Foi numa sala cheia de gente - colegas, amigos, família, antigos alunos, conhecedores da sua obra - que Mário Mesquita lançou o seu livro O Estranho Dever do Cepticismo (editado pela Tinta da China), no Corte Inglés. Teve apresentação de Lídia Jorge (que prefacia o livro) e Eduardo Paz Ferreira (de que incluo aqui uma parcela do seu brilhante texto).
O livro de Mário Mesquita, O Estranho Dever do Cepticismo, é uma excelente recolha de textos que publicou nos jornais ao longo dos últimos vinte anos (Diário de Lisboa, Diário de Notícias, Público, Jornal de Notícias, Paralelo). As suas instruções para uso (da leitura do livro), colocadas no começo do mesmo, justificam as razões de escolha dos textos. Muitos deles seguiram a agenda mediática de então, são comentários, crónicas (que o autor enjeita), vários com grande impacto nos seus leitores. Curiosamente, indica Mário Mesquita, os textos que lhe davam mais trabalho de investigação eram os menos citados; os mais à flor da pele, posicionados sobre os temas em agenda, eram os mais populares (p. 26). Depois de uma selecção de pouco mais de cem de uma base de quase quinhentos comentários, ficou um conjunto notável. Basta percorrer o índice da primeira parte, Pessoas: Hans Robert Jauss, George Steiner, Norberto Bobbio, Celso Furtado, Sigmund Freud, Eduardo Lourenço, David Mourão-Ferreira, Jorge Listopad, Álvaro Guerra. E seguir os títulos das outras partes do livro: Memória, Acontecimentos, Conjunturas, Instituições, Crises, Iraque, Timor, Itália. Cada texto tem uma dimensão de cerca de três páginas, o espaço ocupado pelas suas colunas nos jornais onde escreveu. Apesar de textos curtos, eles têm uma grande densidade, quando fala de pessoas (como quando escreveu sobre Paul Ricoeur, por exemplo). Ou uma tomada de posição filosófica, quando não política, mordaz ou de grande ironia, quando se refere a acontecimentos e à sua espuma nos dias em que ocorrem (casos de Sócrates, Santana Lopes), denotando uma rara erudição e uma cultura de matriz europeia (leia-se greco-latina, das luzes e do socialismo europeu).
O livro de Mário Mesquita, O Estranho Dever do Cepticismo, é uma excelente recolha de textos que publicou nos jornais ao longo dos últimos vinte anos (Diário de Lisboa, Diário de Notícias, Público, Jornal de Notícias, Paralelo). As suas instruções para uso (da leitura do livro), colocadas no começo do mesmo, justificam as razões de escolha dos textos. Muitos deles seguiram a agenda mediática de então, são comentários, crónicas (que o autor enjeita), vários com grande impacto nos seus leitores. Curiosamente, indica Mário Mesquita, os textos que lhe davam mais trabalho de investigação eram os menos citados; os mais à flor da pele, posicionados sobre os temas em agenda, eram os mais populares (p. 26). Depois de uma selecção de pouco mais de cem de uma base de quase quinhentos comentários, ficou um conjunto notável. Basta percorrer o índice da primeira parte, Pessoas: Hans Robert Jauss, George Steiner, Norberto Bobbio, Celso Furtado, Sigmund Freud, Eduardo Lourenço, David Mourão-Ferreira, Jorge Listopad, Álvaro Guerra. E seguir os títulos das outras partes do livro: Memória, Acontecimentos, Conjunturas, Instituições, Crises, Iraque, Timor, Itália. Cada texto tem uma dimensão de cerca de três páginas, o espaço ocupado pelas suas colunas nos jornais onde escreveu. Apesar de textos curtos, eles têm uma grande densidade, quando fala de pessoas (como quando escreveu sobre Paul Ricoeur, por exemplo). Ou uma tomada de posição filosófica, quando não política, mordaz ou de grande ironia, quando se refere a acontecimentos e à sua espuma nos dias em que ocorrem (casos de Sócrates, Santana Lopes), denotando uma rara erudição e uma cultura de matriz europeia (leia-se greco-latina, das luzes e do socialismo europeu).