Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
domingo, 12 de setembro de 2010
RÁDIO CLUBE DE MONSANTO - 25 ANOS DE EMISSÕES
O livro 25 anos consigo. História duma rádio de proximidade (2010) indica a data de 8 de Junho de 1985 como o começo das emissões da Rádio Clube de Monsanto. A alma do projecto foi e é Joaquim Fonseca, professor do ensino secundário e antigo colaborador da Rádio Altitude. O primeiro emissor foi construído pelo rádio-amador CT1BJS, Reinaldo Pedro Ramos Serra.
Em carta dirigida ao presidente da câmara municipal de Idanha-a-Nova, a que Monsanto pertence, Joaquim Fonseca informava das emissões experimentais nesse dia e no dia seguinte, afirmando haver regularidade de emissões a partir de Agosto seguinte com um emissor a funcionar nos 102,5 MHz, ligado à Casa do Povo de Monsanto. Como se pode ler no volumoso livro sobre a história da estação, uma carta dos CTT (3 de Dezembro de 1985) respondia não poder autorizar a montagem do emissor, dada a ausência de legislação sobre o assunto (radiodifusão), motivo de grande discussão nesse período. Os CTT enviariam o pedido para a Secretaria de Estado da Comunicação Social. No começo de 1986, a estação apetrechava-se tecnicamente, nomeadamente a modificação do emissor de 2 para 20 watts e a instalação de uma torre de 15 metros, num total de mais de 370 mil escudos, valor muito elevado na época.
Em Abril de 1987, Joaquim Fonseca e outros amigos fundavam uma cooperativa para consolidar o projecto da rádio e o ideal da promoção social e cultural da região. Um testemunho publicado no livro menciona o valor de oito mil contos o total do investimento na rádio naquela altura. Outro testemunho assinala a estrutura da programação: gravações com contos, versos, vozes e instrumentistas da região.
Da correspondência inserida no livro, sabe-se que a rádio encerrou em 24 de Dezembro de 1988. Muitas vozes locais pugnaram pela reabertura, invocando a utilidade pública da estação como principal razão para a sua manutenção, como o presidente da câmara de Idanha-a-Nova e o actor e autor Fernando Curado Ribeiro. As páginas 87 e seguintes do livro historiam os actos mais importantes da emissora entre 1985 e 1988.
Com data de 24 de Maio de 1989, Joaquim Fonseca anunciava a abertura de um novo emissor, em 98,7 MHz, a funcionar entre as 15:00 e as 24:00, já perfeitamente legalizado. Seguir-se-ia uma angariação de novos sócios para apoiar a iniciativa. A potência do emissor seria de 26 watts. O alvará da Direcção-Geral da Comunicação Social aprovava a emissora desde que esta não emitisse acima de duas horas de publicidade.
[obrigado à família Martins pelo exemplar do livro]
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