A 14 de abril de 1957, faz para a semana sessenta anos, o leitor José Martins da Cunha via uma carta sua ser publicada no Jornal de Notícias a criticar os anúncios radiofónicos. Apesar de palavroso, o texto apresentava dois elementos essenciais.
O primeiro é a sua afirmação regionalista (localista), pois desligava a sua audição da Emissora Nacional quando o programa prosseguia do estúdio de Lisboa, às 8:30. O segundo elemento principal da carta é a incapacidade de identificar uma estação que não gostava. Ele escreveu: "contactei com o posto particular que está no quadrante mesmo ao lado da EN - Porto II". O programa que ouviu, Só-Rádio, tinha muita publicidade. Ele contou sete anúncios antes de ouvir uma música, "todos seguidos a lembrarem uma procissão de anjinhos em autêntica fila indiana".
O texto acabava de forma nostálgica, a recordar o tempo em que o "espírito se deleitava com música sempre nova, magníficas gravações e trechos originais que nos eram proporcionados pela estação de Miramar do Rádio Clube Português, no seu tão saudoso período experimental, sem vozes de locutores e sem os malfadados anúncios".
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