Ontem, integrado na conferência organizada pela RTP, Tim Suter, consultor da BBC para o projecto Vision 2020 da European Broadcasting Union (EBU), falou do que se espera do serviço público de media nos próximos anos (ouvir o início da sua comunicação no podcast abaixo). Por serviço público de media pode definir-se a conjugação e articulação, nos media (rádio, televisão e internet), de serviços de interesse prestados aos cidadãos e às comunidades por parte do Estado na promoção da democracia e no fortalecimento do bem comum.
Tirei algumas notas do que ele disse, nomeadamente as principais características dos media actuais. Estes precisam de estar atentos às múltiplas escolhas, pois diferentes aparelhos e ecrãs chamam a atenção do cidadão e consumidor. De outras características dos media, detive-me em: 1) entrada de novos parceiros e actores de media, 2) concretização do cidadão como criador, 3) o que os indivíduos fazem com os aparelhos de comunicação (blogues, YouTube, jornalista-cidadão), e 4) interatividade dos media.
Tudo isto representa uma grande expectativa em termos de responsabilidade e abertura (incentivar e aceitar contributos). Suter demonstrou as diferenças com um passado recente e identificou a necessidade de redefinir o âmbito do serviço público de media, de encontrar respostas para novas parcerias, atrair as populações mais jovens, adequação às novas tendências de consumo. E centrou a discussão na obtenção de novas formas de financiamento, dado os modelos presentes estarem a esgotar-se, caso do financiamento do Estado. Ao mesmo tempo em que se propõe um retorno à sociedade, a alternativa económica, que julgo inegavelmente neoliberal, é buscar modelos de financiamento orientados para o mercado. Mas não é isto o que as empresas comerciais fazem? Por isso, o equilíbrio - disse ele ou concluí eu do que ouvi dele - entre qualidade e audiência parece resultar numa aposta muito difícil.
Pode acontecer mesmo estarem a fazer-se experiências, desprezando a experiência e o orgulho e a crença individual e de grupo dos profissionais do serviço público e a marca que está representada na empresa de serviço público, que mais tarde vão custar caro. Claro que acredito em outras palavras e ideias de Tim Suter, tais como haver o interesse do serviço público acompanhar as mudanças tecnológicas, liderando-as se possível, conhecer as suas audiências, saber recrutar bem o seu pessoal, estabelecer parcerias sólidas com produtores independentes e empresas concorrentes (em algumas actividades, presumo, seguindo o pensamento de Suter). O mesmo consultor adiantou ainda a importância de criar pluralismo interno e diversificação de conteúdos.
Tirei algumas notas do que ele disse, nomeadamente as principais características dos media actuais. Estes precisam de estar atentos às múltiplas escolhas, pois diferentes aparelhos e ecrãs chamam a atenção do cidadão e consumidor. De outras características dos media, detive-me em: 1) entrada de novos parceiros e actores de media, 2) concretização do cidadão como criador, 3) o que os indivíduos fazem com os aparelhos de comunicação (blogues, YouTube, jornalista-cidadão), e 4) interatividade dos media.
Tudo isto representa uma grande expectativa em termos de responsabilidade e abertura (incentivar e aceitar contributos). Suter demonstrou as diferenças com um passado recente e identificou a necessidade de redefinir o âmbito do serviço público de media, de encontrar respostas para novas parcerias, atrair as populações mais jovens, adequação às novas tendências de consumo. E centrou a discussão na obtenção de novas formas de financiamento, dado os modelos presentes estarem a esgotar-se, caso do financiamento do Estado. Ao mesmo tempo em que se propõe um retorno à sociedade, a alternativa económica, que julgo inegavelmente neoliberal, é buscar modelos de financiamento orientados para o mercado. Mas não é isto o que as empresas comerciais fazem? Por isso, o equilíbrio - disse ele ou concluí eu do que ouvi dele - entre qualidade e audiência parece resultar numa aposta muito difícil.
Pode acontecer mesmo estarem a fazer-se experiências, desprezando a experiência e o orgulho e a crença individual e de grupo dos profissionais do serviço público e a marca que está representada na empresa de serviço público, que mais tarde vão custar caro. Claro que acredito em outras palavras e ideias de Tim Suter, tais como haver o interesse do serviço público acompanhar as mudanças tecnológicas, liderando-as se possível, conhecer as suas audiências, saber recrutar bem o seu pessoal, estabelecer parcerias sólidas com produtores independentes e empresas concorrentes (em algumas actividades, presumo, seguindo o pensamento de Suter). O mesmo consultor adiantou ainda a importância de criar pluralismo interno e diversificação de conteúdos.