domingo, 17 de outubro de 2010

A RÁDIO DO FUTURO (I)

Recupero aqui linhas escritas por João Paulo Meneses, em Novembro de 2008, sobre o que lhe parece ser a rádio do futuro:

1) O mais aproximado com rádio será uma página na internet, sem a preocupação de haver ou não emissões hertzianas, com um menu de ofertas (de programas) sonoras (incluindo texto e imagem). Os actuais operadores de rádio estão melhor posicionados porque sabem construir esses conteúdos e têm meios;

2) Essas ofertas não obedecem a uma grelha de programas nem a uma temporalidade. Quando se liga o computador de manhã, já lá estão os principais conteúdos dessa programação, da mesma forma que determinado conteúdo pode ir imediatamente para o ar quando estiver pronto;

3) A oferta de programas inclui propostas de ouvintes (de produtores-amadores), na lógica actual dos podcasts (e do jornalismo do cidadão, do "prosumer");

4) Todos os conteúdos propostos no menu dependem da viabilização dos ouvintes: só existem os conteúdos que são clicados (ouvidos). O ouvinte terá o poder de decidir os conteúdos que existem, com os patrocinadores atentos a isso, pelo que as programações deixarão de ser construídas por intuição e mimetismo;

5) Aquilo que hoje conhecemos por podcast evoluirá para a desconstrução "ao milímetro" da oferta; poderá haver um podcast por noticiário mas sobretudo um podcast por notícia, de modo a que qualquer ouvinte construa o seu noticiário, podendo subscrever "tags" de diversas fontes sonoras (várias rádios, por exemplo) que confluem para o computador, telemóvel ou outro aparelho online;

6) Cada podcast (oferta, notícia) terá de ser comercializado por si próprio;

7) As empresas terão estratégias de atracção dos ouvintes (utilizadores) para as páginas, onde há publicidade visual, mas terão de viver com a realidade dos "feeds", das "tags" e dos "podcasts".

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