sábado, 31 de janeiro de 2009

HENRIQUE POUSÃO

Estive hoje a observar com atenção a sala que o Museu Soares dos Reis dedica a Henrique Pousão, pintor nascido em 1859, há cento e cinquenta anos, e falecido em 1884, de tuberculose. Oriundo de Vila Viçosa, matricular-se-ia na Academia Portuense de Belas Artes, ficando assim muito ligado ao Porto (outra parte importante da obra do pintor pode observar-se no Museu do Chiado).

Foi uma curtíssima vida, mas cuja obra impressiona. Em vários dos seus quadros, revela-se um artista muito moderno, deixando algumas obras com espaços como que inacabados, à maneira do impressionismo, e com cores vivas, do modo como os expressionistas pintaram. Os anos finais, já com muita maturidade em temas, estruturas e cores, são os mais interessantes, caso de Senhora Vestida de Preto (1882), pequeno quadro (283 x 184 mm) de Henrique Pousão (imagem retirada do sítio do Museu Nacional de Soares dos Reis).

Bolseiro em Paris, Nápoles, Capri e Anacapri, alguns dos quadros representam gentes meridionais, de pele morena, como a jovem Cecília. Raparigas, pessoas do povo, paisagens rurais ou deixando de o ser, como a pintura sobre o arranque da construção da rua Alexandre Herculano. Em espaço aplanado, uma mulher conduz um carro de bois; ao lado, vêem-se os blocos de pedra que iriam iniciar a construção da rua, desfeiando a paisagem bucólica.

O quadro é de 1880, ano em que Henrique Pousão termina o seu curso de pintura.

Uma outra obra de muito valor é Esperando o Sucesso (1882) (imagem retirada do sítio Universidade de Coimbra). O esboço contido no papel na mão do rapaz seria o prenúncio da fama do pintor, a que faltaria infelizmente tempo para se afirmar mais.

Em 1999, a Assírio & Alvim editaria um bom catálogo da obra do pintor, por Bernardo Pinto de Almeida. Pelos 150 anos do seu nascimento, o Museu Nacional Soares dos Reis e a Universidade do Porto dedicam este ano ao trabalho de Henrique Pousão, mas não sei que tipo de homenagem foi preparada.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

SEMINÁRIO SOBRE TELEVISÃO

Ver programa aqui.

(MONO)CULTURA

O (MONO)CULTURA EM PORTUGAL é um serviço gratuito para todos os agentes culturais interessados na actualidade, informação e oportunidades direccionados em exclusivo para o sector cultural português, mas concretamente para as artes do espectáculo (em (mono)cultura).

A CERÂMICA DE TERESA CORTEZ

CRIATIVIDADE

Andy C. Pratt encara-a como conceito essencial na produção cultural. Para ele, a criatividade reside num ciclo de quatro fases: ideia, execução, distribuição e consumo. A criatividade resulta da relação entre indivíduo e meio ambiente, relevando quer o indivíduo quer a rede de informação que a liga a outros indivíduos. Além da criatividade, Pratt aposta na inovação, característica de forte interacção entre indivíduos e meio ambiente.

A criatividade e a inovação integram-se nos considerados clusters criativos (feixes de actividades ou acções de criatividade, a partir do conceito de Michael Porter aplicado à economia), reunidos num espaço geográfico dotado de redes de informação e capaz de aproximar criadores e consumidores de produtos culturais. Assim, nos clusters criativos existem comunidades de interesse e organizações com fins lucrativos e sem fins lucrativos.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O FECHO DO GRATUITO METRO EM ESPANHA

A vida não está bem nem para os jornais gratuitos. Segundo o Público on line, o jornal gratuito Metro vai deixar de se publicar em Espanha. A companhia sueca proprietária do título encerrou a filial espanhola; amanhã o jornal já não sai em sete cidades. As perdas de receitas no mercado de imprensa gratuita e a concorrência no sector levam ao desemprego 80 pessoas.

CONCURSO DE FOTOGRAFIA SOBRE A CRISE ECONÓMICA

Demotix, o sítio pro-am (profissional-amador) de vídeo e imagem de notícias, estabeleceu uma parceria com o Financial Times para lançar um concurso fotográfico. A ideia do concurso é capturar a crise económica global ao nível da rua. Os participantes terão de descarregar as suas imagens no sítio Demotix, sob a palavra-chave (tag) 'Crunch09' até 13 de Fevereiro.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

INDÚSTRIAS CULTURAIS NOS AÇORES

Vítor Marques, no blogue Açores 2010, escreveu hoje sobre indústrias culturais e criativas nos Açores e editou um vídeo de Mário Roberto (O criador no seu labirinto).

NEW POSTGRADUATE DEGREE IN MEDIA INDUSTRIES AT THE UNIVERSITY OF LEEDS


Applications accepted from November 2008 for 2009-10

The media entertain us and inform us. But they are also a vast business sector employing huge numbers of people. This programme examines the media industries across both these dimensions - the cultural and the economic. We look at business trends but we also scrutinise television shows. The social impact of the media is as important as profit margins. From mega-corporations to entrepreneurial independents to lone bloggers, we analyse the full range of media production in modern societies. The scope is international - for the media industries are now global. It is also historical, because present trends cannot be followed without knowledge of long-term developments.To do all this, the programme draws on a number of fields, including communication and cultural studies, economics, business and management studies, sociology, anthropology, politics and law, but also cultural analysis associated with humanities subjects such as literature, art history and music. What's more, the programme is based in a department with its own dedicated Media Industries Research Centre and a number of staff specialising in this area.

The media play a central role in modern life, and they can only be understood by understanding the industries that produce them. This programme is your chance to gain such an understanding, in one of theUK's top communications and media studies departments.

Who should take the course? Anyone who wishes to work in the media, in related industries such as public relations, or in any area of employment where the media now play a central role, such as politics, sport, leisure, tourism or public policy. Anyone who has worked in the media and wants to gain a better understanding of them. The course is also an ideal basis for a research career, whether inside or outside academia. The international basis of the course makes it suitable for non-EU students as much as for home and EU students.

Course content: The two core modules of the programme provide the fundamental basis for understanding the media industries, economically and culturally, internationally and historically.

The Media Industries introduces students to the main issues, debates and research traditions in this area of study. The emphasis is on debates about change. How much are recent developments such as digitalisation, marketisation and internationalisation transforming the media industries?

Media Production Analysis examines individual media industries, such as television, film, music, the internet, newspapers, magazines and advertising. There is a strong focus on organisational dynamics, and on the nature and experience of work in the media industries. In addition students take two optional modules that allow them to acquire in-depth knowledge in areas such as media policy, audience research, journalism, international communications and media globalisation.

Students will also complete a dissertation of 12,000 to 15,000 words on a topic of their choice within the area of media industries. They will be allocated an individual supervisor who is an expert in the field. Research on the dissertation is supported by weekly lectures on academic writing and research methods.


For more information: Media Industries. For how to apply: Application Procedure. Course Director, MA in Media Industries: Professor David Hesmondhalgh.

The Institute of Communications Studies (ICS) has its origins in The Centre for Television Research, established in 1963 by the noted political communications scholar Jay Blumler. ICS staff are currently undertaking a wide range of research on these topics, funded by a variety of organisations, including the Arts and Humanities Research Council, the Economic and Social Research Council and the European Commission.

AS INDÚSTRIAS CULTURAIS EM DAVID HESMONDHALGH

Dora Santos Silva escreveu anteontem no blogue Culturascópio sobre a perspectiva de David Hesmondhalgh quanto a indústrias culturais, baseada no livro Cultural Industries.

Vale a pena ler o que ela publicou.

INTERMEDIÁRIO CULTURAL

Entidade ou indivíduo que estabelece uma mediação entre o produtor e o consumidor de bens culturais. A tendência é para o intermediário cultural ser um conhecedor e um especialista. A sua actividade insere-se na cadeia de valor (promotor, marketeer, agente comercial) ou fora dela (marchant, crítico de arte ou de cultura, fazedor de opinião). Se a cadeia de valor das indústrias culturais e criativas eliminou etapas e profissionais, o intermediário cultural é um mediador cada vez mais importante, pela (des)codificação e interligação a (e com) públicos distintos.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

AUTO DA ÍNDIA NO TEATRO DA CERCA DE SÃO BERNARDO


No âmbito da programação associada à exposição "Arquitecturas em Palco", de João Mendes Ribeiro, A Escola da Noite apresenta em sessão única para o público em geral Auto da Índia: aula prática, de Gil Vicente, no próximo dia 30 de Janeiro, pelas 21:30, no Teatro da Cerca de São Bernardo (Coimbra).

  • O espectáculo inclui uma breve introdução (Gil Vicente, o seu tempo, o seu teatro), a apresentação da peça e, a rematar a sessão, uma conversa com os espectadores. No contexto especial em que se faz esta apresentação, o público pode ainda aproveitar a noite para visitar a exposição de João Mendes Ribeiro, autor do objecto cénico que a companhia reutiliza em "Auto da Índia" e que é uma das cenografias apresentadas na exposição (texto de Isabel Campante, A Escola da Noite).

REVISTA 365

A Revista 365 está ao alcance de um clique.

CADEIA DE VALOR

O conceito foi inicialmente definido por Michael Porter e aplicado às actividades económicas e empresariais. Explica, de modo linear, cada actividade dentro da criação de valor de um bem, produto ou serviço, construindo um "valor" (uma rentabilidade) que supera o custo de fornecimento desse bem, produto ou serviço - ou uma sua parcela -, gerando uma margem de sucesso ou lucro. Ao dividir a elaboração de um bem, produto ou serviço por etapas, o custo e o lucro de cada etapa repercute-se na etapa seguinte. Pela análise do valor em cada etapa compara-se a produção de várias empresas, com elaboração de vantagens competitivas.

John Hartley aplicou o conceito às indústrias culturais e criativas. A economia das três últimas décadas operou uma separação entre produção de massa e de grande escala e produção distinta e de série pequena. Contudo, a cadeia de valor explica ainda melhor o essencial da mudança produtiva: as actividades ao serem separadas em etapas permitem subcontratar empresas com mais conhecimento e especialização, organizando redes complexas de relações e de interdependências.

Na sequência, Andy C. Pratt considera desadequado o conceito de cadeia e prefere o de rede, mais orgânico e de funcionamento dinâmico.

TESE DE DOUTORAMENTO SOBRE CINEMA PORTUGUÊS

Foi defendida ontem a tese de doutoramento de Angélica García Manso, Historia del cine e influjos cinematográficos en la filmografía de João César Monteiro, na Universidad de Extremadura.

Aquela que será possivelmente a primeira tese sobre cinema português a ser defendida em Espanha foi orientada pelo professor José Julio García Arranz, dentro do programa de doutoramento "El Arte como diálogo y transmisión interculturales y transfronterizos".

A autora, Angélica García Manso, é membro da AEHC (Asociación Española de Historiadores de Cine) e tem trabalhos publicados em revistas nacionais e internacionais. Teve uma bolsa de estudo na Universidade de Lisboa e na Universidade Nova de Lisboa e pertence ao Grupo de Investigación sobre Patrimonio Artístico del Área de Historia del Arte de la UEx.

O estudo centra-se na filmografia de João César Monteiro (1939-2003), director português cujas películas provocam polémica. Na tese de Angélica García, ela debruça-se sobre as principais obras de Monteiro.

Contacto da autora: angmanso@unex.es.

[agradeço ao vogal da Comissão de Doutoramento da Universidad de Extremadura o envio da informação]

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A LINGUAGEM DO CINEMA

A Associação Portuguesa de Realizadores, em mensagem hoje publicada, mas que repercute textos dos dias anteriores, questiona os "Filmes só para quem eles querem, de preferência sem realizador, em inglês ou num linguajar televisivo-publicitário audiovisual". Isto a propósito da anunciada estreia do filme Second Life, produzido por Alexandre Valente (ver ainda os textos de João Lopes no blogue sound + vision e Diário de Notícias de ontem).

A Associação Portuguesa de Realizadores "é uma Associação de carácter cultural sem fins lucrativos que tem por objecto juntar os realizadores de filmes de ficção, documentário e de animação destinados ao cinema, à televisão ou a qualquer outra forma de exploração, em qualquer suporte, com o objectivo de: promover o desenvolvimento artístico do cinema português e da cultura cinematográfica em Portugal ou no estrangeiro; defender o cinema como expressão livre da arte; defender as liberdades e direitos artísticos, morais e profissionais da criação; participar na elaboração legislativa respeitante ao objecto da Associação e na evolução das estruturas do cinema; defender os interesses profissionais dos seus associados, encorajando o acesso à profissão e reforçando a colaboração e entreajuda entre os mesmos; levar a cabo actividades de promoção, produção, formação, programação, edição, exibição, distribuição (sem fins lucrativos)".

PINTURA DE PALOLO

CONCURSO IMÁGENES PARA UNOS VERSOS PROMOVIDO POR FUNDACIÓN BLAS DE OTERO

Mais pormenores em Fundación Blas de Otero:
  • La Fundación Blas de Otero que promueve este concurso dirigido a jóvenes tiene como objetivo dar a conocer la obra del poeta, vinculando sus versos con imágenes de la vida cotidiana, la realidad y los intereses de los jóvenes de hoy. El poeta al definir su poesía la pone en relación con las fábricas, las ciudades, las máquinas, la televisión, los escombros, las revistas ilustradas… y con el hombre en todas sus dimensiones. Por esto, y buscando ser fiel al poeta proponemos esta conexión entre la realidad y la poesía a través de las fotografías que los participantes capturen o construyan artísticamente.

JOGOS DIGITAIS

A cultura dos jogos digitais num contexto de indústrias culturais foi o título da dissertação de mestrado de Alexandre Rodrigues, apresentada hoje na Universidade Católica.

Em termos de indústrias culturais, ele estudou padrões de mudança e de continuidade, concentração de propriedade, criadores simbólicos, produção cultural (criatividade, autonomia e coisificação), mercado laboral e propriedade intelectual. Quanto a cultura dos jogos digitais, trabalhou os temas de jogo digital, novo meio de comunicação, pequena história da indústria dos jogos digitais, sistema de produção (produtores, equipas de projecto e cadeia de valor) e convergência.

A partir de um estudo empírico, ele concluiu que as razões dos jogadores activos são gosto pessoal, passatempo, distracção e boa forma de entretenimento, com grupos maioritariamente constituídos por homens e com uma média de idades de 24 anos, enquanto as razões dos não jogadores são falta de tempo, não gostam, actividade sem interesse, grupo maioritariamente constituído por mulheres e com uma média de idades de 23 anos. Batota, acto de piratear jogos, merchandising, uso da televisão e de outros meios foram alguns dos outros elementos abordados no seu trabalho. Estudou a Comunidade Clube Manager Portugal e retirou as seguintes características: baseada num jogo digital, identificação com caracteristicas de redes sociais, possibilidade de elevada personalização e diferenciação através do avatar, género do jogo que molda o ambiente da comunidade.

Para o agora mestre, os jogos digitais são um meio co-criativo, com existência de ferramentas sofisticadas, dentro de uma cultura participativa e de comunidades de modificação com interacção complexa.

RDP COMEÇA A EMITIR EM DRM

Já a partir do final do mês, a RDP Internacional passa a emitir em DRM (Digital Radio Mondiale), tecnologia que permite ter a qualidade de FM na zona de frequências de ondas curtas. As emissões experimentais, entre as 9:30 e as 11:00, têm o apoio da Deustche Welle.

domingo, 25 de janeiro de 2009

GUARDAR O ARQUIVO DIGITAL

Os futuros historiadores podem perder o acesso a arquivos digitais, e dificultar a sua investigação, se os sítios da internet forem apagados. Lynne Brindley, directora da British Library, escreve na edição de hoje do Observer que, no dia em que Obama tomou posse, foram apagadas todas as informações do anterior presidente. Mesmo um livrinho 100 Things Americans May not Know About the Bush Administration foi retirado do sítio. Brindley faz igual referência aos Jogos Olímpicos de Sidney, que produziram mais de 150 sítios com jogos online mas que desapareceram quando a Biblioteca Nacional da Austrália decidiu arquivá-los.

Se, por razões variadas e em que se incluem os recursos financeiros, se apagarem arquivos (caso de empresas que vão à falência e desapareçam), quem perde é a memória de um país. A responsabilidade final compete às entidades nacionais, como as Bibliotecas Nacionais, desde há muito ocupadas na preservação da memória em papel, como livros, jornais, e em registos fonográficos e audiovisuais. Para a responsável da British Library o problema põe-se: como guardar e tornar acessíveis os milhões de sítios? Só no Reino Unido há oito milhões de domínios de internet e o crescimento anual é da oredem de 15 a 20%. Sítios, emails, blogues, mensagens do Twitter e das redes sociais constituem uma tal profusão de material que conduz a três possibilidades: 1) preservar tudo, 2) eliminar tudo, 3) seleccionar.

Entretanto, a Google planeia fazer a história particular de cada computador (Guardian online de hoje). Os utilizadores domésticos e comerciais voltam-se cada vez mais para serviços baseados na internet, geralmente gratuitos, indo do email (como Hotmail e Gmail) e arquivo digital de fotografias (como Flickr e Picasa) até aplicações para documentos e folhas de cálculo (como o Google Apps). A perda de um computador portátil ou a sua avaria não significam a perda dos dados porque eles são guardados numa "nuvem" (uma base de arquivo de dados algures no planeta) e podem ser acedidos na internet através de qualquer máquina.

Em complemento a isto, a Google irá lançar previsivelmente em 2009 um serviço que permite a qualquer utilizador aceder ao seu computador de qualquer ligação da internet, o Google Drive ou "GDrive", o que representa uma enorme vantagem. Há, contudo, quem considere isto um controlo sem precedentes sobre os dados pessoais do indivíduo.

sábado, 24 de janeiro de 2009

CONGRESSO COMUNICAÇÃO, COGNIÇÃO E MEDIA

Vai realizar-se o congresso Comunicação, Cognição e Media na Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa (Braga), de 23 a 25 Setembro próximo. Neste momento, decorre o Call for Papers (ver em http://www.cicom2009.org/). A submissão de resumos decorre até 31 Março.

As áreas de comunicação são: 1. Jornalismo, 2. Estudos Televisivos, 3. Publicidade, 4. Multimedia, 5. Media Interactivos, 6. Comunicação Política, 7. Comunicação Organizacional, 8. Sociologia da Comunicação, 9. Teorias da Comunicação, 10. Cognição e Linguagens, 11. Semiótica, 12. Arte e Retórica, e 13. Ética da Comunicação.

AGIR COM PALAVRAS, UM TEXTO DE TERESA MENDES FLORES

Para quem quiser conhecer bem a obra de John Austin, deve ler o texto de Teresa Mendes Flores (Escola Superior de Comunicação Social), Agir com Palavras: A Teoria dos Actos de Linguagem de John Austin.

RECONDUÇÃO DE MEGA FERREIRA À FRENTE DO CCB

Uma boa decisão, a de António Mega Ferreira ser reconduzido no cargo de presidente da Fundação do Centro Cultural de Belém pelo actual ministro da Cultura. Fora Isabel Pires de Lima, anterior ministra da Cultura, a nomeá-lo em Janeiro de 2006. Música e literatura têm sido apostas de Mega Ferreira, numa época de baixos investimentos.

LIVRO SOBRE BLOGUES



Lê-se no blogue de André Lemos, Carnet de notes, o seguinte: "Esse post é o prefácio do livro "Blogs.com. Estudos sobre blogs e comunicação" (SP, Momento editorial, 2009), organizado por Adriana Amaral, Raquel Recuero e Sandra Montardo. O livro será lançado em versão eletrônica e "Creative Commons", no dia 22/01 às 14h na área Campusblog do Campus Party em São Paulo. O livro, que tem esse prefácio e posfácio de Henrique Antoun (UFRJ), conta com artigos dos seguintes autores: Adriana Braga , Claudio Penteado, Fernando Firmino da Silva, Helaine Abreu Rosa, Jan Schmidt, Juliana Escobar, Leonardo Foletto, Marcelo dos Santos, Marcelo Träsel, Maria Clara Aquino, Octávio Islas, Rafael Araújo, Rogério Christofoletti e Rosa Meire Oliveira. O livro estará disponível no site Sobre blogs".

Retiro algumas frases do prefácio de André Lemos:

  • Os blogs são, junto com os games, os chats e os softwares sociais, um dos fenômenos mais populares da cibercultura. Eles constituem hoje uma realidade em muitas áreas, criando sinergias e reconfigurações na indústria cultural, na política, no entretenimento, nas redes de sociabilidade, nas artes. Os blogs são criados para os mais diversos fins, refletindo um desejo reprimido pela cultura de massa: o de ser ator na emissão, na produção de conteúdo e na partilha de experiências. E, embora o Carnet não seja um blog sobre blogs, grande parte das minhas fontes de informação são blogs e muito da minha reflexão gira em torno deles.

    A cultura de massa criou o “consumo para todos”. A nova cultura “pós-massiva” cria, para o desespero dos intermediários, daqueles que detêm o poder de controle e de todos os que usam o corporativismo para barrar a criatividade que vem de fora, uma “isegonia”, igualdade de palavra para todos. Os blogs refletem a liberação do pólo da emissão característico da cibercultura. Agora, todos podem (com mínimos recursos) produzir e circular informação sem pedir autorização ou o aval a quem quer que seja (barões das indústrias culturais, intelligentsia, governos...). O fenômeno dos blogs ilustra bem essa cultura pós-massiva que tem na liberação do pólo da emissão, na conexão telemática e na reconfiguração da indústria cultural seus pilares fundamentais (ver meus últimos artigos).
Por favor, descarreguem o texto nos vossos computadores, leiam e discutam o assunto.

A NOTÍCIA FALSA DO EXPRESSO

No sábado passado, o jornal Expresso noticiava que a ZON ganhara o concurso para o quinto canal, em texto assinado por Rosa Pedroso Lima, e que eu fiz eco aqui.

Afinal, a notícia era falsa. Os jornais de ontem davam conta do surgimento de um novo candidato. Os títulos dos jornais que li foram: "Projecto concorrente ao da Zon surge de surpresa para o quinto canal de televisão" (Público), Canal Telecinco mais caro que o rejeitado de Rangel" (Diário de Notícias).

O titulo da notícia do Expresso de hoje, curiosamente não assinado, é: "ZON encolhe-se, Telecinco à grande". Nada indica quanto à notícia da semana passada, como se o esquecimento tivesse atingido todos os leitores, e indica o factor surpresa quanto ao aparecimento do concorrente, sobre quem se sabe pouco excepto dois membros da proposta, os jornalistas Carlos Pinto Coelho e David Borges, além da filha de Emídio Rangel, com este último presente na organização da proposta da ZON até ao seu afastamento nos últimos dias (não deixa de ser estranho um homem estar a trabalhar numa proposta e uma sua parente numa proposta concorrente; não sabiam da proposta um do outro?).

Quando lera a notícia de há oito dias, reflectira no alcance da informação. Se a ERC ia decidir sexta-feira dia 23, a informação chegara antecipadamente ao jornal sob duas formas: embargo (informação conhecida mas só publicitada numa data combinada) ou fuga de informação (da ERC). Lidas as notícias de ontem e de hoje, há só uma conclusão: o jornal não sabia e escreveu o que se chama de "furo" jornalístico mas não o era efectivamente.

Ora, isso não é bom para o jornalismo sério. Nem haver assinatura na peça de hoje nem qualquer alusão ao erro da notícia da semana passada. O Expresso é um jornal a que me habituara a ler, acreditando no que publicava.

A IMPORTÂNCIA DA IMAGEM MEDIÁTICA DE UM ATLETA DE ALTA COMPETIÇÃO

Ontem, Loïc Pedras, gestor de atletas olímpicos, falou na conferência internacional de Media & Sports. Retirei uma parcela da sua comunicação onde ele fala da importância de gerir a imagem dos atletas em termos de media (fonte: blogue Media e Desporto).

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

MEDIA E DESPORTO

Resumo das comunicações de ontem em vídeo da conferência Media & Sports, na Universidade Católica (a partir do blogue da conferência).


quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

PRÉMIO DA APCE


O Grande Prémio APCE 2009 procura distinguir a excelência na estratégia da comunicação organizacional, estimulando, reconhecendo e divulgando as iniciativas dos profissionais desta área. A direcção daquela associação pretende que a competição constitua uma referência na comunicação organizacional no País, para o que conta com o apoio sólido de dois associados, Vodafone e Grupo Auto Sueco. A Gala de proclamação dos vencedores tem parcerias com a Atlantis, Directimedia, Europcar, Nespresso, Nestlé, Something Fresh, Sybase e Unicer. Na área dos média, o jornal Oje apoia o prémio.

Aconselho a leitura próxima do sítio da
APCE (Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa), onde irá encontrar informações mais detalhadas.

CONFERÊNCIA MEDIA E DESPORTO

Decorreu hoje o primeiro dia da Conferência Internacional Media & Sports, na Universidade Católica Portuguesa (ver mais fotografias no blogue da conferência).

Nas imagens, vemos os conferencistas Joachim Born (Universidade de Giessen), Inês Monteiro (em representação de grupo de investigação ligado à Universidade do Porto) junto a Clotilde Almeida (Universidade de Lisboa e organizadora do evento), Rahul Kumar (Númena) e Angélica Varandas (Universidade de Lisboa).

LIVRO SOBRE REDACÇÃO PUBLICITÁRIA


O livro Redação Publicitária, de Marco Aurélio Cidade, tem por objectivo ajudar os alunos a terem uma compreensão ampla sobre a técnica da construção de textos para publicidade e propaganda. De linguagem clara e fácil e com exemplos de anúncios, o livro está dividido em oito capítulos: A agência de propaganda, Campanha publicitária, Técnicas, Construção de textos, Criatividade editorial, A criação de nomes para produtos e serviços, Como criar textos publicitários, O texto para propaganda e Marketing político. Serve como um guia contendo dicas para escrever bons anúncios para TV, rádio, outdoor, jornal, revista, internet e outros meios e peças publicitárias usadas numa campanha.

Marco Aurélio Cidade é publicitário e presidente de Criação da TRADE Consultoria e Soluções em Marketing (www.tradeagencia.com). O seu livro vai ser lançado em edição portuguesa pela 7 Dias & 6 Noites (Porto).

MEDIA E DESPORTO EM CONFERÊNCIA

É hoje e amanhã que decorre, na Universidade Católica Portuguesa, em organização do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura, a Conferência Internacional Media e Desporto. Para saber mais, ver o blogue da conferência.

CONGRESSO DE JORNALISMO CULTURAL EM S. PAULO

Procurando promover a reflexão e o debate sobre o pensamento contemporâneo, as identidades culturais e o caminho percorrido pelo jornalismo cultural no Brasil, será realizado entre 4 e 8 de Maio o 1º Congresso de Jornalismo Cultural no TUCA (Teatro da Universidade Católica da PUC: Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes, São Paulo, Brasil).

O evento vai contar com a participação de professores e jornalistas de renome, assim como o apoio de Universidades como PUC/SP, PUC/RS, ECA-USP, Metodista, Anhembi Morumbi, Cásper Libero, Unesp de Bauru, Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade Federal do Rio Grande do Sul, entre outras. A programação do congresso inclui palestras como crítica musical, literatura, cinema, televisão, internet, teatro e ciências humanas, além de manifestações artísticas e culturais.

Mais informações podem ser obtidas através do email congresso@revistacult.com.br.

Fonte: Cultura e Mercado

250 ANOS DE AVEIRO

Os amigos d'Avenida são um blogue colectivo criado por um grupo de colegas e amigos com o objectivo de estimular a reflexão sobre o futuro da cidade de Aveiro. Uma das questões que irão debater publicamente hoje, dia 22, à noite, é "a necessidade de se aproveitarem as comemorações de marcos históricos (no caso os 250 anos da cidade) para se promoverem iniciativas que dinamizem a vivência social e cultural da cidade, estimulem a criatividade dos seus agentes e cidadãos e que, com isso, a ajudem a projectar-se no exterior".

O blogue começou em 1 de Novembro último e no seu primeiro post surge uma lista significativa de sítios e blogues que falam sobre a cultura de Aveiro. Contei doze editores do blogue, o que é representativo da participação. Um deles, José Carlos Mota, chamou-me a atenção para o sítio da câmara de Aveiro com informação sobre os 250 anos do concelho.

Abaixo reproduzo as páginas de acesso quer aos Os amigos d'Avenida quer aos 250 anos, bem como uma fotografia que aqui publiquei recentemente de Aveiro (cidade pela qual tenho uma grande estima, eu que lá vivi no primeiro semestre de 2000 para escrever um livro sobre uma empresa de investigação em telecomunicações do concelho).

THESE THINGS TAKE TIME, UMA EXPOSIÇÃO DE CARLA FILIPE

No próximo dia 24 de Janeiro, pelas 16:00, o Espaço Campanhã (Rua Pinto Bessa, 99, Porto) inaugura a exposição These Things Take Time, de Carla Filipe, que faz parte de um grupo de artistas que tem dinamizado o panorama artístico daquela cidade com mostras de artes plásticas e performance.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

MEDIA DIGITAIS EM DISCUSSÃO

Na edição de hoje em papel do Guardian, Ed Richards, director executivo da Ofcom, o equivalente inglês da Anacom, escreve sobre a idade digital. Para ele, o espectáculo de ontem do Capitólio (a sessão da tomada de posse do presidente americano Barack Obama), visto por milhões na televisão, nos computadores e nos telemóveis, ilustra o modo como o mundo está a mudar profundamente, devido aos media digitais.

Hoje mesmo, a Ofcom colocou um relatório sobre como pode o serviço público do audiovisual passar para o novo modelo digital, com a qualidade e o espírito criativo do serviço público e com a mobilidade e a interactividade promovidas pela largura de banda (ver texto completo aqui) [imagem de Ed Richards tirada do sítio do Guardian].

Richards fala da qualidade e da interacção entre serviço público (BBC) e comercial (ITV, Channel 4, canais de cabo) e chama a atenção para a pressão económica colocada cada vez mais sobre o serviço público. Entende ele que se torna preciso pensar num novo modelo com outros parceiros, associações e mesmo fusões. Conteúdos para populações de maior risco ou com necessidades especiais, como as crianças, ou programas de origem nacional precisam de recursos. Mas a questão não se conclui com os fundos. É preciso também pensar nas plataformas e a mudança para o digital (digital switchover) é fundamental, além de se precisar de fazer uma ampla discussão pública.

Ed Richards indica que, para além da televisão, devem ampliar-se as capacidades de criar conteúdos que sejam adequados às redes digitais do futuro e, acima de tudo, é necessário que o Reino Unido mantenha a liderança na economia criativa. E assegure a cultura e as identidades nacionais. Ele, enquanto responsável de uma entidade de Estado mas independente do poder governamental, espera que políticos e dirigentes das empresas de audiovisual decidam antes da oportunidade se ir embora.

O CINEMA DE LEONARDO DICAPRIO

No passado dia 11, o Sunday Times, pela escrita de Dotson Rader, trouxe duas páginas dedicadas a Leonardo DiCaprio e ao seu filme a estrear Revolutionary Road, onde contracena com Kate Winslet.

O artigo não se centra tanto no filme mas mais na vida do actor de 34 anos (nascido em 1974) e nos seus mais de 20 milhões de dólares que ganha em média por filme. Apesar do nome indicar ascendência italiana, Leonardo DiCaprio tem, da parte da mãe, uma linha alemã: a avó Helene Idenbirken morreu recentemente em Oer-Erkenschick, na Alemanha, com 93 anos. Para ele, a avó, a quem chamava carinhosamente Oma, era um farol da verdade, protegia-o. A avó Oma trazia um passado de sobrevivência e sacrifício ocorrido na Segunda Guerra Mundial.

A sensação de liberdade no pós-guerra passaria para a mãe de DiCaprio, Irmelim, nascida "num abrigo de bombas" e imigrante legal a trabalhar como secretária. Já nos Estados Unidos, como estudantes do Colégio de New York, Irmelim (hoje com 63 anos) e George DiCaprio (hoje com 65 anos) conheceram-se, casaram e mudaram-se para Los Angeles. Quando o jovem tinha sete anos, os pais separaram-se, casando-se George DiCaprio de novo: o padrinho de casamento era Timothy Leary, o último guru do psicadelismo e das drogas. O seu pai, reconhece DiCaprio, envolvido nas manifestações contra a guerra do Vietname e na contracultura da década de 1960, tinha uma costela hippie com barba e uma longa cabeleira, como se consegue ver abaixo na fotografia do jornal.

A cultura em que cresceu o actor foi violenta e assustou-o deveras: um mundo de cocaína, heroína e prostituição. Talvez por isso ele tenha um olhar de revoltado, de lutador contra o mundo. Aliás, o actor recorda os tempos a seguir a Titanic, filme que fez com a mesma Kate Winslet de Revolutionary Road. E dois pequenos filmes lançados em 1995: The Basketeball Diaries e Total Eclipse, filmes em que interpreta personagens homossexuais. Total Eclipse é um filme que trata dos amores de dois poetas franceses do século XIX: Arthur Rimbaud e Paul Verlaine.

Pela temática, este percurso poderia ser o fim da carreira de Leonardo DiCaprio, mas Martin Scorsese foi um realizador importante para ele. DiCaprio, que começara a sua carreira como modelo ainda em criança e apareceu em mais de 30 anúncios e filmes educacionais e deixou a escola aos 16 anos para entrar numa série de televisão, surge muito maduro em filmes como Gangs of New York, The Aviator e The Departed. Mas ele é muito mais conhecido pelo super-sucesso Titanic, filme que lhe deu fama com a qual ele teve dificuldade em lidar. Na altura, retirou-se do cinema e dedicou-se a causas relacionadas com a preservação do ambiente.

Conhecido do cinema, é também pelas suas paixões com mulheres muito bonitas, sendo a mais badalada a relação que manteve durante cinco anos com a modelo brasileira Gisele Bundchen.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

CONFERÊNCIA "A DITADURA DOS MEDIA"

Quinta-feira, 22 de Janeiro, pelas 21:30, com Mário Bettencourt Resendes, no Colégio do GILCO (Grémio de Instrução Liberal de Campo de Ourique ), no Largo Dr. António Viana, em Campo de Ourique, Lisboa. Mais informações aqui.

OBAMA

Hoje é o dia da inauguration, a cerimónia da tomada de posse de Barack Obama como presidente americano.

Há muitas expectativas quanto ao seu desempenho. As minhas são menores porque realistas: desejo que seja equilibrado nas suas decisões e, se cometer erros, que os assuma e acerte posições. Já basta de intolerância para com os outros: penso no Iraque.

O ROSTO FUTURO DO CINEMA

Na edição de anteontem do Observer, Gaby Wood escreveu sobre a revolução do cinema animado. Como ponto de partida, o filme Bolt, a história de um cão que se julgava dotado de super-poderes junto à sua dona Penny e enfrentava terríveis bandidos. Um dia, o cão resolveu sair do estúdio de televisão e descobriu que não tinha nenhum poder mágico. Vi a versão portuguesa, não ouvindo a voz de John Travolta emprestada ao cão, mas diverti-me na mesma.

John Lasseter entrou na empresa de Walt Disney quinze anos depois do fundador falecer. Começou na CalArts, a escola criada por Disney, e foi o segundo aluno a ser admitido, após trabalhar um Verão com um dos responsáveis por desenhar o Pato Donald, arquivando os melhores desenhos e fotocopiando-os para futuros êxitos. Na época de admissão de Lasseter (1981), começava-se a falar da animação assistida por computador, o que gerou muitas discussões internas a favor e contra. Lasseter, que elogiou o novo modelo, acabou por ser despedido. Depois, vê-lo-emos a co-fundar a Pixar. No final de 1985, Steve Jobs, o visionário por detrás da Apple, comprou a Pixar por 5 milhões de dólares, com o estúdio de animação a fazer o primeiro filme totalmente gerado por computador (Toy Story). Como director ou produtor, Lasseter esteve ligado a oito êxitos da Pixar, entre os quais se encontram Monsters, Finding Nemo, The Incredibles, Cars, Ratatouille, Wall-E, que vi quase todos, numa contínua diversão e admiração pelos bonecos.

Entretanto, a divisão de animação da Disney agonizava, de que dei conta neste blogue mais de uma vez, e os seus patrões decidiram trazer a Pixar para o seu interior, incluindo Lasseter, compra que custou 7,7 mil milhões de dólares. Corria o ano de 2006; mais tarde, em 2008, a revista Newsweek colocava Lasseter entre os mais influentes do mundo, à frente de Oprah Winfrey e o Dalai Lama. Wall-E seria nomeado o melhor filme pela Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles e ganhou, há uma semana, um Globo de Ouro.

Criaram-se muitas expectativas para o nono filme, exactamente Bolt, em três dimensões, que exige a sua visão com óculos especiais. Sucesso da passagem de ano para 2009, os seus produtores esperam encaixar mais de mil milhões de dólares com a sua exibição no cinema e nas outras janelas (vídeo, televisão). Bolt é o segundo filme em três dimensões da Pixar (o primeiro foi Up), preparando-se agora a Pixar para passar para esse formato os principais clássicos da Disney.

O espaço onde habitualmente trabalha Lasseter está animado com imagens de comboios, carros, aviões e barcos do arquivo de Disney, incluindo o pequeno carro azul de 1952 que inspirou Cars. Qualidade é a palavra que Lasseter gosta de usar. E também maravilha - pois cada filme lançado impressiona-nos mais do que o anterior. Uma característica que distingue Disney de Lasseter: aquele dava vida a animais e princesas, este pega em objectos habitualmente inanimados, como um automóvel ou um pequeno computador, e anima-o com sentimentos e vontade. Se quisermos, a Pixar trouxe à Disney uma nova época de ouro, igualmente assente na animação mas com recurso a tecnologias mais poderosas como o computador.

John Lasseter tem 52 anos e é pai de cinco filhos.

MAIS FÁCIL DESCARREGAMENTO DE VÍDEOS DO YOUTUBE

Ontem, na sua newsletter, o European Journalism Centre escrevia sobre novas facilidades do YouTube.

Assim, os vídeos YouTube podem ser acedidos através de uma simples ligação ao sítio do YouTube, abrindo portas a um maior uso pelas comunidades de amadores. Os primeiros vídeos dentro da nova facilidade aparecem no ChangeDotGov Channel, do presidente Obama. Basta um clique na barra de vídeo do sítio do YouTube para que seja feito o descarregamento (download) desse vídeo, com a mesma qualidade MPEG4 (ver a informação igualmente em Ars Technica).

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

UMA NOVA CLASSE MÉDIA NOS ESTADOS UNIDOS?

A revista Newsweek traz um artigo de Henry Cisneros, antigo secretário da Habitação e Desenvolvimento Urbano e presidente da câmara de San Antonio (Texas, Estados Unidos), o editor de Latinos and the Nation’s Future (conjuntamente com Sarita Brown, Nicolás Kanellos e Janet Murguía), a lançar no próximo dia 26, no Center for American Progress, em Washington(ver notícia aqui).

O ponto de partida do texto é simples: os latinos estão a aumentar em termos de população nos Estados Unidos (Latino baby boom), podendo tornar-se uma nova classe média poderosa no trabalho, no sistema escolar, nas actividades cívicas e religiosas, continua o artigo.

O facto do livro ser lançado em Washington realça a força do lóbi latino (em especial o mexicano). E leva-me a associar esta informação à que escrevi ontem sobre telenovelas em castelhano.

AINDA ESTAMOS NUM TEMPO DAS HUMANIDADES?

No seu texto publicado no New York Times de hoje, Stanley Fish assinala o livro de Frank Donoghue ( The Last Professors: The Corporate University and the Fate of the Humanities) e reflecte que os tempos actuais são adversos ao ensino das humanidades. Donoghue indica que se reduzem os departamentos de humanidades com professores a tempo inteiro capazes de dissertar longamente sobre livros com alunos interessados em tais debates. O que importa agora são matérias produtivas, títulos práticos e utilitários.

Filosofia, artes, literatura, história ou línguas mortas são matérias desnecessárias, sem utilidade visível mas que gastam recursos cada vez mais escassos. A medida deste desinteresse é dada pela redução de professores a tempo inteiro (com o grau de associado ou catedrático), que se tornam dispendiosos e pouco produtivos em termos de saber aplicável, hoje apenas com uma quota de 35% do total de docentes, e sua substituição por professores mais jovens e com vínculo laboral precário.

Fish conclui o seu texto de modo irónico: "Há pessoas que, por vezes, pensam que nasceram ou demasiado tarde ou demasiado cedo. Depois de ler o livro de Donoghue, sinto que nasci no tempo certo, pois me parece que não teria uma carreira tão agradável se começasse cinquenta anos depois. Apenas sorte, ao que tudo indica".

O texto de Stanley Fish certamente remete para o estudo divulgado há cerca de um mês, o designado Demography of the Faculty: A Statistical Portrait of English and Foreign Languages, da Modern Language Association. O estudo, feito pela National Study of Postsecondary Faculty (NSOPF), baseou-se em questionários enviados a 35000 docentes (76% de respostas). Comparando 1995 e 2005, ele indica uma quebra acentuada de 10% entre professores a tempo inteiro com vínculo estável e aumento de professores a tempo parcial nos Estados Unidos, no que se refere ao ensino do inglês e de outras línguas.

A meu ver, um movimento tem a ver com o outro. Menos docentes credíveis origina menos confiança.

domingo, 18 de janeiro de 2009

TELENOVELAS EM CASTELHANO NOS ESTADOS UNIDOS

Estão a mudar os hábitos culturais dos espectadores americanos de televisão: muitas das novelas são faladas em espanhol, caso de Fuego en la Sangre (Fire in the Blood) e Cuidado con el Angel (Don't Mess with the Angel), emitidas pela Univision. As noites de quarta e sexta-feiras dão audiências elevadas nos canais da Univision, fazendo frente à CBS, ABC, NBC e Fox.

Os hispânicos são 15% da população americana (47 milhões), mas espera-se que subam para 30% em 2050. As telenovelas de sucesso chamam-se Sin Tetas no Hay Paraiso (Without Breasts There Is no Paradise), de origem columbiana e que conta a história de uma prostituta envolvida com traficantes de droga e que quer aumentar os seus seios para se tornar mais atraente, e Las Tontas no Van al Cielo (Dumb Girls Don't Go to Heaven). Talvez a mais conhecida novela seja Yo Soy Betty la Fea (I Am Betty, the Ugly One), também uma novela colombiana.

As novelas, apesar das suas limitações artísticas, estão longe de ser um mero produto de entretenimento para as culturas de língua castelhana. Muitas delas operam com questões de particular interesse para essas populações nos Estados Unidos, casos de imagem de classe e de corpo, buscando reconhecimento e vontade de progredir socialmente.

A notícia de Christopher Goodwin (Observer de hoje) realça ainda o sucesso de reality shows como Bailando por un Sueño (Dancing for a Dream), uma versão mexicana de Strictly Come Dancing, Sábado Gigante (Big Saturday), Don Francisco Presenta, Cristina e Aqui y Ahora (Here and Now).

Há outro elemento interessante na informação: no momento, decorre uma luta judicial entre a Univision e a Televisa, estação de televisão mexicana. A Univision, comprada em 2006 por um grupo privado, opera em 64 estações de televisão e 70 emissoras de rádio nos Estados Unidos. A Televisa quer acabar com o exclusivo das suas novelas e outros programas nos canais da Univision. A programação desta, ao servir-se dos produtos daquela, dá-lhe a posição dominante no mercado de língua castelhana nos Estados Unidos.

O DIA EM QUE CANETTI E HOBSBAWM SE ENCONTRARAM

Em 29 de Dezembro último, escrevi rapidamente sobre Elias Canetti e Eric Hobsbawm (aqui), a propósito da Europa central e do começo do século XX: "indivíduos cosmopolitas e nómadas nas línguas, nos sítios e nas estéticas, legando obras cuja fruição é um enorme prazer".

No blogue, nunca fiz qualquer aproximação séria a esses autores (excepto em a História social do jazz, de Hobsbawm, aqui). Lera e leccionara sobre Canetti (Massa e poder), sem o passar para o blogue (talvez num destes dias escreva sobre a obra). De Hobsbawm, também li nomeadamente A questão do nacionalismo. As autobiografias dos dois fez-me despertar um novo interesse neles.

Canetti nasceu em Rutschuk, Bulgária, em 1905, judeu sefardita cuja família vinha da Turquia mas de ascendência espanhola, e que viveu em Viena, Manchester, Zurique, Frankfurt e Londres. Também judeu, Hobsbawm, nasceu em Alexandria, Egipto, em 1917, e viveu em Viena, Berlim, Cambridge, LondRes, Paris, passando períodos em Itália e nos Estados Unidos. Alemão, inglês e francês foram línguas comuns a ambos, mas também o espanhol no primeiro e o português no segundo. Latim, hebraico, grego, foram outras línguas que um ou os dois falaram. Canetti dedicou atenção à literatura, acima de tudo, Hobsbawm à história, ambos com nacionalidade inglesa (de pai inglês no caso de Hobsbawm, enquanto a sua mãe era alemã; solicitada no caso de Canetti, ele que escreveu sempre em alemão). Ambos olharam a Alemanha com particular interesse e escreveram sobre o Holocausto e a ruína alemã, mas também sobre a Áustria - ou melhor sobre Viena. Isto é, observaram a decadência dos Estados da Europa central.

Como autobiografias, o espaço dado à infância ocupa lugar central. Até pelas tragédias familiares: os pais de Hobsbawm morrem era ele criança; o pai de Canetti morre era ele criança. Sozinho, entregue a tios, entre Berlim e Londres, em Hobsbawm; com a mãe, ou ausente dela quando esta estava doente, em Canetti. A meu ver, esses percursos foram específicos para os dois, com uma reconstrução interior do espaço familiar. Depois, o percurso social e económico distinto: Canetti oriundo de uma família rica, Hobsbawm de uma família pobre.

Nas duas autobiografias é forte a descrição das cidades, volto uma vez a frisar Viena. O império, decadente, albergava uma riquíssima estrutura intelectual: artes, política, cultural, arquitectónica, das ciências exactas e naturais, da psicologia. Só por esse ponto vale a pena ler os dois livros.

Os dois podem ter-se cruzado em Londres. Mas, para mim, eles encontraram-se e conversaram longamente no café Schwarzenberg, que desde o começo do século XIX serve junto a Ringstrasse, ali no centro da cidade de Viena.


Leituras: Elias Canetti (1995). Massa e poder. S. Paulo: Companhia das Letras
Elias Canetti (2008). A língua posta a salvo. Porto: Campo das Letras
Eric Hobsbawm (1990). História social do jazz. Rio de Janeiro: Paz e Terra
Eric Hobsbawm (1998). A questão do nacionalismo. Lisboa: Terramar
Eric Hobsbawm (2005). Tempos interessantes. Uma vida no século XX. Porto: Campo das Letras

FILMES

De Troca (Changeling, de Clint Eastwood, com Angelina Jolie, Gattlin Griffith, Jan Devereaux e Michelle Martin) e Paris 36 (Faubourg 36, de Christophe Barratier, com Gérard Jugnot, Clovis Cornillac, Kad Merad e Nora Arnezeder), guardo os planos finais: no primeiro, um plano fixo do trânsito rodoviário, eléctrico e humano numa rua de Los Angeles; no segundo, um plano afastando-se do teatro Chansonia até mostrar as ruas e a cidade de Paris como se fosse uma imagem expressionista (no caso deste filme, o plano final é uma cortina que se fecha).

O filme de Eastwwod, apesar de muito correcto na história, não me entusiasmou como os anteriores. Isto apesar de partir de uma temática intimista e atingir um quadro mais vasto, explosivo e de contradições sociais, incluindo a violência política e policial, numa cidade (Los Angeles, no período coincidente com a depressão de 1929). O filme de Barratier, que poderia ser uma peça de teatro sobre um grupo de actores que toma o controlo da sala em 1936, quando emerge a Frente Popular de Leo Blum, não se afasta do cinema como espectáculo.

Os heróis dos filmes são persistentes mas o final não é o mais positivo: Christine Collins (Angelina Jolie) é uma mãe solteira à procura do filho pequeno desaparecido; Pigoil (Gérard Jugnot) é um actor que lidera a ocupação do teatro e o recupera mas perde o que mais lhe importa. Mas os dois têm uma acção fundamental nas histórias a que pertencem: pela acção de Christine, volta a haver justiça numa cidade corrupta; através de Pigoil, uma série de actores voltam a fazer o que mais gostavam, teatro, e o seu filho torna-se acordeonista de nomeada.

Pormenor curioso para mim: Christine desempenha o papel de uma telefonista e vê-se o ambiente de uma central telefónica antes da automatização, com as telefonistas no centro da ligação das chamadas. Dada a grande quantidade de posições (postos de trabalho), a supervisora anda de patins, algo que não existiu em Portugal.

TRÁGICAS

Frida Kahlo teve um acidente de viação em criança que a marcou para o sempre: a sua vida de pintora foi muito interrompida por operações e permanências na cama, com abortos que a impediram de concretizar ser mãe, sempre (ou quase sempre) apaixonada por Diego Rivero. Fernanda Serrano preparou-se para a interpretar, em Viva la vida, com data anunciada para 18 de Fevereiro.

Mas Fernanda Serrano parece tornar-se uma nova trágica. Há uns anos, interpretou numa telenovela o papel de mulher cancerosa. Ao tempo, entrava em campanha publicitária num banco. Mulher bonita, de sorriso largo e longa cabeleira, os anúncios seguintes mostram-na de cabeça rapada e rosto mais comprimido, resultado dos tratamentos médicos da personagem da novela. Mais tarde, o cancro invadiu-a a sério, passando da ficção para a realidade. A actriz confessou recentemente que, mesmo que interpretando o papel, a realidade foi mais dura. Logo a seguir à declaração do final dos tratamentos, a actriz declara querer um papel importante numa telenovela e começa a ensaiar a peça Viva la vida, título que por si só é elucidativo. Mas, mulher bonita de um marido bonito, fica grávida após a quimioterapia, o que a inibe de continuar a ensaiar e a adiar a estreia da peça, pois precisa de descansar. Os médicos temem possíveis complicações pós-tratamento na formação da criança.

Sim, Fernanda Serrano faria o papel da sua vida interpretando a vida de Kahlo: o trágico é um herói que luta contra o ser transcendental controlador dos acontecimentos que lhe acontecem.

sábado, 17 de janeiro de 2009

CRISE NOS MEDIA

Também chega o Jornal da Madeira, segundo diz o Público de hoje. O capital social do jornal é detido em 99% pelo Governo Regional. Prevê-se um corte de 20 trabalhadores em secções que não a redacção.

ZON GANHA O 5º CANAL

Garante o Expresso na sua edição de hoje, dizendo que tal será conhecido publicamente na próxima sexta-feira. A Controlinvest e a Cofina, que haviam desistido de concorrer isoladas ao concurso decidido pela ERC, são parceiras da ZON (cada uma detém 5% do capital desta empresa de telecomunicações e multimedia), o que significa que todos estes intervenientes ficam satisfeitos.

Uma nota: a jornalista Rosa Pedroso Lima, autora da peça, diz que a ZON pertence ao grupo PT. Isso era verdade até ao momento da separação dessas empresas.

CONFERÊNCIA EM TOMAR SOBRE A PRIMEIRA EXPOSIÇÃO DO GRUPO SURREALISTA

Na próxima segunda-feira, dia 19, pelas 18:00, no Clube Thomarense, em Tomar, há lugar para a mesa redonda Exactamente, 60 Anos Depois, a propósito da primeira exposição do Grupo Surrealista de Lisboa. Na mesa redonda participam José-Augusto França, Rui Mário Gonçalves, Raquel Henriques da Silva e Cristina de Azevedo Tavares (informação recolhida na agenda cultural de Tomar).

25 ANOS DE CLUBE DE JORNALISTAS


O Clube de Jornalistas faz 25 anos, conforme indica a sua revista Jornalismo & Jornalistas (nº 36, de Outubro/Dezembro de 2008).

Foi em Novembro de 1983 que nasceu o Clube, para "dar espaço à cultura, ao lazer e ao convívio entre jornalistas", como se lê na introdução do número da revista e retirado do texto de Ana Luísa Rodrigues. Hoje tem 700 associados e já fez jogos nacionais e ibéricos, bailes de reveillon, Prémios Gazeta e tem a revista, um sítio na internet e um programa na televisão.

Para além do texto de Ana Luísa Rodrigues, destaco o de Fernando Correia, uma das almas da publicação (reparte a direcção editorial com Eugénio Alves), sobre os objectivos da revista.

Comovente é também a homenagem a Acácio Barradas, recentemente desaparecido e que ainda consta do conselho editorial da revista. Conheci-o mal, foram conversas avulsas, mas eu tinha uma grande admiração pelo seu trabalho e pela sua carreira. A ler a entrevista que Fernando Correia e Carla Baptista lhe haviam feito a propósito do livro destes, Jornalistas. Do ofício à profissão. Mudanças no jornalismo (1956-1968) (e de que eu escrevi aqui).

CARTOON XIRA 2008

No Celeiro da Patriarcal, em Vila Franca de Xira, de 21 de Fevereiro a 29 de Março, com o melhor dos cartoons de 2008. Na agenda cultural daquele concelho, Roteiro, indica-se que o cartoon político é um dos temas mais explorados na mostra, já conhecida pela qualidade e originalidade.

FERNANDO LOPES-GRAÇA EM TOMAR

Ainda não conheço a Casa Memória Fernando Lopes-Graça, na rua Dr. Joaquim Jacinto, 25, em Tomar. Ela foi inaugurada no passado mês de Dezembro.

Retiro algumas informações da agenda cultural de Tomar deste mês. Nascido em 1906, Lopes-Graça tem agora perpetuado na sua casa um tributo à sua vida e obra, com certidões de nascimento, partituras e peças ligadas a si. Lê-se no Boletim que ele, compositor de influências modernistas, esteve aliado à recuperação da tradição musical portuguesa.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

TIPOGRAFIA

Lê-se no blogue TIPO - Projecto Tipográfico: "Tipo é um projecto onde a tipografia desempenha o papel principal. Embora a sua origem seja académica, o seu resultado é democrático. Nesta fase inicial, o projecto é comunicado por meio de um documentário onde se registam participações de António Baptista de Lima representando a Tipografia Camões, Paulo Heitlinger, autor do livro Tipografia e, por fim, o Museu Nacional da Imprensa situado no Porto, Portugal".



[Texto e vídeo (Bruno Cunha, Francisco Costa, Jorge Baptista) a partir do blogue TIPO - Projecto Tipográfico]

HISTÓRIA E CULTURA

A revista Estudos do Século XX, do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra – CEIS20, nove anos após a publicação do seu primeiro volume, com o título Estéticas do Século, e cinco anos depois do colóquio Transformações Estruturais no Campo Cultural Português, 1900-1950, prepara o nono volume, a publicar em 2009, subordinado ao tema Hipóteses de Século. Com o tema, a revista procura reflectir "a diversidade e a complexidade das investigações levadas a cabo desde então" e constituir "a oportunidade de repensar as relações entre as artes, a cultura e os fenómenos políticos, sociais e económicos, contribuindo assim para o acréscimo de inteligibilidade do século XX português". O volume é coordenado pelo professor António Pedro Pita.

Assim, a publicação abre a submissão de trabalhos científicos, sob a forma de artigos científicos ou recensões bibliográficas, dentro das seguintes linhas temáticas:

1. O intelectual e os movimentos intelectuais:
- genealogia e auto-consciência do intelectual;
- circulação e modos de apropriação das ideias;
- história dos movimentos intelectuais;
- intelectuais e artistas;
- os intelectuais e a política;

2. A prática das artes: teoria e crítica; tradições e rupturas:
- a arte como acontecimento social;
- história das ideias estéticas;
- teorias de correntes e movimentos artísticos;
- história e teoria da crítica;
- tradição e ruptura na prática individual da arte e nas correntes artísticas;

3. A invenção e a socialização das artes — meios, lugares e instituições:
- estudo de lugares, instituições e dispositivos de produção/reprodução do pensamento nas suas várias formas;
- autonomia, coexistência, cruzamento e mistura dos lugares de invenção e de socialização;
- escolas, academias, salões, galerias, fundações, cafés;
- publicações;
- políticas de cultura;

4. Indústria cultural e dispositivos de recepção:
- génese e afirmação dos meios de comunicação de massa (cinema, rádio, televisão, grande imprensa, publicidade);
- transformação dos dispositivos de recepção e reconfigurações do espaço público;
- a cultura entre o artístico e o político.


Os interessados em colaborar deverão manifestar o seu interesse por e-mail (
estudos.sec.xx@gmail.com), até ao dia 15 de Fevereiro, com título provisório do trabalho, um pequeno resumo e uma nota biográfica (incluindo nome, grau académico e instituição onde foi obtido, afiliação e endereço institucional completo, número de telefone/fax, e-mail e até 5 publicações recentes). Outro email para informações: iml@ci.uc.pt. Sítio: CEIS 20.

CLUSTERS CRIATIVOS EM CONFERÊNCIA EM ÓBIDOS

A rede CREATIVE CLUSTERS – "Clusters Criativos em Áreas Urbanas de Baixa Densidade", foi aprovada no âmbito do Programa URBACT II da União Europeia, liderada pelo Município de Óbidos (ver aqui). A rede tem "como objectivo essencial promover a troca de experiências e melhores práticas e propor recomendações políticas e planos de acção para o desenvolvimento das indústrias criativas e a atracção e retenção de talentos em centros urbanos de pequena e média dimensão. O pressuposto da iniciativa é que a criatividade pode constituir-se como o motor do desenvolvimento de áreas de baixa densidade e não apenas de grandes cidades" (texto completo aqui).

A conferência de lançamento da iniciativa (Creative Clusters in Small Urban Centers: Challenges and Opportunities) terá lugar em Óbidos, no dia 22 de Janeiro (
inscrição Online gratuita).

CONTROLINVESTE ANUNCIA MAIOR DESPEDIMENTO COLECTIVO NOS MEDIA DESDE A DÉCADA DE 80

Este é o título da notícia na edição de hoje do Público, referindo-se ao corte de 122 trabalhadores da Controlinveste, grupo de media proprietário de Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo e 24 Horas. Os despedimentos significam 12,2% dos efectivos do grupo. Metade das saídas são jornalistas, em especial dos dois principais jornais. A administração do grupo justifica a decisão com a quebra de vendas na imprensa escrita.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

UM SÍTIO

O de António Pinto Ribeiro, exemplo de boas práticas de um CV na internet.

SÍTIO SOBRE MUSEUS

Museologia.porto é uma rede para estudantes, investigadores e profissionais de museus partilharem fotos, videos, documentos, projectos e ideias sobre o mundo dos museus, criado por Alice Semedo, museóloga e docente da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

A IMAGEM DA CHINA


Em 2009, o governo chinês vai investir cinco mil milhões de euros nos seus principais media com o objectivo de melhorar internacionalmente a imagem do país. Com o seu rápido desenvolvimento económico nas duas últimas décadas, a China está a atrair muito a atenção da comunidade internacional (hoje foi anunciado que a China é o terceiro país de economia mais desenvolvida, a seguir aos Estados Unidos e Japão, tendo já ultrapassado a Alemanha). A China percebeu, entretanto, que a imagem criada nos media globais não é positiva, bem menos cotada que o crescimento económico.

Os media oficiais mais importantes da China, como a televisão China Central Television (CCTV) e o jornal estatal Diário do Povo, estão a ouvir consultores e a desenhar propostas integradas no orçamento de propaganda, além de admitir repórteres e especialistas estrangeiros. A televisão oficial CCTV lançará durante 2009 canais árabes e russos.

Fonte: texto de Bei Wang, newsletter da Radio Netherlands Worldwide, de hoje