O número 33 da revista Jornalismo & Jornalistas (Clube dos Jornalistas), referente a Janeiro-Março deste ano, traz textos sobre jornais, rádio e internet.
Destaco o texto de J.-M. Nobre-Correia sobre os media na Península Ibérica, as entrevistas a Céu Neves (que ganhou o prémio europeu "Pela diversidade, contra a discriminação" com peças publicadas no Diário de Notícias sobre as condições dos emigrantes na Holanda) e a José Manuel Rosendo (jornalista da Antena 1) e o estudo sobre o suplemento "DN Jovem", por Helena de Sousa Freitas.
Mas o trabalho que mais me impressionou neste número da JJ foi a entrevista feita a Homero Serpa, por Fernando Correia e Carla Baptista. Homero Serpa, recentemente falecido, foi um dos nomes mais importantes do jornal A Bola, tendo pertencido a uma geração de há cinquenta anos que "deu um contributo decisivo para a criação do moderno jornalismo desportivo português". Do começo da sua actividade enquanto jornalista, lê-se na entrevista:
- Ao princípio eles [os da Bola] não pediam muita coisa, mas a partir de certa altura passei a ser um colaborador quase redactor, porque era utilizado todos os dias. Entrei como redactor em Julho de 1965. Isto quer dizer o seguinte: não havia escolas de jornalismo, a verdadeira escola era a colaboração. A pessoa entrava, se tinha jeito continuava, se não tinha... Foi o que me aconteceu, fui redactor em part-time durante um tempo. Entretanto, eu acumulava (ninguém podia viver de colaborações, claro) com outro emprego, era funcionário de escritório da Carris, onde fui subchefe do serviço contencioso, até que se criou o departamento de relações públicas e eu passei para aí.
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