terça-feira, 1 de março de 2005

VENDA DA LUSOMUNDO

A notícia vem de ontem, mas os jornais fazem referência a ela hoje: a PT vendeu o grupo de media Lusomundo à Controlinveste (que detém o grupo Olivedesportos) por €300,4 milhões.

Assim, a nova proprietária dos media da Lusomundo passa a detê-los a 100%. A venda fica ainda sujeita à apreciação da Autoridade de Concorrência e ao parecer da Alta Autoridade para a Comunicação Social, mas tudo deve passar bem, dado que a Controlinveste não tem problemas de concentração dos media, como outros concorrentes à compra tinham. A cara visível do negócio é Joaquim Oliveira, sócio do canal por cabo Sport TV e do diário desportivo O Jogo.

Acaba assim, para a PT, um negócio fora do seu core-business, as telecomunicações, iniciado na segunda metade da década passada, e que nem sempre correu bem. Do grupo agora vendido fazem parte dois jornais nacionais (Diário de Notícias e Jornal de Notícias), uma rádio regional (TSF) e interesses em outros jornais e empresas gráficas.

2 comentários:

Anónimo disse...

A concentração dos grandes mídias não me parece muito preocupante. É um negócio como os outros e os seus 'patrões' procuram, naturalmente, economias de escala.
Por outro lado, nas pequenas localidades onde os jornais regionais têm um importante papel dinamizador, cultural, etc, é que a concentração, que envolve poucos recursos humanos e financeiros, pode causar danos. 'Manipular' 15 mil pessoas através de 4 jornalistas é bem mais fácil do que manipular um milhão através de 500 jornalistas.

Rogério Santos disse...

Obrigado ao leitor anónimo que deixou uma mensagem. Concordo com o que diz. Porém, nem só de jornais regionais há que ter medo. Estou a falar do item concentração. Um número pequeno de jornalistas fazem os gratuitos como o Destak e o Metro, que circulam em muitas dezenas de milhar de exemplares. A influência é enorme e a relação entre jornais pagos e gratuitos atinge um novo equilíbrio, com certeza não positivo para os que são pagos.

Pena tenho que o leitor anónimo seja anónimo em si, pois não há mais possibilidades de comunicar além da colocação desta mensagem, o que é pouco para quem gosta de discutir e investigar estes temas.