sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

António Cardoso, professor, pintor e museólogo

Não me lembro como conheci António Cardoso (1932-2021). Talvez na cooperativa Árvore, talvez num curso livre de património e arqueologia industrial ministrado por Jorge Custódio, talvez num colóquio sobre Amadeu de Souza-Cardoso, ele que era de Amarante e viria a ser diretor do museu com o nome do pintor. Ou numa magnífica exposição sobre o mesmo pintor modernista na galeria de arte que o "Jornal de Notícias" mantinha no rés do chão do seu edifício. Sei que ele estava a acabar História quando eu entrei na Faculdade de Letras.  

Na nota biográfica que consultei, ele foi fortemente marcado pelos professores José António Ferreira de Almeida e Carlos Alberto Ferreira de Almeida na licenciatura, docentes que também recordo. Em 1992, defendeu na Faculdade de Letras da Universidade do Porto as provas de doutoramento com o tema "O Arquiteto José Marques da Silva e a Arquitetura no Norte do País na primeira metade do século XX". Sem qualquer nível de hierarquização, refiro o edifício dos Grandes Armazéns Nascimento (depois Palladium), Teatro Nacional S. João, Liceu Rodrigues de Freitas, Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular e estação de São Bento (imagens retiradas da internet). A sua tese de doutoramento levou à doação do legado de Marques da Silva à Universidade do Porto, de que resultou a criação da Fundação Instituto Arquiteto José Marques da Silva. A par das aulas de História de Arte, António Cardoso dirigiu seminários de Património/Restauro, Escultura e Arquitetura do século XX no mestrado de História de Arte do Departamento de Ciências e Técnicas do Património (https://sigarra.up.pt/up/pt/web_base.gera_pagina?p_pagina=antigos%20estudantes%20ilustres%20-%20ant%c3%b3nio%20cardoso).

Igualmente pintor, falávamos com alguma frequência. Sobre as universidades e a pintura. Um dia, ele fez-nos uma significativa visita guiada ao museu de Amarante. Não foi meu professor, mas eu teria orgulho em ser seu aluno.

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