quarta-feira, 30 de maio de 2012

AUDIÊNCIAS EM PORTUGAL EM 1970

Audiências dos meios de difusão em Portugal é um texto assinado por Oliveira e Castro e editado em 1971, a partir de um estudo da Norma. O autor, na nota prévia, indica que o estudo é importante para as agências de publicidade e para a definição de uma política de informação e de sensibilização da opinião pública. Os media incluídos no texto seriam imprensa diária, não diária, revistas, rádio, televisão e cinema.

Com dados recolhidos entre 30 de Março e 3 de Maio de 1970 (há 41 anos, portanto), foram inquiridos sete mil indivíduos, 47% de homens e 53% de mulheres, com 23% de indivíduos com idade entre 15 e 24 anos, 21% entre 25 e 34 anos, 17% entre 35 e 44 anos, 16% entre 45 e 54 anos, 12% entre 55 e 64 anos e 11% com mais de 64 anos.

A audiência geral na imprensa diária colocava o Diário de Notícias com 21,6%, O Século com 15,8%, o Diário Popular com 15,3%, o Primeiro de Janeiro com 13,2%, o Jornal de Notícias com 9,5%, o Diário de Lisboa com 7,6%, o Comércio do Porto com 7,3%, A Capital com 5% e o Diário de Coimbra com 2,1%. Todos os jornais eram mais lidos por homens que por mulheres e pelos mais novos (até 34 anos). Acidentes e desastres (12%), dia a dia (10,5%), política internacional (8,2%), política nacional (6,9%) e desporto (6%) eram os assuntos de maior interesse para os leitores.

Na rádio, a líder era a Emissora Nacional, programa 1 (35,3%), seguida do Rádio Clube Português da Parede (30,6%), do Rádio Clube Português de Miramar (23,7%), da Renascença de Lisboa (12,4%), da Renascença do Porto (11,1%), da Rádio Graça (6,9%) e dos Emissores Norte Reunidos (5,6%). As mulheres ouviam mais que os homens a Emissora Nacional, programa 1, o Rádio Clube Português e a Renascença. O que mais gostavam de ouvir eram programas de noticiário, teatro, discos pedidos, música portuguesa e fados. Só depois vinham os programas desportivos.

A televisão, então com apenas um canal, era mais vista à segunda-feira, seguindo-se o domingo, e o quadro de programas preferidos incluia teatro (37,9%), variedades (30,2%), séries filmadas (27,3%), telejornal (27,2%). Muito depois, preferiam-se programas desportivos (9,6%), folclore (8,8%), tourada (6,2%) e fados e futebol (juntos) (5%).

Frequentar as salas de cinema era um hábito polarizado entre um grande consumo e uma ausência de consumo: 23,7% ia três a sete vezes por semana, 10,7% entre uma e duas vezes, 1,3% uma vez por semana, 14,8% tinham ido na semana anterior, 64,1% não frequentavam o cinema.

Uma conclusão geral seria a da baixa taxa de leitura, visão e audição dos media, o que significava baixos índices de influência na formação da opinião pública.

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