sexta-feira, 2 de abril de 2004

ACTUALIZAÇÃO (ao post de 27 de Março)

A Media Capital já se estreou na Bolsa de Valores esta semana. Segundo os jornais, o encaixe da operação de entrada na bolsa terá valido €250 milhões. A Vértice, empresa controlada por Paes do Amaral, mantém-se como principal accionista da Media Capital, embora reduzindo a sua presença de 41,2% para cerca de 25%. Accionistas de referência tornaram-se os fundos de pensões da PT e bancos como o BCP, a CGD, o BES e a Fidelity.

No post que coloquei no sábado neste sítio, e seguindo o que escrevera Nicolau Santos, do Expresso, considerei que se estava perante um fracasso – o da entrada na bolsa da Media Capital, cuja jóia da coroa é a TVI. Afinal, os dados estavam errados. Ou porque a movimentação da Media Capital na bolsa era fraca na sexta-feira, ou porque outros interesses não eram divulgados no texto do jornalista que acompanhei. A realidade é que a Media Capital teve uma procura de 65 milhões de títulos, quando só estavam à venda 46,4 milhões, o que é indicador da grande procura. Paes do Amaral considerou que houve uma campanha de alguma imprensa nacional contra este movimento. A mim parece-me que ele existiu.

Claro que há pontos fracos no negócio. Primeiro, €100 milhões do encaixe destinam-se para diminuir a dívida da Media Capital, o que significa uma grande pressão financeira nos negócios do grupo. Segundo, a ideia inicial de dispersar o capital falhou – o que ocorreu foi a entrada de accionistas institucionais, que terão uma palavra a dizer na gestão do grupo. Terceiro, no dia da estreia das acções, o preço baixou 15 cêntimos, o que é pouco normal num título que surge de novo na bolsa. Quarto, os próprios colaboradores do grupo não acreditaram no sucesso da operação; apenas 58 terão dado ordem de aquisição.

Nota posterior (às 18:00): no terceiro dia de negociação da bolsa, a Media Capital encerrou nos 4,13 euros (perdeu 0,96% face a ontem).

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