sábado, 29 de novembro de 2008

A TELEVISÃO DO REAL


"Felisbela Lopes é uma investigadora integrada em importantes projectos que o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, da Universidade do Minho, vem desenvolvendo. Este livro, de algum modo, condensa muito do trabalho de reflexão e pesquisa que ali tem sido realizado por um grupo de excelentes investigadores no campo das ciências sociais e da comunicação que visam convocar a responsabilidade social dos media e a participação efectiva da cidadania no processo de uma sociedade mediática" (José Manuel Paquete de Oliveira, no prefácio ao livro de Felisbela Lopes, A TV do Real. A Televisão e o Espaço Público, MinervaCoimbra, 2008).

O livro agora publicado pela editora de Coimbra é o segundo livro saído na mesma colecção. O anterior chamava-se O Telejornal e o Serviço Público, a passagem da tese de mestrado da autora para livro. Por seu lado, A TV do Real tem uma ligação umbilical com A TV das Elites (Campo das Letras, 2007), pois ambos resultam da tese de doutoramento de Felisbela Lopes (fiz aqui alguma referência ao último desses trabalhos).

O que nos traz A TV do Real. A Televisão e o Espaço Público? Três densos capítulos (perspectivas teóricas sobre o meio, espaço público e fronteiras que a televisão integra e/ou reconfigura, informação televisiva como espelho e reconstrução da realidade), onde estão lá todos os autores que vale a pena ler: Habermas, Wolton, Baudrillard, Virilio, Innis, Arnheim (uma interessante recuperação), Bourdieu, Giddens, Jost, Cornu, Dayan e muitos, muitos outros.

Retenho-me no final do primeiro capítulo (p. 73), onde a autora faz um sumário dos tópicos desse capítulo e que mostra a televisão: 1) presa a pressões económicas, 2) subordinada a dispositivos tecnológicos, 3) dependente de constrangimentos estruturais, 4) (re)produtora de conhecimentos, 5) promotora de novas formas de vida, e 6) elo de união. Para Felisbela Lopes, a televisão "opera assinaláveis mudanças qualitativas do nosso mapa social, tendo, desse modo, um papel assinalável no espaço público contemporâneo" (p. 74).

Trata-se de uma obra a ler com toda a atenção, pois é um marco significativo da produção intelectual sobre a televisão no nosso país.

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