Jornal de Notícias, de 1.7.2011.
É preciso um serviço público de televisão, independente dos canais comerciais (embora estes também tenham de prestar serviço público). A RTP existe desde 1957, tem uma invejável memória sobre Portugal (mesmo que nem sempre objectiva). O país não pode prescindir do seu serviço público, a exemplo dos outros países da Europa, apesar das fortes pressões em cada país para a sua redução, extinção ou redistribuição pelos canais comerciais. Mas, devem haver medidas precisas de governância e de transparência, para se perceber como são gastos os dinheiros públicos, sobre eficiência e aproveitamento dos recursos alocados. A RTP é uma das empresas mais escrutinadas do país, possivelmente a seguir ao governo. Um directo do Mónaco para um casamento real é uma opção editorial, passível de críticas, mas é uma decisão. Se os seus responsáveis esperarem que o dia a dia seja decidido por inquérito ou plebiscito ou consulta popular, a empresa desaparece rapidamente por falta de comando e tomada de posição. Em especial num momento em que se fala da sua privatização: caso esta ocorresse, uma empresa com mais audiências vender-se-ia melhor do que uma empresa de baixa audiência.
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