Mensagem dedicada a leitores(as) que gostam especialmente de sapatos.
Jonathan Walford (à direita na imagem, retirada do sítio TheRecord.com), licenciado em História e Estudos em Museologia pela Universidade Simon Fraser, leccionou e começou a sua carreira no campo museológico em 1977, na área da moda.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzYkHnM_Jp8i8H7BxigXId8N8I6RDXsi2Tda2gZV5-LRsHsF23eb1RnX2zFfb85Hj-qlVvenC-As7q-Z6GLpMYTeG9sc53ebQanL8wFEA4Ytq_7gPHMVbudAUu0dGiugl0LILL/s200/walfordadireita.jpg)
Agora, Walford publicou o livro The Seductive Shoe. Four centuries of fashion footwear (com 429 ilustrações). Escreve na introdução que o calçado foi, inicialmente, uma necessidade de proteger as pessoas dos elementos (chuva, frio, calor). Mas hoje, e cada vez mais, o calçado é uma moda. Acrescento eu, uma indústria criativa muito importante.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijduHLfTVSbwJZ4BRAlX0iZrZJSdeJs07eokiNwo8Yg-AeOMKRlpgbB4W5GnARvPM6s9vyAHfWV0xrvtwH_vD1lZsLiXTHZ_BcKD8DZYU2qlslhHKJJxdsehPB-Cg6KqZQ_BLE/s320/sapato1.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisZ7mwZTaAIITcAPPCKmTeUaOB0ac8qqyfyr7XCqbbTA0OvtQlui2gP8zzobOSiK3mdQ71dkFP2tUUDvjMcc9BmAcgo5gtFpgoqa6jaW0Wa7XsVktaRP7b1vtIOsRO5DpZpUeu/s200/sapato2.jpg)
Protecção, modéstia e utilidade, eis como o calçado era visto no começo. Mas o sapato passaria a ser também definido pela construção, pelo estilo e pela cor (Walford, 2007: 11). A sandália grega e romana conferiram ao calçado esse duplo estatuto de necessidade e de beleza. Na idade média, o calçado apareceu escondido por baixo da roupa, readquirindo estatuto de moda após o Renascimento. Os materiais são múltiplos, da madeira aos tecidos. O salto no sapato feminino constitui uma presença regular, para tornar mais altas as suas portadoras.
Folheando o livro, pois ainda não houve tempo para o ler, deparam-se-me magníficos modelos, de botas francesas de 1882 (p. 102) a um modelo, igualmente francês, de pele e com salto metálico (1982) (p. 235). Isto é, em cada página ou par de páginas, apresenta-se um modelo e faz-se uma longa e esmerada explicação histórica e social.
Também editado este ano (lançamento comercial nos Estados Unidos no próximo mês) saíu New Shoes. Contemporary footwear design, de Sue Huey e Rebecca Proctor.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6TZMwUrLLVzc-m6fjjXrP_iCULnmjTRC5VSPD9SRqDiVv4aMg1XwLh_Jkoa_72nrmyMczKjvNjbZxG8nszZ5VJnA7aBrOB7Nvtegt59cXYTAQ-zTr8QN7ECX1mQRC4AjjaYxM/s320/sapato3.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzSHvTLkj4uy0QWYYvMONxzVJvvEigaHTyEntUJpDqn2kYIl9dZ-ZZN6moMPRChgbUEUi-3Bp3IFPpOIu0YGckk0IybUdTiZcZUqqW3bQLB7ZVRqXHTz1Ps2pztUfvsdaqAGE3/s200/sapato4.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0KUjNK6NiTHjS8oE8DZNjelxJq8RgT2eLc1vETsEvGJHfwzy_pG36BL1dCFSP3G75pFYhMe98YUYJRASsH9W5IU3T1nDpQPM2k1KCu4_xvC1LE_MSeybVvwqN7t7whZYcq_EW/s200/sapato5.jpg)
Sue Huey é editora da Worth Global Style Network (WGSN) para calçado e acessórios, a mais reputada agência de previsão de moda em todo o mundo. Huey trabalhou anteriormente como designer de sapatos e acessórios para a marca Escada. Rebecca Proctor é jornalista de moda a trabalhar em Londres e tem interesses específicos em calçado e acessórios, escrevendo para publicações como Sam, Amelia's Magazine, and Urban Junkies.
New Shoes. Contemporary footwear design é um catálogo de designers de calçado da actualidade. Há muitos designers italianos, ingleses, franceses, finlandeses, espanhóis, americanos, japoneses, mas nem sequer um português. Isto ilustra a ainda escassa internacionalização de designers nacionais nesta importante indústria criativa e a ausência de escritórios ou lojas de referência em cidades como Londres, Nova Iorque, Paris ou Tóquio.
Fico-me com Minna Parikka, finlandesa que estudou design de calçado em Leicester e lançou a sua própria marca em 2005 (pp. 133-139). Ela combina o moderno com estilos vindos dos anos 1930 a 1950, em que o salto não é demasiado alto. Há, assim, algum revivalismo mas cultivando cores vivas. Parikka tem ainda modelos mais confortáveis, para caminhadas ou saídas de fim-de-semana.
Para concluir, escrevo sobre o volume Stiletto, de Caroline Cox (2005).
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvQJRjAJg0YcC32mdlqyzi2_VsWUDATVMYCz_d7XVC7kcpbdzK8SgVnldHT6Y64_aT6Xy0Wta2bpNRPan5SNXBvp1UI8S2y1ivoC-JtyjA-5kqin7qjiEsJZGXODFxo8Rnlf9m/s320/sapato6.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3lF-EvKbI3-4PxWebD5lrARsQ7prQ5hfcR7EgU2QjWtxXrf5catMJwGymgov5pglWWhIroayLZxhazibxdYAX_cWtPhXwTGktgd8wsbbfxYBxe8Z58OhJDzfdZuXyeGvxFIfy/s200/sapato7.jpg)
Ou, se quisermos um gosto mais clássico, podemos ver Marilyn Monroe (contracapa do livro de Cox), em fotografia de Getty Images/Hulton Archive.
Leituras: Caroline Cox (2005).Stiletto. Londres: Mitchell Beazley
Jonathan Walford (2007). The Seductive Shoe. Four centuries of fashion footwear. Londres: Thames & Hudson
Sue Huey e Rebecca Proctor (2007). New Shoes. Contemporary footwear design. Londres: Laurence King Publishing
1 comentário:
Que artigo! :)
O sapato não sustenta apenas, sugere, salienta e suplanta.
Boas férias
Enviar um comentário