segunda-feira, 5 de março de 2007

CARTA ABERTA AO SENHOR MINISTRO DOS ASSUNTOS PARLAMENTARES


E COM O PELOURO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
Prezado Professor Augusto Santos Silva

Com a extinção do ICS (Instituto de Comunicação Social) e a sua substituição pelo GMCS (Gabinete para os Meios de Comunicação Social), uma estrutura mais pequena, espero que não estejam em perigo os incentivos à investigação e à edição de obras sobre comunicação social. A estrutura actual das editoras e a fragilidade de leitura (e aquisição de livros) podem marcar, caso se eliminem os incentivos, o desaparecimento de obras sobre os media. Os subsídios a livros de comunicação social começaram cerca de 1997. No ano passado foram apoiadas 16 obras, num total de €48 mil. Em termos de leitura externa ao processo de análise e atribuição de subsídios, tenho por muito meritório o trabalho desencadeado pelos júris nomeados pelo ICS (no meu caso, foram apoiadas duas obras).

Algumas das obras subsidiadas em 2006 já foram editadas. Nas próximas semanas, por exemplo, sairá o livro de Sara Pereira, Por detrás do ecrã – televisão para crianças em Portugal (Porto Editora), certamente um grande acontecimento para percebermos a recepção dos media (Sara Pereira é professora da Universidade do Minho e uma das maiores especialistas portuguesas no tema).

Parece estar a ser ponderada a integração do incentivo na política de apoio a obras na Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Na minha perspectiva, a FCT tem uma abrangência geral e não é especialista em comunicação social, pelo que não terá competências específicas.

Por isso, Senhor Ministro, peço - e creio haver mais pessoas que pensam como eu - que seja ponderada adequadamente a continuação dos apoios à edição de livros da área de comunicação social, por parte de entidades associadas ao Estado, e a sua adequada alocação.

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