terça-feira, 15 de maio de 2018

A rádio em 1925 e 1926

A revista Renovação (1925-1926) publicou 24 números. Numa linguagem quase hermética, indica no número inicial que "será um clarim vibrando revolta, mas será também uma cátedra distribuindo ensinamentos". Na última página, fornece mais informação: "Revista gráfica de novos horizontes sociais. Arte, Literatura e Atualidades". O número 6 esclarece mais: "Renovação retribui as fotografias interessantes que lhe sejam enviadas pelos seus leitores sobre acontecimentos que interessem à vida operaria tais corno manifestações populares, greves, congressos, comícios, desastres no trabalho, festas associativas, inauguração de escolas, sindicatos, cooperativas operárias". Números depois, surge associada à revista Batalha, jornal do movimento anarquista e da CGT.

A digitalização da publicação foi hoje tornada acessível pela Hemeroteca Municipal de Lisboa, no seu caminho louvável de facilitar a consulta a revistas há muito desaparecidas.

No número 22, de maio de 1926, surgia uma notícia sobre rádio, então ainda novidade. A rádio - ou telegrafia sem fios, como está identificada - permitia a audição em todo o mundo de concertos e novidades e era uma concorrente da imprensa e dos pianistas de fama. Durante décadas, até 1960 em Rádio Clube Português, as notícias lidas na rádio eram provenientes dos jornais. Existe até uma história deliciosa lida por um locutor da rádio, que inclui na sua leitura: "como se vê na fotografia ao lado". E em 1934 o primeiro presidente da Emissora Nacional, António Joyce, criaria orquestras a empregar quase todos os músicos profissionais do país. Mas os pianistas voltariam a ver ameaçados os seus lugares, eles que preenchiam o palco a acompanhar os filmes mudos, obsoletos com a sonorização dos mesmos.


Adenda a 16.5.2018: também o Domingo Ilustrado (14 de junho de 1925) se refere ao começo da TSF, aparelhos, neste caso, a colocar nos quartos dos hospitais, para aliviar a vida de sofrimento.


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