terça-feira, 24 de maio de 2011

O ÁLBUM DE FAMÍLIA

A peça, de Rui Herbon e em cena no Teatro Aberto (Lisboa) é sobre alguém que empreende uma viagem à procura de si. Indica ainda poder ter ocorrido antes ou depois de 1974. Para mim, a peça aponta para um tempo anterior ao corte de regime. A partida é afinal uma falsa partida: as personagens nunca saem do sítio, não têm vontade suficiente de sair. A mãe porque a sua mãe morreu naquela casa, o pai porque não tem bilhete para embarcar no comboio e noutro comboio, o rapaz porque parece dividido entre sinais de ter prestado serviço militar no tempo da guerra colonial e incapacidade pessoal e mental de enfrentar o mundo, a rapariga porque não quer sair, a avó porque já morreu mas reaparece no álbum de família. Os olhares das personagens são vagos, como se houvesse nevoeiro, vontade de romper com o passado e sua ausência (ver texto completo aqui).

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