Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
sábado, 17 de março de 2018
A canção portuguesa, de 1960 a 1974
João Carlos Callixto editou Canta, Amigo, Canta. Nova Canção Portuguesa (1960-1974) com o objetivo de reunir "a obra discográfica de um conjunto de intérpretes e compositores que contribuiu decisivamente para uma série de mudanças na música portuguesa" (p. 11). Para o sucesso da obra, valeu ao autor a "aprendizagem constante junto de muitos intervenientes e conhecedores deste período", continua a escrever Callixto. A Balada do Outono (1960), de José Afonso, marcaria o início de uma época. 1974, ou a sua proximidade, estabeleceria o fim do percurso da proposta do livro, enumerando-se alguns cantautores: António Macedo, Fausto, Samuel.
O livro é um dicionário, com entradas por nome de cantor, com uma curta biografia e destaque a alguns dos discos editados (e capas), sucessão que se lê com muito agrado. O autor indica critérios de escolha para o livro. Por exemplo, apenas entram discos originais, não se incluem discos de músicos e cantores anteriores ao período trabalhado e não figuram grupos de matriz rock ou fado e cantores africanos. A ênfase do livro é colocada na produção de fonogramas enquanto "materialização dos movimentos, das tendências musicais e culturais da época" (p. 14).
As entradas cobrem 103 músicos e cantores e tem espaço ainda para uma secção de discos coletivos. Com igual interesse a bibliografia, incluída no final do volume, e o rol de nomes nos agradecimentos, no começo do texto, marca significativa de trabalho devedor de muitos contributos. Livro editado pela Âncora, em 2014 (preço: 24,5 euros, 239 páginas).
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