Foucault tem um olhar próprio sobre a História. Lemos dele textos acerca da história das ideias e da história natural. A passagem para o século XVIII é fundamental, considera, pois se forma um novo olhar e uma nova maneira de dizer. As palavras, os textos, os arquivos adquirem outra estatura: são palavras, textos e arquivos de outro tipo. As coisas passam a ser vistas, identificadas e classificadas.
Em As Palavras e as Coisas, depois de escrever sobre o quadro de Velásquez, Las meninas, e da tradição que havia na pintura holandesa do espelho reflectir a cena que víamos mas como duplicado, que na obra do espanhol não existe, por Foucault somos levados à discussão sobre o visível e o dizível. Classificar fica como categoria, com sistema e estrutura a servir de apoio. O lugar da História da idade clássica, escreve, são os espaços claros onde as coisas se justapõem: herbários, colecções, jardins. As curiosidades amontoadas, para satisfazer o desejo da grande compilação de documentos e signos, transformar-se-iam em museus.
"Que cheiro a formol", pensei eu naquele fim de tarde de Outubro de 2009, quando, após a sessão na Universidade Estatal Lomonosov de Moscovo, fomos visitar o museu da Faculdade de Ciências. O formol ou formalina é formaldeído em forma aquosa utilizado como desinfectante para conservar as peles de animais. Ali viam-se búfalos, tigres e muitas aves embalsamadas. Um museu natural é algo estranho, pois a natureza está ali capturada, mas sem vida, o contrário do expresso no texto de Foucault.
O investigador persegue outras colecções: aparelhos de comunicação e media num armário, fotografias de actores, actrizes e realizadores numa parede.
Em As Palavras e as Coisas, depois de escrever sobre o quadro de Velásquez, Las meninas, e da tradição que havia na pintura holandesa do espelho reflectir a cena que víamos mas como duplicado, que na obra do espanhol não existe, por Foucault somos levados à discussão sobre o visível e o dizível. Classificar fica como categoria, com sistema e estrutura a servir de apoio. O lugar da História da idade clássica, escreve, são os espaços claros onde as coisas se justapõem: herbários, colecções, jardins. As curiosidades amontoadas, para satisfazer o desejo da grande compilação de documentos e signos, transformar-se-iam em museus.
"Que cheiro a formol", pensei eu naquele fim de tarde de Outubro de 2009, quando, após a sessão na Universidade Estatal Lomonosov de Moscovo, fomos visitar o museu da Faculdade de Ciências. O formol ou formalina é formaldeído em forma aquosa utilizado como desinfectante para conservar as peles de animais. Ali viam-se búfalos, tigres e muitas aves embalsamadas. Um museu natural é algo estranho, pois a natureza está ali capturada, mas sem vida, o contrário do expresso no texto de Foucault.
O investigador persegue outras colecções: aparelhos de comunicação e media num armário, fotografias de actores, actrizes e realizadores numa parede.