Em 29 de Julho de 1956, no fundo da página 3, o Diário de Notícias publicitava que o fotógrafo Rogério Santos abria um estúdio na avenida de Roma, 89, com o telefone 778969. Não conhecia este meu homónimo, nem tenho dados sobre se ele ainda é vivo. Dias depois, a 15 de Agosto, na página 7, o mesmo jornal tinha um texto com o título Os marcianos invadirão a Terra no dia 7 de Setembro? Não sei se a leitura deste artigo influenciou, ou acelerou, a vontade de José Matos Maia recuperar a narrativa de H. G. Wells (The War of the Worlds, adaptada por Orson Wells no dia 31 de Outubro de 1938), e que ele pôs no ar em 25 de Junho de 1958 na Rádio Renascença.
1956 foi um ano fantástico. O Rádio Clube Português comemorou os seus 25 anos de actividade e fez uma comemoração de arromba, com saudações de escritores, locutores e artistas da rádio (prometo falar disso um dia destes, embora num sentido crítico), a Simca (marca de automóveis) tinha um escritório e vendas na Praça de Londres, nº 7, e tornou-se o primeiro patrocinador do programa da Rádio Renascença Alegria ao Volante, um programa de discos pedidos para quem indicasse a matrícula do seu automóvel e o itinerário que estava a fazer (isto numa altura em que marcas como a Ford, a Citroën e a Mercedes ocupavam as páginas de anúncios do jornal, querendo dizer que a sociedade de consumo crescia).
Foi o ano em que, após 16 anos sem o conseguir, o Futebol Clube do Porto ganhou o campeonato de futebol e a taça de Portugal mas, numa deslocação ao Brasil e à Venezuela, perdeu todos os jogos menos um (o que levou ao despedimento do treinador brasileiro Yustrich, de nome de nascimento Dorival Knipel), e Portugal venceu o campeonato de hóquei em patins em Montreux. Foi ainda o ano em que a TAP abria um concurso para assistentes de bordo, desde que não ultrapassassem os 30 anos e fossem solteiras, e a RTP iniciava a sua programação, a 5 de Setembro. Apesar de não o saber então, o começo das emissões foi a minha melhor prenda de anos. Por isso, é que eu gosto muito da RTP. Em 1956, a RTP era quase toda privada: do capital inicial total, 20 mil contos pertenciam a estações de rádio (dos quais 9260 contos eram do Rádio Clube Português), 20 mil contos ao Estado e 20 mil contos a pequenos accionistas.
1956 foi um ano fantástico. O Rádio Clube Português comemorou os seus 25 anos de actividade e fez uma comemoração de arromba, com saudações de escritores, locutores e artistas da rádio (prometo falar disso um dia destes, embora num sentido crítico), a Simca (marca de automóveis) tinha um escritório e vendas na Praça de Londres, nº 7, e tornou-se o primeiro patrocinador do programa da Rádio Renascença Alegria ao Volante, um programa de discos pedidos para quem indicasse a matrícula do seu automóvel e o itinerário que estava a fazer (isto numa altura em que marcas como a Ford, a Citroën e a Mercedes ocupavam as páginas de anúncios do jornal, querendo dizer que a sociedade de consumo crescia).
Foi o ano em que, após 16 anos sem o conseguir, o Futebol Clube do Porto ganhou o campeonato de futebol e a taça de Portugal mas, numa deslocação ao Brasil e à Venezuela, perdeu todos os jogos menos um (o que levou ao despedimento do treinador brasileiro Yustrich, de nome de nascimento Dorival Knipel), e Portugal venceu o campeonato de hóquei em patins em Montreux. Foi ainda o ano em que a TAP abria um concurso para assistentes de bordo, desde que não ultrapassassem os 30 anos e fossem solteiras, e a RTP iniciava a sua programação, a 5 de Setembro. Apesar de não o saber então, o começo das emissões foi a minha melhor prenda de anos. Por isso, é que eu gosto muito da RTP. Em 1956, a RTP era quase toda privada: do capital inicial total, 20 mil contos pertenciam a estações de rádio (dos quais 9260 contos eram do Rádio Clube Português), 20 mil contos ao Estado e 20 mil contos a pequenos accionistas.