Ana Sousa Dias: Pouco depois de chegar ao ministério, teve um momento zen n'A Cornucópia. Há alguma coisa que o ministério ainda tenha para fazer relativamente à Cornucópia?
Luís Filipe de Castro Mendes (ministro da Cultura): Estamos a trabalhar há muito tempo com A Cornucópia. Uma vez assumida, pelo Luís Miguel Cintra, a decisão de terminar o teatro, decidimos continuar a dar-lhe um apoio significativo, para o futuro das instalações e do seu acervo. O acervo d'A Cornucópia é riquíssimo, desde os cenários da Cristina Reis aos fatos, a... enfim, toda a história d'A Cornucópia é um bem que consideramos um bem patrimonial de grande importância. Por isso, decidimos comprar esse acervo e integrá-lo no Museu do Teatro e da Dança.
Ana Sousa Dias: Isso é uma grande novidade.
Luís Filipe de Castro Mendes: A Cornucópia já sabe, naturalmente. O momento zen a que se refere foi um momento emocional. Nós todos estávamos comovidos com a hipótese de o teatro acabar, embora estivéssemos já a trabalhar com eles no sentido de criar condições para uma preservação do acervo e na questão do edifício. Como sabe, o edifício é alugado, mas estamos em conversações com os proprietários e está tudo a correr muito bem. Lamentamos imenso a situação pessoal do Luís Miguel Cintra... Mas repare, o Luís Miguel Cintra, neste momento, está a fazer teatro, está a fazer o Um D. João Português, em várias cidades. Ele nunca está parado. Mas compreendeu que não tinha condições para dar continuidade à companhia.
[Excerto de entrevista de Luís Filipe de Castro Mendes a Ana Sousa Dias (Diário de Notícias, hoje)]
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