sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Escócia

Já ontem à noite, se projectava a vitória do não à independência no referendo realizado na Escócia. Com isso, afastava-se o espectro da separação daquela nação dentro do Reino Unido. Os resultados divulgados na última hora, com 55,42% do não arrumam a questão, embora coloquem agora o tema do cumprimento das promessas da elite e governo ingleses.

Há quase duas semanas, quando uma sondagem dava pela primeira vez a previsão da vitória do sim pela independência, os políticos dos três principais partidos marcharam para Edimburgo, na tentativa de inverter a situação. Um assunto discutido há mais de dois anos entrava na agenda mediática e pública com nova ênfase. Algumas das instituições económicas mais fortes com sede na Escócia ameaçaram mudar para a Inglaterra, pressionando os votantes escoceses.

Duas notas. A primeira dá conta do falhanço das empresas de sondagens. Embora sem qualquer votação semelhante anterior, que servisse para comparar, os resultados expressam o modo errado como a análise ao comportamento eleitoral foi acompanhada. Li que várias sondagens foram feitas através da internet, sem salvaguardar elementos essenciais de caracterização dos entrevistados.

A segunda nota lembra o conceito de espiral do silêncio. Quando uma opinião se torna dominante nos media, os indivíduos que estão em desacordo com essa posição entram em silêncio, não querem ser ponto de rotura. À exuberância dos simpatizantes do sim pela independência, os adeptos do não procuraram ser discretos. Ou calaram-se mesmo. Ontem, de manhã à noite, os 85% do total de votantes pode, em plenitude, expressar a sua posição.

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