A segunda teoria que retiro do sítio http://www.utwente.nl/cw/theorieenoverzicht/ é a do enquadramento nas organizações [framing, em inglês]. O conceito de enquadramento é relacionado com a tradição do agendamento, mas alarga o seu âmbito. Assim, pelo enquadramento entende-se que os media focam a sua atenção em determinados acontecimentos (agendamento) e lhe atribuem um significado, pelo que o impacto do conceito é elevado. Se os media atribuem interesse a alguns acontecimentos, tornados notícias, isso leva as pessoas a pensarem nesses tópicos e acontecimentos (e a negligenciar, certamente outros). É uma espécie de pensamento do agendamento, com este a poder ser uma escolha dos jornalistas, mas também de fontes políticas ou da opinião pública, que constituem os organizadores [gatekeepers, em inglês] da informação. Estes produzem e as audiências recebem e consomem. O enquadramento é, portanto, uma noção abstracta que serve para organizar e estruturar os significados sociais. É, igualmente, a qualidade da comunicação que leva a que se aceite um significado em vez de outro. O que implica um efeito profundo da forma como os membros de uma organização compreendem o mundo. O enquadramento consiste em três elementos: linguagem, pensamento e previsão. A linguagem ajuda-nos a compreender ou lembrar uma informação e age na transformação de uma situação. A linguagem conduz ao pensamento e reflecte a nossa perspectiva de ver o mundo. Pela previsão, há uma antecipação ditada pela experiência anterior e que nos conduz a um novo enquadramento. Alguns dos enquadramentos incorporam metáforas, histórias (mitos, lendas), tradições (ritos, cerimónias), slogans e ideias âncora, artefactos, contraste. Os enquadramentos incluem ideias como guerra fria, guerra contra as drogas, batalha contra o cancro.
Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Teorias da Comunicação (2)
A segunda teoria que retiro do sítio http://www.utwente.nl/cw/theorieenoverzicht/ é a do enquadramento nas organizações [framing, em inglês]. O conceito de enquadramento é relacionado com a tradição do agendamento, mas alarga o seu âmbito. Assim, pelo enquadramento entende-se que os media focam a sua atenção em determinados acontecimentos (agendamento) e lhe atribuem um significado, pelo que o impacto do conceito é elevado. Se os media atribuem interesse a alguns acontecimentos, tornados notícias, isso leva as pessoas a pensarem nesses tópicos e acontecimentos (e a negligenciar, certamente outros). É uma espécie de pensamento do agendamento, com este a poder ser uma escolha dos jornalistas, mas também de fontes políticas ou da opinião pública, que constituem os organizadores [gatekeepers, em inglês] da informação. Estes produzem e as audiências recebem e consomem. O enquadramento é, portanto, uma noção abstracta que serve para organizar e estruturar os significados sociais. É, igualmente, a qualidade da comunicação que leva a que se aceite um significado em vez de outro. O que implica um efeito profundo da forma como os membros de uma organização compreendem o mundo. O enquadramento consiste em três elementos: linguagem, pensamento e previsão. A linguagem ajuda-nos a compreender ou lembrar uma informação e age na transformação de uma situação. A linguagem conduz ao pensamento e reflecte a nossa perspectiva de ver o mundo. Pela previsão, há uma antecipação ditada pela experiência anterior e que nos conduz a um novo enquadramento. Alguns dos enquadramentos incorporam metáforas, histórias (mitos, lendas), tradições (ritos, cerimónias), slogans e ideias âncora, artefactos, contraste. Os enquadramentos incluem ideias como guerra fria, guerra contra as drogas, batalha contra o cancro.