Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
sábado, 29 de março de 2008
O SENHOR NA PRIMEIRA FILA
Observação prévia: título usado na coluna "Ciberescritas", de Isabel Coutinho, do jornal Público (caderno "Ípsilon") de ontem.
O texto anda à volta da apresentação - da segunda apresentação, como se fosse um road-show - do livro de José Afonso Furtado, O papel e o pixel, no passado dia 20 (e que aqui dei conta, através de um pequeno vídeo).
Isabel Coutinho apresenta o autor no primeiro parágrafo e faz o mesmo com os convidados da tertúlia: Rui Zink, Nuno Seabra Lopes e Paulo Ferreira. Aproveita ainda o segundo parágrafo para falar de um senhor que se sentava, isolado, na primeira fila. Pergunta a jornalista: "A fazer o quê, logo na primeira fila? A resposta chegou no dia seguinte".
Nesta narrativa cria-se algum suspense, apesar da pronta nomeação do senhor da primeira fila - eu, o autor do vídeo colocado no blogue no dia 20. Nessa noite - aliás, no dia 19 bem perto da passagem para o dia seguinte - eu havia posto uma mensagem dizendo esperar incluir o vídeo no dia seguinte.
Continua a jornalista, já nos quarto e quinto parágrafos:
"E, no dia seguinte, o vídeo lá chegou. O som pode não estar perfeito, a qualidade da imagem também não. Mas o que é que isso interessa? Ele estava lá, na primeira fila e vocês [leitores] não. E através do seu blogue ficamos a saber o que se discutiu. Não sabemos se ele estava a fazer a captação da imagem e som com um telemóvel ou com uma máquina digital, nessa altura ele era só alguém que sabe-se lá porquê se tinha sentado na primeira fila, mas o que sabemos é que o mundo mudou. Hoje, qualquer pessoa com escassos meios consegue ser criador de conteúdos. E mais, facilmente consegue disponibilizá-los rapidamente, gratuitamente, para todos os que estão ligados em rede.
José Afonso Furtado, por sua vez, colocou este vídeo no seu perfil do Facebook e todos os seus amigos ficaram a saber que ele existe. E quem quis enviou-o de novo para outros amigos que se interessam por estas matérias.
No que me diz respeito, muito obrigado a Isabel Coutinho pelas referências simpáticas. Um leitor fiel do jornal e da sua coluna.
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2 comentários:
"O SENHOR NA PRIMEIRA FILA"
Uma questão de estilo
Isabel Coutinho tem vindo a afirmar-se com um discurso muito pessoal, passe a redundância. No inicio estranhamos por se afastar dos lugares comuns, do esteriotipos conhecidos da noticia, cronica ou reportagem. Com o passar do tempo adquiriu consitência, lugar, estilo. No meu entender porque ela ousou ser directa, simples, proxima do que relata, com um cheirinho a provocação desarmante.
Isto para dizer que gostei de " O Senhor na primeira fila". IC da-nos o lado humano da noticia; de certo modo "O Senhor da primeira fila" pertence à sua "familia" de jornalistas - aqueles que estao no que fazem por prazer e sabem transmiti-lo - que consideram que é importante partilhar o prazer. Um prazer contagiante que da vontade ao leitor de reagir, porque se reconhece nele.
é por isso que eu venho aqui a Industrias Culturais: o "estilo" de Rogerio dos Santos sabe-me bem, como soube a Isabel Coutinho.
Recado
para o meu amigo virtual
As portas abrem-se de supetao para quando as julgamos abertas darmos com o nariz na porta (fechada).
Que amigo tao (in)constante!
E por que precisara o virtual de se tornar real?
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