domingo, 2 de abril de 2006

PRODUÇÕES FICTÍCIAS

Público e Diário de Notícias deram ontem destaque à empresa Produções Fictícias, responsável por alguns dos grandes sucessos de televisão (e também rádio e imprensa), a propósito dos 13 anos da empresa e da saída de um livro sobre o assunto.



Assim, Herman José (textos) e Contra-informação na televisão, O inimigo público na imprensa, O homem que mordeu o cão (de Nuno Markl) na rádio, Manobras de diversão no teatro e É a cultura, estúpido!, tertúlia sobre livros, blogues e cultura, fazem parte do portfólio das Produções Fictícias. Estas têm a sua figura central em Nuno Artur Silva, lisboeta de 43 anos, professor de português antes de se dedicar ao guionismo, argumentação e escrita (poesia, teatro e banda desenhada).

Nuno Artur Silva olha com algum desencanto o modelo televisivo português actual. Na entrevista dada ao Diário de Notícias, comenta que, enquanto a oferta internacional é muito rica, aqui continuamos a produzir histórias em que há criadas e empregadas, em que o rico casa com o pobre, com lugares comuns e estereótipos sociais. Reconhece que há um estreitamento de mercado: Rui Vilhena, só porque teve um êxito em novela televisiva, criou uma empresa; Teresa Guilherme, na SIC, dá a concepção e execução de novelas à empresa do marido; a SIC adapta formatos espanhóis; a TVI, apesar do sucesso de novela, tem um modelo ditatorial, que anda em torno do formato vencedor. E conclui afirmando que o futuro vai passar pelo consumo diversificado da "televisão" em diversos suportes, como o telefone celular e o iPod, em que um conceito tornado marca tem sequência nesses vários suportes, da televisão ao livro, do DVD ao merchandising.

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