Há algum tempo, publiquei aqui imagens das instalações degradadas de Rádio Clube Português, em Miramar (cortesia de Ana Isabel Reis). Agora, edito uma imagem das instalações da ex-Emissora Nacional (atual RTP) em Azurara (Vila do Conde).
A Emissora Nacional precisava de um emissor que cobrisse a área do Porto e norte do país, em ondas médias. O velho emissor junto ao Palácio de Cristal (Porto) tinha de ser substituído, por avarias constantes e porque o edificado naquela zona impedia uma boa propagação. Em 1954, o edifício da Azurara entrou em atividade, com duas antenas (para os dois programas). No edifício, à direita, funcionava a parte técnica, à esquerda os escritórios dos técnicos, com os aparelhos de ar condicionado, e ao fundo a cantina e armazém. A entrada tem ainda uma decoração da esfera armilar da bandeira nacional. As portas e janelas estão emparedadas. E vê-se, logo atrás do edifício, uma antena de feixes hertzianos. Com a crescente força da frequência modulada (FM), as antenas de ondas médias perderam importância, até ao desaparecimento da emissão nessas frequências. Quando as obras do metro de superfície Porto-Póvoa do Varzim passaram perto deste edifício, as antenas seriam desmanteladas.
A existência deste quase esqueleto físico do edifício tem por detrás de si uma memória de programas, trabalho, turnos de trabalho, potência emissora, técnicos, conhecimento. Qual a razão desta arqueologia industrial? Vai ser-lhe dada alguma função?
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