sábado, 5 de fevereiro de 2011

TELEVISÃO

João Cotrim Figueiredo, director-geral da TVI desde Abril de 2010 e director de programas do mesmo canal desde Novembro, deu uma entrevista a Nuno Azinheira, da revista Notícias TV (ontem). Economista licenciado em Londres, com uma vida profissional ligada à banca e à indústria agro-alimentar, aceitou o desafio de liderar o canal que teve a marca, nos últimos dez anos, de José Eduardo Moniz. Sobre este, o responsável da TVI é cauteloso, falando do seu elevado perfil, mas sobre a mulher dele, Manuela Moura Guedes, percebe-se o agrado pela resolução que passou por uma negociação com rescisão. As críticas da jornalista ao actual modelo de informação do canal não agradam a João Cotrim Figueiredo. A informação foi um dos temas mais debatidos na entrevista, com o director-geral da TVI a admitir que a qualidade da informação da RTP é melhor. Considera, porém, que o seu canal pode competir directamente com a RTP, agora que não tem a carga pesada da tabloidização que foi a marca do canal durante os últimos anos. Sobre a programação de entretenimento e ficção, tem uma posição dura face à SIC, dado que a concorrência entre os dois canais é muito forte. O director-geral da TVI entende que a SIC está a copiar o modelo dos êxitos da TVI - a que não seriam estranhas as transferências de Gabriela Sobral e Júlia Pinheiro deste para aquele canal e as saídas da TVI de actores como Rogério Samora, Helena Laureano, Manuel Cavaco e André Nunes. A comparação em termos de audiências das novelas Laços de Sangue (SIC) com Sedução (TVI) foi também estabelecida. "A novela não conseguiu captar para a TVI o número de espectadores habitual das novelas do mesmo horário", disse João Cotrim Figueiredo, embora preze o autor da novela (Rui Vilhena) e não queira que saia do canal. Considera que as audiências da TVI mudaram: as mulheres donas de casa activa, o perfil sociodemográfico tipo da TVI, têm hoje mais literacia tecnológica, de informação e de preocupações sobre o país e o mundo. Ao voltar a ser accionista do canal, com possibilidades de aumentar o capital social nos próximos meses, Paes do Amaral foi também tema da entrevista. Os poucos comentários do director-geral seriam no sentido de, na sua função, não poder comentar posições dos accionistas, além de conhecer Paes do Amaral socialmente e mal.

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