terça-feira, 26 de abril de 2005

THUMBSUCKER

Thumbsucker (2004), filme de Mike Mills, teve ante-estreia no IndieLisboa 2005 (o filme já tem assegurado o circuito comercial, anunciado para Setembro deste ano). A história anda à volta de Justin Cobb, um adolescente de dezassete anos que ainda chucha no dedo. A família pretende que ele abandone o hábito, o mesmo acontecendo com o seu dentista e psicólogo amador, que aconselha a hipnose. Justin consegue superar o hábito, mas à custa de um medicamento de substituição.

Trata-se, pois, da observação de um adicto (outras formas de adicção incluem drogas, alimentação e roubo). A performance escolar de Justin sobe, sendo promovido ao grupo dos debates, concurso inter-escolas onde se torna quase profissional da argumentação. Mas o jovem regride, devido à pressão de ganhar. Volta-se para o consumo de drogas, enquanto tenta entrar na universidade.

O filme é, em simultâneo, terno e violento. A narrativa decorre com igual equilíbrio ao longo dos mais de 90 minutos de projecção, sem saltos bruscos. Os personagens surgem bem caracterizados, com a tensão em torno deles a crescer gradualmente. A América do interior (Oregon?) é mostrada num misto de urbanismo e ligação aos afectos antigos dados pela terra. Nova Iorque funciona como um sonho e uma distância entre Justin (que vai estudar para lá) e o resto da família e amigos. A banda sonora é um elemento preponderante no conjunto do filme.

Para além dos seus trabalhos no cinema, Mike Mills é realizador de videoclips e artista gráfico. Foi responsável pelas curtas metragens Paperboys e The Architecture of Reassurance, esta última apresentada no festival de cinema independente Sundance, em 2000. Dos vídeos musicais que dirigiu contam-se bandas como Everything But The Girl, Yoko Ono, Moby e Zoot Woman. Expôs obras suas nas galerias MU (Holanda), Alleged (Nova Iorque) e Colette (Paris).

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