O dia de hoje está pródigo em grandes notícias. Além da prisão do anterior primeiro-ministro, salta a informação que a administração da RTP pode cair por causa da compra dos direitos de transmissão dos jogos da Liga dos Campeões. Segundo o Expresso, fontes do mercado confirmaram ter a RTP proposto cerca de 18 milhões de euros pelo pacote global (transmissão de jogos e resumos). A TVI queixou-se de desregulação do mercado. O Conselho Geral Independente, que supervisiona o cumprimento do serviço público, vai avaliar o plano estratégico da RTP, onde se inclui a compra de direitos de futebol da Liga dos Campeões, nos próximos dias. Se chumbar, a administração pode sair.
A RTP vive numa espécie de fatalidade original. O serviço público é permanentemente vigiado pelos gastos e criticado pela perda de audiências. A mudança de empresa de medição de audiências (da Marktest para a GfK) representou uma queda de número de espectadores no serviço público. A GfK corrigiu algumas anomalias iniciais por sub-representação do público mais velho mas a linha de audiência da RTP nunca voltou a valores anteriores. A presente administração e o governo actual têm sido duros para com a própria empresa, fixando metas mas alterando premissas, ora dizendo que se privatiza ora criando a figura de um conselho que está acima da hierarquia da administração. Uma discussão de há dois anos, a TDT, desapareceu do espaço público, mas surgiram novas realidades como novos canais por cabo ligados a clubes desportivos, quebra substancial de investimento publicitário, televisão na internet e, sobretudo, migração de faixas etárias mais jovens para a internet.
O futebol - a par das novelas, dos concursos e dos programas de realidade (que a RTP não passa) - é um dos motores de subida de audiências dos canais generalistas. Foi o que a televisão pública almejou, mas embarcou nessa fatalidade original, como disse acima. O próprio anterior primeiro-ministro, comentador político ao domingo, em concorrência directa com outro comentador na TVI, não pode continuar no programa.
A RTP está, neste momento, com dois problemas fortes. O clima social na empresa, que parecia desanuviado face a meses atrás, pode entrar de novo em polvorosa.
A RTP vive numa espécie de fatalidade original. O serviço público é permanentemente vigiado pelos gastos e criticado pela perda de audiências. A mudança de empresa de medição de audiências (da Marktest para a GfK) representou uma queda de número de espectadores no serviço público. A GfK corrigiu algumas anomalias iniciais por sub-representação do público mais velho mas a linha de audiência da RTP nunca voltou a valores anteriores. A presente administração e o governo actual têm sido duros para com a própria empresa, fixando metas mas alterando premissas, ora dizendo que se privatiza ora criando a figura de um conselho que está acima da hierarquia da administração. Uma discussão de há dois anos, a TDT, desapareceu do espaço público, mas surgiram novas realidades como novos canais por cabo ligados a clubes desportivos, quebra substancial de investimento publicitário, televisão na internet e, sobretudo, migração de faixas etárias mais jovens para a internet.
O futebol - a par das novelas, dos concursos e dos programas de realidade (que a RTP não passa) - é um dos motores de subida de audiências dos canais generalistas. Foi o que a televisão pública almejou, mas embarcou nessa fatalidade original, como disse acima. O próprio anterior primeiro-ministro, comentador político ao domingo, em concorrência directa com outro comentador na TVI, não pode continuar no programa.
A RTP está, neste momento, com dois problemas fortes. O clima social na empresa, que parecia desanuviado face a meses atrás, pode entrar de novo em polvorosa.
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