Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
sábado, 19 de janeiro de 2008
ANALÓGICO E DIGITAL
Não percebi, na sua totalidade, a mensagem veiculada no artigo de José Pacheco Pereira de hoje, no Público. Ele escreve sobre a natureza e a técnica (desenvolvida pelos homens nos últimos decénios). Enquanto a natureza continua a usar o tempo (para uma árvore crescer, por exemplo), num ciclo contínuo e sem saltos, o analógico, o homem usa e descarta tecnologias, em especial no momento em que se elogia o digital - não há tempo, não há espaço, existe o virtual. Contudo, o mesmo homem tem um tempo, de 24 horas por dia, que não aumenta. A grande oferta de imagens e informação - a abundância digital - esbarra com o tempo disponível de cada um de nós aceder a essa oferta - a escassez analógica.
Há uma coisa que Pacheco Pereira precisaria de acrescentar: a ideia de consumo, de sociedade que necessita de comprar sempre, incessantemente, como forma de se reproduzir. A maior parte dos equipamentos que compramos não são aproveitados em toda as suas potencialidades. Compra-se um novo portátil ou uma máquina de registar som ou imagem para estar na moda, porque ela(s) traz(em) funcionalidades que nos dizem ser fundamentais. Mas, se calhar, poderíamos ficar ainda mais algum tempo com a máquina antiga. Até por uma questão de revivalismo, como os discos de vinil.
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