Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
Estúdio Valentim de Carvalho
Há dias, para ilustrar o texto sobre os estúdios fonográficos, coloquei esta imagem do estúdio da Valentim de Carvalho. A existência de um enorme ecrã, ao fundo, intrigou-me. Agora, percebi. O ecrã foi instalado quando surgiu a ideia de implantar no país o sistema de dobragem de filmes. A editora fonográfica apetrechou-se para passar a fazer esse serviço no estúdio de gravação discográfica. Mas a lei não seria aprovada. O ecrã foi aproveitado para a gravação dos filmes portugueses, porque raramente havia captação de som direto. A máquina de gravar som era uma Nagra (a partir de entrevista ao técnico de som Hugo Ribeiro aqui).
Sobre a gravação de filmes, na mesma entrevista, diria Hugo Ribeiro: "estava o diretor de cinema ao pé de mim. Ele dizia «agora, sobe a música um bocadinho, agora desce ligeiramente a música, agora deixa entrar a palavra baixinho, agora sobe a palavra». Ele ia dizendo, íamos vendo e fazendo. Estávamos a ver o filme e o resultado do som no filme. Às vezes, era preciso voltar atrás porque não estava bem". Dos filmes assim gravados do ponto de vista do som, a Valentim de Carvalho editou O Cerco (1970), de António Cunha Telles, Domingo à Tarde (1966), de António de Macedo, e O Passado e o Presente (1971), de Manuel de Oliveira.
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