Sobre o cante, as minhas recordações são gratas. Eu permaneci em Beja durante cinco meses no serviço militar. À noite, enquanto esperava o arranque do transporte da cidade para o quartel dentro da carrinha militar, os soldados iam chegando e juntavam-se aos que já cantavam. Ido de uma zona mais fria a norte do país, onde ainda se observavam vestígios físicos de folclore minhoto, este foi o meu primeiro contacto com a música alentejana. Era vivo embora com uma cadência sempre muito igual. A terra era o tema mais presente. Hoje, de manhã, na rádio, ouvi um especialista dizer que o cante de Serpa é diferente do de Moura ou de Castro Verde. Os meus ouvidos não permitiram nunca distinguir ritmos e entoações diferenciadas como indicou o especialista. Fico feliz por o cante ser já património cultural imaterial da humanidade. O Alentejo fica mais rico.
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