No seu livro, Crisell (2012) interroga-se: a rádio nasceu para transmitir música ao vivo ou música gravada? Ora, estão aqui dois eixos estruturantes da rádio musical. E o autor distingue os programas em direto e os registos feitos pelas próprias estações, que incluíam gravações comerciais, como os discos de gramofone.
Os primeiros discos de alumínio captavam até 15 minutos de som. Na década de 1930, em especial em 1934, máquinas portáteis de gravar som foram ligadas aos noticiários e documentários na BBC. A prática de programas pré-gravados aumentou durante a II Guerra Mundial, por necessidade de não ter emissões ao vivo e em direto, temendo bombardeamentos. Tal obrigava a BBC a submeter previamente os seus textos ao ministério da Informação. A BBC fornecia também programas gravados para o ultramar, e recebia programas de auditório dos Estados Unidos, casos de Bob Hope, Bing Crosby e Glen Miller.
No pós-guerra, a tecnologia tornou-se melhor, mais barata e flexível. Se, na década de 1960, metade dos programas da BBC eram em direto, em meados da década de 1970 raramente havia já programas em direto.
Leitura: Andrew Crisell (2012). Liveness & Recording in the Media. Hampshire e Nova Iorque: Palgrave
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