terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Iñigo

Iñigo, nome artístico de Ignacio Hernández Suñer (1924-2015), foi ilustrador espanhol de novelas clássicas editadas por Archivos de Arte: D. Quixote de la Mancha, Simbad o Marinheiro, Vinte Mil Léguas Submarinas ou Viagem ao Centro da Terra. As ilustrações de D. Quixote também foram usadas num álbum de cromos promocional dos Chocolates Lloveras. Em 1958, entrou na editora catalã Bruguera, onde desenhou Selecciones de Humor de El DDT ou Blanca e em revistas como Sissi e Can Can. No começo da década seguinte, ele trabalhou para as Creaciones Editoriales a série Lola (ou Lolita), a partir de 1962, inicialmente publicada no diário Pueblo (1963), transferida depois para o jornal ABC, sem legendas e sensual ou até erótica, com distribuição em muitos países, incluindo Portugal, publicada seis vezes por semana no Jornal de Notícias, no começo da década de 1970.

Lola era uma rapariga atraente, que vestia minissaia ou hot pants, e cada série de quatro quadrinhos tratava da sua relação com os homens. Em algumas tiras, ela era casada ou mãe de criança, outras vezes tinha namorado ou, mais regularmente, era solteira.  Cada tira era um episódio completo, daí ela ter várias profissões, de polícia-sinaleiro a psicóloga e a empregada de consultório médico, ou atividades, como caçadora, aparecia perdida numa ilha ou estava na praia. Muitas vezes, era alvo de galanteio mas lutava contra o preconceito do macho, como se emergisse nela uma feminista.

A editora Bruguera foi representada durante muito tempo pela Agência Portuguesa de Revistas (APR). Após uma cisão nesta, as histórias da Bruguera passaram para uma nova editora, mas regressariam à APR pouco depois. Não conheço a história da distribuição portuguesa das Creaciones Editoriales, mas o certo é que Iñigo foi publicado no nosso país. Também não sei se outras histórias dele foram aqui publicadas. Iñigo dava cor às personagens mas o sistema do Jornal de Notícias não permitia ainda quadricomia (a história abaixo foi publicada em setembro de 1971).

Para saber mais de Iñigo, ver aqui.


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