No teatro Helena Sá e Costa, a ESMAE apresentou uma peça de Federico Garcia Lorca, Público, metáfora sobre o teatro, os tópicos e os ensaios, a sua visão e públicos. É uma alusão aos espaços do teatro com a distinção entre ar livre e da areia, entre as convenções e a ilusão da realidade, buscando exemplos na Grécia de Helena e na Inglaterra de Julieta, histórias do património artístico universal. A peça esteve proibida durante bastante tempo, pelo tema e pela sensualidade. No teatro Carlos Alberto, a ESAD apresentou uma peça a partir de Ésquilo (Agamémnon) e Eurípides (As Troianas), Máquina-Tróia, sobre a guerra, a vitória e a derrota, e sobre a vingança. O sacrifício de Ifigénia, a ira de Clitemnestra, o regresso de Agamnémnon e o cavalo de Tróia compõem a trama patente no palco.
Ambas as peças resultam de trabalhos dos alunos finalistas das duas escolas do Porto. Por isso, são textos clássicos que põem alunos e encenadores em diálogo, numa procura dos limites e das exigências da profissão. Como provas finais de alunos, há um recurso que não se encontra nas companhias profissionais: grupos grandes de atores e atrizes, com histórias mais gerais, sobre a sociedade e a humanidade. As histórias representadas nas companhias profissionais são sobre famílias ou indivíduos, extraindo o espectador inferências da sociedade.
A encenação de Público é complexa, cheia de luz, movimento e contra-movimento, com grande rapidez e muita ocupação de espaço, a extravasar o palco, com figurinos coloridos (roupa muito quente para os atores em dias de muito calor, como neste fim de semana). A peça da ESAD tem um primeiro quadro de uma luminosidade muito poética, retomada em alguns outros momentos. Posso dizer que uma é mais exuberante e a outra mais austera.
As duas peças são sobre a palavra mas a da ESAD disponibiliza uma atenção mais intensa. Ambas as peças incorporam alunos estrangeiros, de onde tiram partido: o inglês, o francês e o castelhano na peça da ESMAE; o castelhano e o grego na peça da ESAD. O teatro é, como a literatura, um domínio privilegiado da palavra, dos significados e das entoações. Mas é também dos gestos, dos movimentos e da música. Se em Público, se privilegia a música, em Máquina-Tróia o ruído do vento é dominante.
Ambas as peças resultam de trabalhos dos alunos finalistas das duas escolas do Porto. Por isso, são textos clássicos que põem alunos e encenadores em diálogo, numa procura dos limites e das exigências da profissão. Como provas finais de alunos, há um recurso que não se encontra nas companhias profissionais: grupos grandes de atores e atrizes, com histórias mais gerais, sobre a sociedade e a humanidade. As histórias representadas nas companhias profissionais são sobre famílias ou indivíduos, extraindo o espectador inferências da sociedade.
A encenação de Público é complexa, cheia de luz, movimento e contra-movimento, com grande rapidez e muita ocupação de espaço, a extravasar o palco, com figurinos coloridos (roupa muito quente para os atores em dias de muito calor, como neste fim de semana). A peça da ESAD tem um primeiro quadro de uma luminosidade muito poética, retomada em alguns outros momentos. Posso dizer que uma é mais exuberante e a outra mais austera.
As duas peças são sobre a palavra mas a da ESAD disponibiliza uma atenção mais intensa. Ambas as peças incorporam alunos estrangeiros, de onde tiram partido: o inglês, o francês e o castelhano na peça da ESMAE; o castelhano e o grego na peça da ESAD. O teatro é, como a literatura, um domínio privilegiado da palavra, dos significados e das entoações. Mas é também dos gestos, dos movimentos e da música. Se em Público, se privilegia a música, em Máquina-Tróia o ruído do vento é dominante.