O texto continua deste modo:
- "A música portuguesa não erudita foi provavelmente até aqui a única indústria cultural nacional não subsidiada", diz o documento [Portugal Music Export (PME), projecto para a criação de um organismo que fomente a exportação e internacionalização da música portuguesa, desenvolvido pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e pela Gestão dos Direitos dos Artistas (GDA)], numa alusão ao facto de haver verbas públicas destinadas à música clássica, teatro, cinema ou artes plásticas, esquecendo-se a música popular contemporânea. "Não estamos a pedir subsídios para artistas sobreviverem no mercado nacional, mas sim a solicitar investimento estratégico, de acordo com as nossas potencialidades e com o conhecimento que temos do mercado global."
[...] Nos anos 90, quando se pensava em cultura pop ou rock éramos de imediato transportados para os EUA e o Reino Unido. À volta não era o deserto, mas quase. Nos últimos dez anos muita coisa mudou. Os mercados inglês e americano ainda predominam, mas a realidade é fragmentada, e países que não tinham muita visibilidade no panorama global acabaram por se afirmar.
É esse o caso do Canadá dos Arcade Fire, Broken Social Scene, Final Fantasy ou Feist, com cenas musicais vibrantes em cidades como Montreal, Toronto ou Vancôver. Naquele país a organização Factor, não exclusivamente dedicada à exportação, congrega dinheiros públicos e taxas de rádios privadas (cerca de nove milhões de euros anuais) para apoiar a indústria. Na Europa, países como Inglaterra, Alemanha, França, Itália ou Espanha possuem organismos dedicados à exportação, o mesmo sucedendo em territórios de dimensão populacional semelhante à de Portugal, como a Bélgica, a Suíça, a Áustria, a Estónia, a Hungria, a Dinamarca, a Suécia ou a Noruega".
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