quinta-feira, 17 de novembro de 2005

PENSAR DIGITAL

Vem no blogue Media Network Weblog de ontem: dirigentes da Intellect, a associação comercial inglesa ligada à indústria de alta tecnologia, falaram na Casa dos Comuns, na comissão de Cultura, Media e Desporto, sobre o apagão analógico. Segundo a associação, é necessário aumentar a percepção pública e levar as pessoas a pensarem digital tão depressa quanto possível. Um dos seus responsáveis, Laurence Harrison, entende que o conhecimento que a população venha a ter dos benefícios dos produtos digitais, nomeadamente os benefícios da televisão digital, conduzirão a uma procura que fará aumentar a produção industrial. Esta deverá crescer gradualmente e não por picos de procura, o que poderia acarretar problemas no fornecimento de equipamentos.

Observação: o Reino Unido tem uma importante indústria de alta tecnologia. Ainda o ano passado por esta altura, a convergência de interesses industriais e políticos levou a que se desse a massificação do sistema digital de recepção de rádio, o DAB. Agora, os interesses comerciais e industriais procuram ligar-se, de novo, aos políticos. Essa conjugação é frutuosa. Em Portugal, ainda se não atribuiu a licença para operar em sistema digital terrestre na televisão, depois de um arranque falso, o que significa que o complexo industrial e comercial ainda não sente forças ou não há vontade política para avançar com o apagão analógico. Não me parece que haja volta a dar à evolução tecnológica já no terreno - a partir da qual os interesses comerciais e sociais se desenvolvem. Esperemos que a nova autoridade reguladora dos media signifique o arranque de uma nova era em Portugal e que 2006 seja o ano da discussão e das grandes decisões sobre o digital.

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