quarta-feira, 19 de outubro de 2005

ENTRADAS PARA UM DICIONÁRIO (III)

[continuação de mensagens colocadas em 28 de Agosto e 6 de Outubro]

Cadeia de valor e clusters

Empresas que contratam outras para determinados trabalhos – isso é visível no cinema e na televisão. Mas também na imprensa (cadernos, produtos que acompanham os jornais, promoções e colecções). Em que o jornalista se torna produtor de conteúdos. É esta dicotomia que também procuro reflectir – autonomia do jornalista (igual a profissional liberal) versus colaborador de um produto.

Análise SWOT

Temos pela frente cinco anos de transformações fantásticas: aplicação das tecnologias, uma nova geração no poder, novos conhecimentos, cultura digital iniciada nos videojogos (e já não na televisão), publicidade que procura meios quase personalizados, marketing de distribuição, P2P, novas estéticas (narrativas), perda da ideia de massa começada no começo do séc. XX. A estes pontos fortes, enunciados nas linhas anteriores, juntam-se pontos fracos: crescimento de iliteracias (electrónicas, geográficas), emprego instável e sujeito a reciclagens permanentes, centramento nos produtos de sucesso, que leva a fórmulas repetidas até à exaustão. Estas são também as ameaças, juntando-se o domínio de cada vez menos (apesar de mais ideias vindas de mais pessoas, que funcionam como pioneiros) – logo mais poder – e em geografias mais concentradas. E oportunidades? O regresso da cultura, da inovação, de redes e espacialidades. A cultura parece-me imprescindível – não a local, mas um mix entre o local e o universal, que permite mestiçagens, novas estéticas (não vanguardistas ou elitistas mas de marca, de posição espacial e geracional), mais artes performativas (no sentido do dinâmico, por oposto ao estático), em combinatórias não previsíveis.

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