sábado, 22 de janeiro de 2005

INDÚSTRIA FONOGRÁFICA - DE NOVO

Na revista Observatório já aqui referenciada algumas vezes, com o título A cadeia de valor do audiovisual, escreve-se, a propósito da indústria fonográfica, que esta envolve as seguintes actividades: "o desenvolvimento/criação, a negociação de direitos, a produção e reprodução, o marketing e promoção, a distribuição e comercialização e o consumo" (p. 74).

Da produção...

O retomar do tema, que já aludira ontem, prende-se com os artigos surgidos ontem no DNM[úsica] (Diário de Notícias), com o título "O futuro passa muito por aqui", e na revista "Actual" (Expresso), com o título Especial da casa. No primeiro texto, faz-se o levantamento de algumas editoras independentes: Loop Recordings, Lux Records, Metrodiscos e Transformadores.

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Segundo o responsável da Metrodiscos, [sou] "independente porque não tenho uma estrutura gigante para me suportar e tenho de estabelecer parcerias com quem me distribua os discos. Quanto à crise, 2004 foi um ano atípico, porque fiz as edições com o [jornal] Blitz. O facto de ser uma editora independente faz com que não me meta em grandes cavalgadas de budget. Isso implica que os meus breakevens sejam inferiores". Já para um dirigente da Transformadores: "A edição independente, ao ser menos generalista e mais direccionada a nichos de público, pode facilmente contornar a crise. Se considerarmos que os custos de produção do circuito independente são adaptados aos projectos e as estruturas editoriais mais flexíveis, creio que o futuro passa muito por aqui".

Há duas linhas de força nesta peça, assinada por M.L./R.S. A primeira é que as produtoras independentes, com pequenas estruturas, adaptam-se mais facilmente aos tempos difíceis em que vivemos. A segunda é a necessidade imperiosa de mais estações de rádios e com mais frequência passarem a música nacional.

...à comercialização

Para além da crise económica, o mercado discográfico está muito afectado pela implantação do formato MP3, e a consequente profusão de cópias e de partilhas pela internet, escreve César Avó, no Expresso. Nos últimos anos, houve um conjunto de lojas de grande superfície que desapareceram: Virgin, Valentim de Carvalho e Roma (as três marcas em Lisboa e Porto) e Strauss. Ao mesmo tempo, a FNAC emergiu como a grande superfície de comercialização fonográfica.

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O texto aponta para a sobrevivência das lojas tradicionais, que apostam na especialização. Entre elas, contam-se a Trem Azul, na rua do Alecrim (Lisboa), especializada em jazz, a AnAnAnA, no Bairro Alto, com um catálogo de música experimental, electrónica e jazz, o Mundo da Canção, às Picoas (também em Lisboa, a partir do começo no Porto), dedicada às músicas do mundo, a Carbono, no Centro Comercial Portugália, com rock (punk, hardcore, metal, independente), e a King Size, na rua da Madalena, com reggae, dub, hip hop, dancehall, e vinis em segunda mão.

Para além da especialização, as lojas pequenas tentam captar clientes com preços mais baixos que a FNAC. Ou seja, vale a pena fazer uma ronda pelas lojas do comércio tradicional. Até porque ficam em zonas bonitas da cidade!

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