"Em Portugal, a História Oral ainda está no início, mas cada vez mais se recorre a entrevistas e testemunhos na primeira pessoa para documentar o passado recente, às vezes dando voz a quem nunca a teve — pelo menos oficialmente. Alegrias e riscos de fazer História quando ela ainda está viva" (Público, 17 de Janeiro de 2014). Mais à frente, o texto assinado por Raquel Ribeiro indica que, "apesar de diferentes abordagens, há um consenso sobre os riscos, as limitações,
os desafios e as alternativas de um método que pode ser olhado com desconfiança,
mas que se impõe cada vez mais como uma necessidade para investigadores que hoje
fazem História". E refere a docente que ensina a única cadeira de História Oral do país no ISCTE: Luísa Tiago de Oliveira. É desta investigadora que eu retiro o seguinte texto intitulado A história oral em Portugal:
"a produção de conhecimento a partir de informações orais recolhidas em contextos de menor ou maior informalidade, de simples conversas a entrevistas gravadas, está presente mesmo naqueles estudiosos que não as citam ou quase não o fazem. Obviamente que os investigadores não se podiam desfazer de testemunhos que tivessem obtido. Porém, ao não os invocar ou fazendo-o pouco, nomeadamente no corpo do texto, dispensam a sua discussão e mesmo a consciencialização da importância do testemunho oral como meio de aproximação ao objecto de estudo. Ora esta postura não contribui para aquilo que Michael Pollak (1987) chama a vigilância epistemológica. Os anos 90 constituem um marco na emergência da história oral em Portugal. Todavia, anteriormente, já circulavam no país teses de autores como, por exemplo, Nancy Bermeo, Charles Downs ou Sánchez Cervelló, defendidas em contextos académicos estrangeiros, sobre a conjuntura revolucionária portuguesa, nomeadamente sobre as movimentações sociais e a transição política, teses estas que utilizavam e citavam fontes orais (Bermeo, 1986; Downs, 1989; Sánchez Cervelló, 1993). O seu contributo para a legitimação do testemunho oral deve ser realçado nessa década de 1980 em que, em Portugal, na historiografia, o Estado Novo apenas se começava a afirmar como objecto de estudo e o 25 de Abril ainda estava omisso. Houve história oral sobre Portugal antes de haver história oral em Portugal. Tal como a produção sobre a conjuntura revolucionária portuguesa, a história oral veio de fora e foi cultivada por quem aí estava institucionalmente enquadrado embora trabalhando sobre o terreno português".
O I Encontro HOPER - História Oral Portuguesa em Rede, realizado de 13 a 15 de Dezembro de 2012, visou "divulgar projectos relacionados com a história oral e discutir formas de consolidação da rede no âmbito nacional e internacional. Considerando que em Portugal, no panorama actual, o recurso à história oral/ testemunhos/ depoimentos/ entrevistas coloca um conjunto de questões e/ou dúvidas que abrangem tanto a fase de realização como também a conservação e divulgação, estamos a organizar uma rede que permita estabelecer contactos entre investigadores e outros interessados nas suas diferentes fases. Deseja-se que a História Oral Portuguesa Em Rede (HOPER) esteja aberta a todos os que estão envolvidos em projectos relacionados com recolha, utilização e arquivo de fontes orais" (http://calenda.org/232986).
Retiro de https://www.facebook.com/pages/Oral-history/113599445316745# a seguinte definição:
A última vez que eu escrevi sobre a matéria foi aqui, em 17 de Maio de 2013. Nessa altura, eu referia o trabalho do antropólogo brasileiro Celso Castro. Um dia destes, porque a matéria me interessa, espero voltar a escrever sobre ela.
"a produção de conhecimento a partir de informações orais recolhidas em contextos de menor ou maior informalidade, de simples conversas a entrevistas gravadas, está presente mesmo naqueles estudiosos que não as citam ou quase não o fazem. Obviamente que os investigadores não se podiam desfazer de testemunhos que tivessem obtido. Porém, ao não os invocar ou fazendo-o pouco, nomeadamente no corpo do texto, dispensam a sua discussão e mesmo a consciencialização da importância do testemunho oral como meio de aproximação ao objecto de estudo. Ora esta postura não contribui para aquilo que Michael Pollak (1987) chama a vigilância epistemológica. Os anos 90 constituem um marco na emergência da história oral em Portugal. Todavia, anteriormente, já circulavam no país teses de autores como, por exemplo, Nancy Bermeo, Charles Downs ou Sánchez Cervelló, defendidas em contextos académicos estrangeiros, sobre a conjuntura revolucionária portuguesa, nomeadamente sobre as movimentações sociais e a transição política, teses estas que utilizavam e citavam fontes orais (Bermeo, 1986; Downs, 1989; Sánchez Cervelló, 1993). O seu contributo para a legitimação do testemunho oral deve ser realçado nessa década de 1980 em que, em Portugal, na historiografia, o Estado Novo apenas se começava a afirmar como objecto de estudo e o 25 de Abril ainda estava omisso. Houve história oral sobre Portugal antes de haver história oral em Portugal. Tal como a produção sobre a conjuntura revolucionária portuguesa, a história oral veio de fora e foi cultivada por quem aí estava institucionalmente enquadrado embora trabalhando sobre o terreno português".
O I Encontro HOPER - História Oral Portuguesa em Rede, realizado de 13 a 15 de Dezembro de 2012, visou "divulgar projectos relacionados com a história oral e discutir formas de consolidação da rede no âmbito nacional e internacional. Considerando que em Portugal, no panorama actual, o recurso à história oral/ testemunhos/ depoimentos/ entrevistas coloca um conjunto de questões e/ou dúvidas que abrangem tanto a fase de realização como também a conservação e divulgação, estamos a organizar uma rede que permita estabelecer contactos entre investigadores e outros interessados nas suas diferentes fases. Deseja-se que a História Oral Portuguesa Em Rede (HOPER) esteja aberta a todos os que estão envolvidos em projectos relacionados com recolha, utilização e arquivo de fontes orais" (http://calenda.org/232986).
Retiro de https://www.facebook.com/pages/Oral-history/113599445316745# a seguinte definição:
“A História Oral
é o trabalho de pesquisa
que faz uso de fontes orais, coletadas por meio de entrevistas gravadas, em diferentes modalidades. Ela passa a
ser utilizada a partir dos anos 50 com a invenção e difusão do gravador a fita na Europa,
América do Norte e América Central por historiadores, antropólogos, cientistas políticos, sociólogos, pedagogos, teóricos da literatura, psicólogos e outros profissionais que adquirem relatos orais como fontes para a compreensão
do passado, ao lado de outros documentos, como fotografias e documentos escritos.
O uso da história oral pode ser compreendido como uma metodologia, uma técnica e uma disciplina. [...]O trabalho da história
oral no país consiste na gravação de entrevistas e na edição de depoimentos,
tendo ou não aprofundamento teórico-metodológico. Também é comum o uso de
entrevistas, associadas a fontes escritas, como aquisição de informações para a
elaboração de teses e trabalhos de pesquisa, sem qualquer discussão sobre a natureza
das fontes e seus problemas”.
A última vez que eu escrevi sobre a matéria foi aqui, em 17 de Maio de 2013. Nessa altura, eu referia o trabalho do antropólogo brasileiro Celso Castro. Um dia destes, porque a matéria me interessa, espero voltar a escrever sobre ela.
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