Para este texto, parti de notícia editada no jornal Público. Aí, o jornalista Luís Miguel Queirós citou o responsável pelo portal: "«Enquanto os jornais fizeram a política, as revistas criaram a cultura com que o século passado interpretou e sentiu o mundo», diz Luís Andrade, recordando que quase tudo o que Fernando Pessoa publicou em vida saiu nestas publicações periódicas, e que foi também nelas que António Sérgio começou por divulgar os seus ensaios". A pesquisa pode fazer-se a partir de critérios como índice de autores, conceitos, assuntos, obras citadas ou nomes geográficos.
Procurei a revista Seara Nova e os textos publicados sobre rádio. Descobri 15, quatro dos quais de A. E. da Silva Neves, de 1938. Escolhi o editado em 18 de junho de 1938 (As Intimidades da Rádio). Em época em que o mundo estava mergulhado nas atrocidades da II Guerra Mundial e Portugal tinha uma ditadura que iria durar muitas décadas, parecia que a rádio não era um objeto de inovação e da civilização, dados os problemas que se levantavam: a rádio como meio de interesses económicos ou opiniões pessoais, a rádio em perigo de se tornar monopólio e dos que sonham em obter glória através dela. A. E. da Silva Neves questionava as taxas pagas por recetor e os dirigentes das estações que não suportavam críticas à programação, mas apelava também aos críticos que condenavam levianamente a ação artística e mental das estações. O colaborador da Seara Nova apresentava-se no seu primeiro texto como alguém a contribuir para a formação da opinião pública construtiva.
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