sábado, 24 de outubro de 2009

SONDAGENS E INQUÉRITOS DE OPINIÃO EM ESTUDO


Esta semana, no decurso da conferência internacional da ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social), foi apresentado o estudo Sondagens e inquéritos de opinião. Diagnóstico e sugestões de medidas a adoptar, de Fernando Cascais, Helena Bacelar Nicolau e José António Vidal Oliveira.

Uma encomenda da própria ERC, o estudo pretende responder a críticas recentes sobre os resultados das sondagens, nomeadamente em eleições realizadas este ano, caso das europeias e das legislativas. Partidos políticos como o CDS-PP (e também a CDU e o PSD) ficaram subavaliados nas diferentes sondagens, tendo mostrado com veemência o seu desagrado. O texto agora publicado vem apresentar algumas sugestões. Em análise 38 sondagens feitas por quatro empresas e a relação existente entre as condições de trabalho dessas sondagens e os media que são os principais clientes e utilizadores dessa forma de recolha de opinião. Diz o estudo logo no começo: "A divulgação mediática do resultado das sondagens de opinião é uma questão muito sensível e continua a apresentar tendências positivas e negativas conhecidas" (p. 5).

Algumas críticas e sugestões: os universos nem sempre estão bem definidos, alguns questionários não contemplam perguntas para estimar o grau de abstenção, o número de entrevistas por entrevistador varia em função da empresa e da dimensão do questionário, algumas empresas não apresentam interpretação técnica aos dados depositados, necessidade de redefinir o conceito de inquérito de opinião face às possibilidades existentes de fazer trabalhos a partir da internet, redução da dimensão da ficha técnica mas com objectividade, falta de controlo das entrevistas, resultados em percentagens sem decimais, distinção entre projecção e sondagem, maior adequação entre empresas de sondagens e meios de comunicação, criação de formação especializada no tratamento jornalístico de sondagens/projecções.

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