quinta-feira, 27 de novembro de 2008

RECORDAÇÃO DE BRASÍLIA (4) - BIENAL DE DESIGN DE BRASÍLIA


Bernardo Díaz Nosty ("El nuevo continente virtual", pp. 18-19, in Tendencias '07 Medios de comunicación. El escenário iberoamericano. Madrid: Ariel) segue Hallin e Mancini (2004) quando estes investigadores, ao escreverem sobre a relação entre sistemas políticos e sistemas de media, descrevem três modelos bem definidos nas democracias ocidentais: pluralista, corporativo democrático e liberal. Ora, dizem estes investigadores, os sistemas da América Latina não encaixam em nenhum destes modelos, mas possuem uma tipologia híbrida com coincidências com o modelo pluralista polarizado da Europa do Sul e com o liberal dos Estados Unidos, Reino Unido e Irlanda. Mas Hallin e Mancini acham que a maior tendência se deve à influência ibérica. Na América Latina não há uma tradição de imprensa crítica, quer pela ausência de uma sociedade civil organizada quer pela personalização da política. Hallin e Mancini destacam ainda a escassa profissionalização dos meios e uma brecha mediática (falta educação para os media, diria eu).

Os media na América Latina são dominados pelo audiovisual, inspirados na variante americana da rentabilidade económica, com atipicidade de consumo (se aumentam os produtos reguionais baixam os programas locais) e atipicidade social.

A década de 1970 foi de uma grande desestabilização política, com regimes militares em mais de dez países, ciclo que mudou na década seguinte. O século XXI assiste ao reaparecimento de regimes autoritários sob a capa de nacionalismos e populismos. A aproximação e afastamento do denominado imperialismo cultural norte-americano - com penetração de produtos televisivos e cinematográficos - é uma marca a seguir. Aí talvez possamos distinguir o Brasil de outros países da região, mais moderado e comprometido igualmente com a desigualdade social sem um discurso fechado como em alguns vizinhos.


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