Alfredo Keil está associado à Portuguesa, o hino da República que hoje, 5 de Outubro, comemora cem anos de implantação. A Portuguesa, com letra de Henrique Lopes Mendonça, tornou-se a obra mais famosa do autor, adoptada como hino do país em 1911.
De origem germânica (o pai tinha ascendência alemã e a mãe descendia de uma família alsaciana), Alfredo Keil (1850-1907) destacou-se quer como pintor e coleccionador de instrumentos musicais quer como compositor, entre outras aptidões. Da música, depois de ter estudado em Nurenberga, estreia Susana (1883), Patrie (1884), Uma caçada na corte (1884), As orientais (1886), Dona Branca (1888), Irene (1893), Serrana (1899).
Dona Branca é uma ópera de quatro actos com libreto de César Féréal baseada no poema com o mesmo nome de Almeida Garrett. O enredo romântico passa-se na altura da reconquista do Algarve aos mouros durante o século XIII e narra o encontro entre a princesa filha de D. Afonso III, destinada a uma vida religiosa, e o rei mouro Aben-Afan. Este é ferido nos combates com os cristãos e morre nos braços da amada, que decide lançar-se nas chamas do Alcácer de Silves. A ópera, que estreou no Teatro de São Carlos em 1888, foi reposta no ano seguinte e foi representada no Rio de Janeiro. Em 2010, integrada nas comemorações do centenário da República, tornou-se possível voltar a ver em récita a obra de Keil, com a lituana Ausrine Stundyte no papel da infanta D. Branca, o inglês John Hudson no papel de Aben-Afan, rei do Algarve, e os portugueses Luís Rodrigues no papel de Adaour, confidente daquele, e Maria Luísa de Freitas no papel de fada.
Sem comentários:
Enviar um comentário