. Heineken por «ter modificado de forma fundamental» a percepção que tínhamos da Idade Média. Considerava-se um homem de esquerda e militava por uma Europa unida, forte e tolerante. Era poliglota, falava inglês, italiano, polaco (a nacionalidade da sua mulher) e alemão". E "Nos anos 70, coordena duas obras colectivas de grande envergadura que se tornarão as referências teóricas da Nouvelle Histoire, a corrente historiográfica que funda com Pierre Nora, e que procurará levar mais longe a herança dos Annales: os três volumes de Faire de l’Histoire (1974) e La Nouvelle Histoire, em colaboração com Jacques Revel (1978)".

Programa Final (New) Audience Practices, 3 e 4 de Abril

João Paulo Guerra recebe Prémio Igrejas Caeiro