Em 1957, Manuela Patrocínio começou a sua actividade como locutora de rádio, então ao serviço do SNI, participando também em folhetins radiofónicos. Concorreu a um lugar na Emissora Nacional como locutora e ficou. Que Quer Ouvir (discos pedidos), Correio dos Ouvintes e Clube dos Madrugadores (para emigrantes) foram programas em que se destacou.
No Correio dos Ouvintes de 6 de Dezembro de 1966, programa com música e mensagens para portugueses no mundo (referido como "dedicado aos que se encontram ausentes do lar"), Manuela Patrocínio falava nos nomes dos ouvintes. A Américo de Jesus Nunes pedia que lhe fizesse chegar uma fita gravada para ser transmitida no Natal, a Joaquim Vieira Fontes, a residir em Cabo Verde, dedicava uma música e enviava revistas, a Júlio da Silva Matos era portadora de mensagem de saudades da noiva dele e fez tocar a música Cantiga de Boa Gente, a César Joaquim Simões dava conta da saúde da tia dele e passava Carlos do Carmo. Muito mais gente foi receptora de mensagens, incluindo um alferes J. E. Marques Patrocínio, a quem a locutora tratou familiarmente por Zé (no bate-papo semanal) e mandou cumprimentos ao capitão Valente e ao alferes Fevereiro. Namorar pela rádio?
Hoje, já não há esta poesia nas ondas hertzianas, pois o telefone celular e o Facebook substituíram as mensagens unidireccionais da rádio. Mas, afinal, o serviço público continua, com a locutora-jornalista da Antena 1 Alice Vilaça a falar diariamente com Portugueses no Mundo, onde estes contam histórias do país de acolhimento, do emprego, dos sítios a visitar, da comida e das saudades. Só não há música nem mensagens de familiares nem um certo sentimento de inferioridade ou obrigação.
[imagens retiradas da revista Plateia, de 13 de Abril de 1971, e da página do sítio do Museu RTP, de 6 de Dezembro de 1966].
No Correio dos Ouvintes de 6 de Dezembro de 1966, programa com música e mensagens para portugueses no mundo (referido como "dedicado aos que se encontram ausentes do lar"), Manuela Patrocínio falava nos nomes dos ouvintes. A Américo de Jesus Nunes pedia que lhe fizesse chegar uma fita gravada para ser transmitida no Natal, a Joaquim Vieira Fontes, a residir em Cabo Verde, dedicava uma música e enviava revistas, a Júlio da Silva Matos era portadora de mensagem de saudades da noiva dele e fez tocar a música Cantiga de Boa Gente, a César Joaquim Simões dava conta da saúde da tia dele e passava Carlos do Carmo. Muito mais gente foi receptora de mensagens, incluindo um alferes J. E. Marques Patrocínio, a quem a locutora tratou familiarmente por Zé (no bate-papo semanal) e mandou cumprimentos ao capitão Valente e ao alferes Fevereiro. Namorar pela rádio?
Hoje, já não há esta poesia nas ondas hertzianas, pois o telefone celular e o Facebook substituíram as mensagens unidireccionais da rádio. Mas, afinal, o serviço público continua, com a locutora-jornalista da Antena 1 Alice Vilaça a falar diariamente com Portugueses no Mundo, onde estes contam histórias do país de acolhimento, do emprego, dos sítios a visitar, da comida e das saudades. Só não há música nem mensagens de familiares nem um certo sentimento de inferioridade ou obrigação.
[imagens retiradas da revista Plateia, de 13 de Abril de 1971, e da página do sítio do Museu RTP, de 6 de Dezembro de 1966].
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