segunda-feira, 21 de março de 2016

Carlos Cruz e o poder da sugestão da rádio

No livro que lança amanhã, Carlos Cruz refere o seu casamento com Lisete Cruz e o motivo que o levou a sair da Rádio Renascença, onde fazia o programa 23ª Hora com João Martins (pp. 151-153). No programa, ele estreara o álbum Revolver dos Beatles. Depois, o realizador e apresentador iria participar em duas das maiores aventuras da rádio: PBX e Tempo Zip (este sucedeu ao popular programa televisivo Zip-Zip, com dois companheiros de Carlos Cruz: José Fialho Gouveia e Raul Solnado).

De PBX, Carlos Cruz conta uma história dita no dia das mentiras de 1968: a existência de uma nuvem de pirilampos. Uma voz castelhana informou da vinda migratória dos insetos luminosos para Portugal (p. 168). Logo, o programa recebeu telefonemas, com ouvintes dizendo que tinham visto a tal nuvem. Um presidente de câmara mandou desligar a iluminação pública para não afastar a rota dos pirilampos. Como os apresentadores do programa disseram que a nuvem se dirigia para Sintra, houve uma excursão de automóveis com os seus condutores a quererem testemunhar o fenómeno. Era, escreve o autor, o poder da sugestão da rádio.

Depois, a 25 de novembro de 1967, quando se abateu uma tromba de água sobre Lisboa, PBX tornou-se uma espécie de proteção civil da época, prolongando o programa para além da hora com informações úteis para a população da cidade, incluindo os bombeiros, pois muita gente pedia informações e ajuda (p. 169). Carlos Cruz ganhava mensalmente 7500$00 nesse programa diário da meia-noite às duas da manhã, uma produção dos Parodiantes de Lisboa. Mas a colaboração não durou mais de um ano, pois os produtores entenderam estar a perder dinheiro e a querer menos reportagens e mais rubricas de humor (p. 171).

O casamento de Carlos e Lisete Cruz realizou-se em novembro de 1966. Pouco depois, o Diário Popular, na coluna "As Mulheres dos Famosos", entrevistava Lisete Cruz (25 de agosto de 1968), já o marido era uma celebridade na televisão. Aí revelou, entre outras coisas, a discoteca do marido - cinco mil LP. Nesse momento, Lisete Cruz estudava na Faculdade de Letras (p. 171).


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