No sábado à noite, antes do começo da estreia da peça O Preço, de Arthur Miller, João Lourenço, da direcção do Teatro Aberto, leu um texto sobre a situação muito precária do teatro português em geral e do seu teatro em particular, com os significativos cortes estatais aos apoios ao teatro. A sala apoiou longamente o texto, com as suas palmas. Em mim, ecoaram a palavra medo e a ideia não ter medo. A palavra que se formou em mim e ficou depois desse eco foi resistência, que quer dizer aguentar, ser ágil e perceber quais os rumos para obter de novo a confiança e a alegria de viver.
Nos dois últimos dias, a sucessão de factos políticos envolvendo o governo do país, com as demissões dos ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros, não sendo uma tragédia em si levanta uma série de questões e lembra o que a peça de Miller trata: será que o contrato de credibilidade dos cidadãos nos agentes políticos se mantém ou está quebrado de um modo irremediável? Ou resta a resistência através da cultura e da solidariedade?
Nos dois últimos dias, a sucessão de factos políticos envolvendo o governo do país, com as demissões dos ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros, não sendo uma tragédia em si levanta uma série de questões e lembra o que a peça de Miller trata: será que o contrato de credibilidade dos cidadãos nos agentes políticos se mantém ou está quebrado de um modo irremediável? Ou resta a resistência através da cultura e da solidariedade?
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