Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
terça-feira, 24 de maio de 2011
O ÁLBUM DE FAMÍLIA
A peça, de Rui Herbon e em cena no Teatro Aberto (Lisboa) é sobre alguém que empreende uma viagem à procura de si. Indica ainda poder ter ocorrido antes ou depois de 1974. Para mim, a peça aponta para um tempo anterior ao corte de regime. A partida é afinal uma falsa partida: as personagens nunca saem do sítio, não têm vontade suficiente de sair. A mãe porque a sua mãe morreu naquela casa, o pai porque não tem bilhete para embarcar no comboio e noutro comboio, o rapaz porque parece dividido entre sinais de ter prestado serviço militar no tempo da guerra colonial e incapacidade pessoal e mental de enfrentar o mundo, a rapariga porque não quer sair, a avó porque já morreu mas reaparece no álbum de família. Os olhares das personagens são vagos, como se houvesse nevoeiro, vontade de romper com o passado e sua ausência (ver texto completo aqui).
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário